As igrejas do Novo Testamento não morrem de morte natural: elas são de tal
forma estabelecidas que não podem morrer de morte natural. Sim, elas podem ser
mortas, mas dificilmente o são por ataques externos (a não ser que este aniquile
toda a membresia): na grande maioria dos casos em que igrejas foram mortas,
elas o foram por ataques internos, sendo os seus próprios membros que as
mataram. Uma igreja não é apenas uma organização, ela é também um organismo,
uma coisa viva; e, como tal, tem o potencial de crescer e florescer, ou de
definhar e morrer. O Senhor prometeu que Sua igreja, considerada como uma
instituição, não morreria, Mat 16:18 [... Eu edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela]; mas isto apenas
significa que haverá uma continuidade de igrejas [locais] seguindo o modelo da igreja de
Jerusalém, até Seu retorno; não garante a continuidade de existência [e de
fidelidade] de nenhuma igreja individual. Como então pode uma igreja ser morta?
As Escrituras comparam os membros da igreja com os
membros de um corpo físico, 1Cor 12:12-14 (Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos
membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo
também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer
judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um
Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos).
E, exatamente como os órgãos do corpo humano não podem ser removidos sem que a
morte venha para todo o corpo, assim é com a igreja, o corpo de Cristo. Quando
os membros da igreja começam a se ausentar dela, isto a leva à morte.
Geralmente isto é algo gradual, começando em primeiro lugar com a negligência
nas assembleias, porque “não importa se eu comparecer ou não. Os outros farão
com que as decisões sejam tomadas do modo que lhes agrada”.
Os cultos dos domingos à noite são, realmente, o grande e rigoroso teste do
amor do membro da igreja ao Senhor, porque muitas pessoas vêm para a igreja nos
cultos do domingo pela manhã simplesmente porque não há nada mais a fazer
exceto ficar em casa (naturalmente, há muitos cristãos professos que
abandonarão a Casa de Deus mesmo no domingo pela manhã, a fim de dormir, estes
constituem o tipo mais infiel). Mas, daqueles membros da igreja que
regularmente assistem aos cultos das manhãs de domingo, muitos, de modo algum,
poderão ser encontrados nos cultos das noites. No entanto, as mesmas desculpas
que parecem válidas para não irem aos cultos da igreja, não são dadas quando
são convidados para uma festa, ou quando podem ganhar uma significativa quantia
de dinheiro indo a certos locais, etc. Mas, algum dia, o Senhor ajustará as
contas. "Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o
SENHOR pesa o espírito". Pro 16:2. [Nota da tradutora:
este parágrafo poderia ser adaptado levando em conta que, no Brasil, o horário
de culto de freqüência bem maior que os outros passou a ser o dos domingos à
noite, enquanto que, nos Estados Unidos, continua sendo o dos domingos pela
manhã].
Alguns membros de igrejas as abandonam permanentemente, para nunca mais a ela
retornarem; mas, se considerarmos as conexões entre os dois versículos em Heb 10:25-26 (Não deixando a nossa congregação, como
é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto
vedes que se vai aproximando aquele dia. Porque, se pecarmos voluntariamente,
depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais
sacrifício pelos pecados), descobriremos
que isto é uma indicação de que o indivíduo era somente um falso crente. O
mesmo é verdadeiro em 1Joã 2:19, "Saíram de
nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto
é para que se manifestasse que não são todos de nós".
Uma igreja vive e cresce somente pelas conversões e
pela adição daqueles convertidos ao seu número de membros; portanto, se não for
alimentada por verdadeiras conversões resultantes de pregação e oração, cedo
morrerá por falta de adições. Almas sendo salvas constituem uma transfusão de
sangue para qualquer igreja."Louvando a Deus, e caindo na graça de
todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se
haviam de salvar". Ato 2:47. Deus é quem adiciona à igreja, mas Ele o faz através de orações e do
pregar e do testemunhar de Seu povo.
