A Igreja Católica quebra os recordes em termos de dispensar o
arrependimento e colocá-lo das portas para fora da Igreja, dispensando-se a sua
necessidade. Sabemos que, sem arrependimento, ninguém pode ser salvar (nem
sequer dos pecados que ela chama de "veniais"), mas a Igreja Romana
criou o purgatório, onde pessoas não-arrependidas podem facilmente atingir o
Céu após passarem por este local de "purificação". Com isso,
dispensa-se a necessidade real do arrependimento na vida do cristão.
Com o batismo eles fazem a mesma coisa. Pregam o batismo de bebês,
que não tem consciência para discernirem entre o bem e o mal para poderem se
arrepender de seus pecados, e, desta forma, o arrependimento não passa a ser um
precedente necessário para o batismo, assim como não é um precedente necessário
para a salvação.
Porém, o que nós vemos é que, biblicamente, o batismo nas águas
significa exatamente isso: o arrependimento!
“E percorreu toda a terra ao redor
do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão
dos pecados;” (Lc 3:3 BRP)
“Tendo primeiramente João, antes da
vinda dele, pregado a todo o povo de Israel o batismo do arrependimento.” (At 13:24 BRP)
“Apareceu João batizando no
deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão
dos pecados.” (Mc 1:4 BRP)
Não é irônico que o significado do batismo nas águas é o
arrependimento, sendo que o arrependimento é exatamente aquilo que mais falta
no batismo católico, onde os padres batizam bebês que não podem se arrepender?
Pois é. Como coerência é o que menos há no catolicismo, eles batizam aqueles
que ainda não podem se arrepender, sendo que biblicamente o batismo significa
arrependimento e este arrependimento deve preceder o batismo, pois é necessário
para que ele se realize. Quando o etíope pediu para ser batizado, Filipe
respondeu:
“36 E, indo eles caminhando, chegaram
ao pé de alguma água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja
batizado? 37 E disse
Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus
Cristo é o Filho de Deus. 38 E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como
o eunuco, e o batizou.” (At 8:36-38 BRP)
O princípio que Filipe expõe é o primeiro que devemos aprender
antes de sermos batizados. Há uma condição claramente exposta: “...se crês de todo o coração...”. A
condição é de crer, de todo o coração, que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Como
um recém-nascido ainda não tem condições sequer de saber quem é Jesus,
muito menos de crer de todo o coração nEle, então ele não entra dentro
da condição necessária exposta para ser batizado.
Ainda, se um bebê que não tem conhecimento de Cristo pudesse ser
naturalmente batizado, então seria desnecessário o “crer
em Cristo de todo o coração” como condição para o batismo, como Filipe
claramente expôs. Quando Lucas, o escritor de Atos, especificou quem foram
os batizados, ele fez questão de incluir apenas os “homens
e mulheres” [isto se refere a pessoas já crescidas], deixando de fora as
crianças:
“Mas, como cressem em Filipe, que
lhes pregava acerca do reino de Deus, e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto
homens como mulheres.” (At 8:12 BRP) ["homens e mulheres" se
refere a pessoas já crescidas]
O fato das crianças não terem sido citadas não foi porque era
costume dos escritores bíblicos não as citarem, pois eles claramente as
mencionavam como um grupo separado dos “homens e mulheres” quando assim
se fazia necessário:
“E os que comeram foram quase cinco
mil homens, além das mulheres e crianças.” (Mt 14:21 BRP)
Na multiplicação dos pães e peixes, vemos os três grupos
presentes: os homens, as mulheres e as crianças. Porém, quando a questão é o
batismo, são mencionados somente os “homens
e mulheres”(At.8:12), pois a Igreja não tinha o costume de batizar crianças.
Até mesmo no caso em que famílias inteiras eram batizadas, é mencionado que
eles “criam e eram batizados” (At.18:8).
Ou seja, o batismo nunca está desassociado do fator "crer".
É necessário crer que Cristo Jesus é o Filho do Deus vivo para ser batizado.
Portanto, as alegações católicas de que os bebês eram batizados nas passagens
bíblicas que mostram que a casa inteira foi batizada carece inteiramente de
fundamento. Primeiramente, porque em absolutamente nenhuma delas há
qualquer indício de que havia recém-nascidos ou bebês na casa.
Existem muitas famílias que não tem bebês, mas que o pai e a mãe
convivem com filhos de idade mais avançada, onde já é possível crer em Cristo
Jesus. Muitos jovens já têm consciência cristã, se forem bem instruídos na
Palavra de Deus. Mas bebês e recém-nascidos, bem como crianças menores que ainda
não têm o conhecimento de Cristo, não têm condições de serem batizadas porque
não podem ainda crer e arrepender-se de seus pecados.