Uma igreja pode ser morta por inanição de espiritualidade; temos que nos
lembrar de que a degenerada Igreja de Roma [muito antes do início da Igreja
Católica Apostólica Romana com o imperador Constantino, em cerca do ano 325
a.C.] foi uma vez uma igreja do Novo Testamento, até que perdeu a sua
espiritualidade. Heresia em doutrinas é primeiramente precedida por heresia em
práticas; por exemplo, heresia que se expressa por uma vida carnal. Como isto
pode ser evitado? Por seus membros viverem uma vida santificada (dedicada) dia
a dia (não semana a semana, nem mês a mês). Mas dedicação requer negar-se a si
mesmo, e todos os muitos crentes meramente nominais estão relutantes em fazer
isto.
Portanto, é possível abandonar uma igreja para que ela morra não a sustentando
com orações e finanças. Uma igreja é um negócio – o maior, o mais nobre e mais
precioso negócio no mundo; e, por esta razão, precisa de dinheiro para poder
funcionar. Uma vez que ela é um negócio do céu, necessita, em adição ao
dinheiro, das orações do povo de Deus. Alguns crentes nominais são muito mais
diligentes e empenhados em sabotar a igreja, o pastor e aqueles que estão
fielmente trabalhando na igreja, do que o são em orar pela igreja e seus
líderes, e em ajudá-los. Há uma verdade que se aplica tanto aos crentes quanto
às mulas: Ambos [crentes e mulas] não podem fazer seus trabalhos e
produzir
enquanto estão escoiceando; e não podem escoicear enquanto fazem seu trabalho e
produzem. Quanto à falha do povo de Deus em adequadamente sustentar
financeiramente a igreja, Mal 3:8-10 (Roubará o
homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos
e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim,
toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma
bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes)
ainda está na Bíblia, e ela chama o sonegador de dízimos e de ofertas
justamente pelo que ele é – um ladrão. Não resolve alguém dizer: "Mas isto
é no Velho Testamento". A divisão da Bíblia em Velho e Novo Testamento é
estritamente uma divisão feita pelo homem; elas, as Escrituras, não sabem nada
a respeito disto. Mas de qualquer modo, 1Cor 9:1-14
obriga crentes a sustentarem a igreja precisamente do mesmo modo que o
Tabernáculo foi sustentado – por dízimos e ofertas. Veja especialmente v. 14.
(... 4 Não temos nós direito de comer e
beber? 5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também
os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? 6 Ou só eu e Barnabé não
temos direito de deixar de trabalhar? 7 Quem jamais milita à sua própria custa?
Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se
alimenta do leite do gado? 8 Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei
também o mesmo? 9 Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao
boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? 10 Ou não o diz
certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra
deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser
participante. 11 Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de
vós recolhamos as carnais? 12 Se outros participam deste poder sobre vós, por
que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes
suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. 13
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo?
E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? 14 Assim ordenou
também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho).
Contenda provavelmente tem matado quase tantas
igrejas quanto quaisquer outras coisas.
Quando duas pessoas estão em discórdia e ambas são supremamente egoístas, isto
causará uma contenda que crescerá até que consuma toda a igreja, a não ser que
a igreja tome medidas até dar um fim à contenda. Contenda é uma marca
característica de imaturidade espiritual e de carnalidade. "1 E eu,
irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a
meninos em Cristo. ...3 Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós
inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais
segundo os homens" 1Cor 3:1,3.
Contenda tem geralmente suas raízes no orgulho, porque aonde há contenda, ambas
as partes inchadamente assumem que estão certas e não admitirão sequer a
possibilidade de estarem erradas. Ao mesmo tempo, nenhuma das partes tentará
ver através do ponto de vista da outra parte, nem admitirá que a outra poderia
estar certa no menor dos graus. É uma igreja muito afortunada aquela que não
tem nenhuma corrente subterrânea de contenda. Contenda também é promovida pela
atitude de autojustificação naquele que olha com desprezo para os outros,
enquanto exalta a si próprio na sua própria mente. Ele toma a atitude do
Fariseu em Luc 18:9-11 (E disse
também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos,
e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu,
e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó
Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos
e adúlteros; nem ainda como este publicano). O orgulho é obstáculo ao
caminho da humildade, e esta é sempre o primeiro passo em direção ao
arrependimento.
Uma das formas mais trágicas de contenda dentro de igreja ocorre quando um
membro ou grupo de membros tem os seus sentimentos feridos pela pregação (o que
é muito comum onde o pregador é fiel em pregar contra pecado e em declarar os
deveres dos membros). Freqüentemente os membros dissidentes montarão uma
campanha para desgastar e destruir o pregador, e a desculpa mais freqüentemente
usada é que ele é um “ditador”. Bem, nós não temos nenhuma simpatia para com um
verdadeiro ditador no púlpito, mas antes que um homem de Deus seja
estigmatizado como ditador é melhor que os homens considerem aquilo para o que
o pregador é comissionado e ordenado fazer: ele é ordenado e comissionado para "Que pregues a palavra, instes a tempo e
fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e
doutrina", (2Tim 4:2). "Aos que pecarem, repreende-os na
presença de todos, para que também os outros tenham temor", (1Tim 5:20). "Este
testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam
sãos na fé", (Tit 1:13).
Com base nestes versículos e em outros muitos textos similares, o pregador tem
o dever não apenas de declarar a verdade mas, também, de repreender aqueles
membros que estão vivendo vidas desobedientes; e ninguém tem o direito de
chamá-lo de ditador por apenas fazer a sua obrigação. Isto não quer dizer que o
pregador possa usar o púlpito para viver surrando verbalmente alguns membros por
causa de diferenças pessoais de opinião, nem que ele deva saltar em cima e
esporear todas as pessoas por todos os pequenos passos imperfeitos. O pastor
sábio rapidamente aprenderá a usar a psicologia cristã mesmo nas mais sérias
violações da ética cristã, e que "A resposta branda desvia o furor, mas a
palavra dura suscita a ira", Prov 15:1. Um pastor beligerante ou arrogante somente
produzirá dores para si próprio e desencorajamento para a igreja.
Contenda entre os membros de uma igreja e o pastor freqüentemente destrói uma
igreja pela simples razão que, ao se rebelarem contra o pastor, os membros
estão se rebelando contra o Senhor, pois, embora a igreja possa votar para
chamar um homem para pastor, todavia, se eles são guiados pelo Senhor ao fazer
isto, então o pastor é tornado o superintendente ou supervisor (no grego “1984
episkope”, traduzido como "bispo") sobre o rebanho, Ato 20:28 (Olhai, pois,
por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos,
para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue).
Não apenas isto, mas o pregador, quando se ergue para declarar o evangelho, é
um embaixador de Cristo, insistindo aos homens, no lugar de Cristo, para que se
reconciliem com Deus, 2Cor 5:18-20 (E tudo isto provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da
reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De
sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse.
Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus).
Ademais, quando [este supervisor pelo bem das almas] prega responsabilidade
cristã aos crentes, estes estão obrigados a obedecê-lo e a submeter-se a si
próprios, pois o pastor dará conta deles a Deus. Assim, é uma coisa muito grave
desobedecer ao pastor quando ele apenas está se esforçando para levá-lo a
servir ao Senhor melhor e mais fielmente. "Obedecei a
vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como
aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo,
porque isso não vos seria útil", (Heb 13:17).
Algumas igrejas degradam o ofício
pastoral tornando-o aquele de um mero marionete delas, e tratam o pastor com menos
respeito do que a qualquer leigo na igreja; algumas vezes os membros dessas
igrejas deixam suas independência e autonomia subirem às suas cabeças, e pensam
que podem desligar ou despedir o pregador a qualquer momento que não gostem daquilo
que diz. Mas é digno de nota que as Escrituras não dão um único exemplo de
um pastor ser descartado por uma igreja, nem de sequer uma igreja desafiar a
autoridade do ofício pastoral.
Reconhecemos que a igreja tem autoridade sobre seus membros, inclusive o
pastor; mas é também verdade que o pastor é um homem especialmente chamado por
Deus para o seu ofício, e que ele tem um relacionamento especial para com Deus;
portanto, conquanto em raras ocasiões possa ser necessário destituir e excluir
um pregador por causa de imoralidade ou de heresia, todavia uma igreja deve ser
muito vagarosa para tomar qualquer ação contra um dos profetas do Senhor sem
uma boa razão. "Não aceites acusação contra o presbítero,
senão com duas ou três testemunhas", (1Tim 5:19). "Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus
profetas", (Sal 105:15).