Sendo assim, não há razão para pensarmos que naquela casa havia
bebês, até porque o texto bíblico não diz isso e ainda por cima diz claramente
que os que foram batizados primeiramente creram, e, então, receberam o
batismo. A "casa" é então definida como "aqueles capazes
de compreender, ouvir e crer". Essa é a definição da
"família" que foi batizada. Quem crê verdadeiramente
em Cristo, podia ser batizado.
“Na verdade, antes que este menino
saiba rejeitar o mal e escolher o bem, a terra, de que te enfadas, será
desamparada dos
Como Isaías nos diz que existe uma fase “antes que este menino saiba rejeitar
o mal e escolher o bem”(Is.7:16), fica claro que eles não estão dentro da condição de
compreender, ouvir e crer de todo o coração que Jesus Cristo é o Filho de Deus,
para serem batizados. Negar que existe uma fase em que a criança ainda não sabe
escolher entre o certo e o errado para crer em algo e rejeitar o outro, é
explicitamente querer negar o texto de Isaías que declara isso taxativamente.
Outra forte evidência contra o batismo infantil vem do fato de que
o próprio Jesus não foi batizado quando criança, mas apenas apresentado no
templo (Lc.2:22). Se a vontade de Deus fosse que os bebês fossem batizados, Ele
certamente teria feito com que em primeiro lugar o próprio Jesus fosse batizado
nessa idade, pois nessa vida "devemos andar como ele andou" (1Jo.2:6).
Ele é o nosso exemplo a ser seguido, e se ele quisesse que
batizássemos os bebês, ele mesmo teria sido batizado quando recém-nascido. Deus
enviou João Batista exatamente para preparar o caminho para o Mestre. E como?
Batizando nas águas! Será que Deus se enganou, fazendo com que João Batista
preparasse o caminho fora de tempo, já que, segundo os católicos, o batismo era
para ser feito quando bebê?
Por que Deus só foi levantar João Batista para batizar já depois
que Jesus já era adulto e estava preparando o seu ministério? Se a vontade
de Deus é que nós sejamos batizados quando bebês, por que o próprio Jesus não
nos deu esse exemplo? Ora, os evangélicos fazem hoje da forma correta como o
próprio Jesus fez: nós apresentamos os bebês na Igreja, como Jesus foi
apresentado, e os batizamossomente quando estes já alcançaram a fase da
maturidade. E os católicos invertem tudo isso.
Portanto, sumariamos que:
1. O arrependimento é um precedente necessário para o batismo, mas os
recém-nascidos ainda não podem se arrepender de algo que sequer já praticaram!
2. O fator "crer" é outro precedente fundamental, mas os
bebês não podem crer que Cristo é o Filho de Deus, nem tampouco sabem a
diferença entre Jesus, Buda ou Maomé.
3. Nos casos bíblicos do batismo, só é relatado homens e mulheres,
nunca as crianças. Embora as crianças fossem sempre mencionadas como um grupo à
parte em várias outras ocasiões, quando a questão é o batismo elas são sempre
deixadas de fora e apenas o grupo dos adultos – homens e mulheres – que é
mencionado.
4. Cristo disse para vir a ele as crianças, mas não disse para
batizá-las. Não negamos que as crianças, bebês e recém-nascidos serão salvos
quando ainda não tem consciência para discernir entre o certo e o errado. Mas
passar pelo batismo é algo totalmente diferente, visto que o batismo possui os
precedentes necessários que consiste em crer e se arrepender, e Isaías nos diz
que existe um período "
antes que este menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Is.7:16).
5. Jesus não foi batizado quando recém-nascido, mas apenas apresentado
no templo. Como cremos que Ele é o nosso exemplo maior a ser seguido
(1Jo.2:6) e ele não foi batizado quando criança e nem tampouco ensinou isso,
cremos que Jesus está certo e os católicos errados. Afinal, se o batismo deve
ser realizado poucos dias depois do nascimento, então o próprio Jesus teria
sido batizado da forma incorreta e no tempo errado, passando-nos um mau
exemplo, ou, pelo menos, um exemplo contrário à prática tradicional da Igreja
de Roma!
Muito mais poderia ter sido dito, mas, para resumir, fica claro
que o que a Igreja Católica mais uma vez faz é negar a necessidade do
arrependimento. Batizando os bebês que nem sequer ainda tem a capacidade de
crerem em Cristo, ela dispensa desta forma o batismo real e verdadeiro que só
ocorre quando já se tem maturidade suficiente para crer.
Assim, ela oferece um batismo falso e inválido, sem o
preenchimento de qualquer precedente necessário para que ele se realize da
forma correta, e assim dispensa os seus fieis de receberem o verdadeiro batismo
que deveria vir quando as pessoas já fossem maduras o suficiente para crer em
Cristo e se arrepender dos seus pecados.
O resultado? Ficam com um batismo falso no qual elas nem sequer se
lembram, e dispensam o batismo verdadeiro que, esse sim, pode conduzir o homem
a uma mudança e transformação de vida, de uma velha para uma nova criatura, ao
se levantar das águas.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Por: Lucas Banzoli
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.