Nas Escrituras, teimosia
rebelde é
um pecado que é comparado ao de feitiçaria e idolatria 1Sam
15:22 (Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer
em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis
que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a
gordura de carneiros), e, todavia, algumas pessoas parecem se deliciar em
teimosamente resistirem contra todo progresso espiritual e atividade espiritual
na igreja. Não é nenhuma virtude alguém ser tão imutável nos seus modos que
seja um obstáculo à igreja para mudar para melhor [isto é, para maior
biblicidade, maior espiritualidade, maior santificação, maior separação do
pecado e do erro, maior conhecimento + amor + consagração + zelo, etc.]. Nenhuma igreja jamais foi
tão perfeita quando começou que isto equivaleu a não ter deixado nenhum espaço
para mudar para melhor. Em verdade, a própria santificação é uma progressiva mudança
de indivíduos para o melhor; e, se os membros diariamente mudam para melhor,
também as igrejas deveriam fazê-lo. O pecado da Igreja de Sardia foi que ela
teimosamente se recusou a se arrepender de seus pecados, Apo
3:3 (Lembra-te, pois, do que tens recebido e
ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um
ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei), e, conseqüentemente, lentamente morreu na videira,
sempre recusando admitir seu estado frio e indiferente. Existe uma coisa
chamada de “ortodoxia morta”, uma sanidade doutrinária que é vazia de qualquer
real amor a Cristo.
Alguns dizem “Bem, é minha vida, e é somente da minha conta se eu me arrependo
ou não”, mas isto não é verdade, pois cada pessoa é um exemplo para alguém
mais, e seu mau exemplo fará outros se desviarem, talvez em algo muito pior.
Ademais, a corrupção de um membro de uma igreja [além de em si já ter valor
infinito (pois o preço de uma só alma é maior que todo o universo físico),
normalmente leva à conseqüência de que] será a corrupção de boa parcela da
igreja, pois "... um pouco de fermento faz
levedar toda a massa”, 1Cor 5:6. Ninguém
suportará pagar o custo de mostrar indulgência para com qualquer pecado, porque
pecado nos membros da igreja é aquilo que mata as igrejas.
Há muitos modos de matar uma igreja, mas a coisa importante a se observada é as
gravíssimas conseqüências de fazer cair e destruir uma igreja do Deus vivo: “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o
destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo", 1Cor 3:17. Não importa qual desculpa
possa ser dada, se um indivíduo ou grupo de indivíduos conduz a si próprio de
modo a causar a morte de uma igreja, é melhor que se prepare para dentro em
breve encarar o julgamento de Deus através da perda de sua vida física.
Uma igreja é de mais importância que os direitos coletivos de todos seus
membros, pois uma igreja existe não apenas em benefício dos seus próprios
membros atuais, mas é uma testemunha para muitos que podem nunca vir a ser
membros dela, mas que podem ser guiados ao Senhor através do seu ministério.
Não apenas isto, mas os direitos dos futuros membros também têm de ser
considerados quando se toma qualquer ação que possa ser prejudicial à igreja.
Muitos membros carnais de igreja, em seu ardor para vencerem e imporem as suas
próprias preferências, justificam os seus próprios pecados, satisfazem a fome
de seus próprios orgulhos e sentimentos feridos, não se importando com o fato
de que possam apagar o único fiel farol e luz da verdade nas suas comunidades. Nem
se importando que as gerações futuras possam não ter oportunidade de ouvir o
evangelho e ser salvas, porque uma igreja foi destruída pela carnalidade dos
seus membros. A atitude de alguns é: “Eu estou salvo, portanto que o resto do
mundo vá para o inferno, não ligo a mínima”. Uma tal atitude dificilmente
evidencia verdadeira salvação. Uma vez que é verdade que "Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo
o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor
de Deus? (1Joã 3:17), quanto muito mais isto é verdade a
respeito daquele que não têm nenhuma preocupação pelo bem estar das almas dos
outros? Deus tenha piedade do homem que destrói uma igreja: se ele de algum
modo já é salvo, ele está se pondo a si mesmo debaixo do risco de julgamento
através de morte física, quando coloca os seus próprios desejos e vontades
egoístas acima do bem estar de uma igreja do Deus vivo.
Todos os pontos
prévios podem ser considerados como sumariados neste, mas arriscamo-nos a fazer
mais alguns poucos comentários que caem mais especificamente debaixo deste
título. Vivemos na mais afluente (rica) sociedade que este mundo jamais conheceu.
Adicione a isto o fato de que esta geração tem maiores meios de levar o
evangelho a cada raça, nação e tribo de povos, do que qualquer geração
anterior. Rádio, TV, e imprensa fazem evangelismo possível como nunca antes o
foi. Mas o que acontece? Ao invés de usar estes meios [e riquezas] para a
glória de Deus, os homens se tornaram tão egoisticamente envolvidos por eles
que todas estas coisas se tornaram definitivos detrimentos à verdade.
Tem sido constatado que pessoas gastam centenas de vezes mais em animais de
estimação do que em todos os empreendimentos religiosos combinados, e o
jornalista Paul Harvey relata que [aqui nos Estados Unidos da América] para
cada 1 dólar que é gasto nas igrejas, 12.000 dólares são gastos em atividades
criminosas. A partir desta constatação, deveria ser óbvio que estamos
trabalhando no extremo errado do problema.
Há muitos campos de missão estrangeira nos quais um missionário nacional [isto
é, daquele país] pode ser sustentado por somente 25 a 30 dólares por mês – não
mais do que muitas pessoas [americanas] gastam mensalmente somente em cigarros.
Todavia, de quantos crentes individuais [americanos] se ouve que fazem isto
[sustentarem missionários de outros países para trabalharem neles]? Freqüentemente,
quando as necessidades das missões são apresentadas à igreja pelo pastor,
alguém contradirá com a proposição que “Mas devemos usar algum do nosso
dinheiro em missões domésticas, aqui mesmo na nossa vizinhança". Bem,
certamente missões locais [também] são essenciais, se elas forem verdadeiros
projetos missionários [voltados exclusivamente para ganhar outras almas e
edificá-las]; mas, desafortunadamente, muitas vezes o termo é usado
para desculpar o dispêndio do dinheiro de Deus em algo que faz provisão somente
para a natureza carnal dos membros da igreja, tais como ter a mais alta torre
na cidadezinha, ou ter o prédio com o estilo mais moderno, ou ter o maior órgão
de tubos, ou ter as mais enfeitadas batas de coral etc. Por "Missões
Locais" alguns somente querem dizer: "Vamos gastar o dinheiro
localmente em algo em que nós possamos ter todos os benefícios”. Pelo dinheiro
que o povo de Deus tem gastado tolamente e para a mera gratificação carnal, nos
últimos cem anos, o mundo poderia ter sido alcançado com o evangelho por
diversas vezes.
O que tudo isto tem a ver com matar uma igreja? Apenas isto: contribuir para
missões é o termômetro que mostra a atmosfera espiritual de uma igreja. É
[geralmente] o medidor da dedicação dos membros de uma igreja a Deus. (Seja usando o nome “Missões nas Vizinhanças”, ou usando
qualquer outro nome), o egoísta
uso do dinheiro do Senhor para a gratificação dos membros de uma igreja a matará
tão rapidamente quanto quase qualquer outra coisa. Que Deus nos dê mais igrejas
mais sãs e mais operosas e frutíferas, e que Deus faça isto através de mover os membros das igrejas a serem
mais dedicados e obedientes.
Está você matando sua igreja pela sua pecaminosidade, por seu egoísmo, por sua
negligência? Então se arrependa antes que a igreja e você sejam destruídos.
Davis
W. Huckabee
Copiado do site da Tabernacle Baptist Church, Lubbock, Texas.
Traduzido [e adaptado] por Valdenira Nunes de M. Silva, 2002.
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.