Por Matt Costella
Foundation Magazine, Jul-Ago 2001
http://www.feasite.org/Foundation/fbcrollof.htm
O papel das mulheres nas assembleias cristãs locais têm sido
um assunto de debate dentro da cristandade, por muitos anos. Todavia, dentro dos
últimos 25 anos, este problema tem chegado a um clímax não somente em muitas
denominações importantes Protestantes e Ortodoxas mas também em igrejas
evangélicas. O problema do papel das mulheres na igreja serviu como assunto de
contenção na Oitava Assembleia do [ecumênico] Concílio Mundial de Igrejas [WCC -
World Council of Churches] em Harare, Zimbabwe, em dezembro de 1998, quando as Igrejas Grega e Russa Ortodoxas
declararam o descontentamento delas pelo fato de que a maioria de igrejas
e denominações membros do WCC ordenam mulheres como ministras e pastoras.
(1) Nos Estados Unidos, a Igreja Presbiteriana dos USA, a Igreja Episcopal
dos USA, a Igreja de Cristo Unida, a Igreja Metodista Unida, a Igreja Reformada
na América, a Igreja Evangélica Luterana na América, a Igreja dos Irmãos, e a
Igreja Cristã (Discípulos de Cristo) são somente um pouco das muitas principais
denominações que ordenam mulheres como ministras e as encorajam a servir como
pastoras e bispas de congregações locais.
Em um estudo recente de denominações que ordenam mulheres, pesquisadores
encontraram que o número de mulheres ministras ordenadas em 15 grandes
denominações protestantes cresceu exponencialmente entre 1977 e 1994. Um
estudo do Seminário Hartford descobriu que, dentro deste período de tempo, o
número do clero feminino aumentou de 157 para 712 na Igreja Batista Americana
dos USA, de 94 para 1394 na Igreja Episcopal dos USA, de 388 para 988 na Igreja
Cristã (Discípulos de Cristo), de 73 para 1519 na Igreja Evangélica Luterana na
América, de 350 para 2705 na Igreja Presbiteriana (dos USA), e de 319 para 3003
na Igreja Metodista Unida. (2) É também interessante notar que
aproximadamente 25% do clero feminino e 19% do clero masculino que participaram
do estudo eram divorciados. O levantamento estatístico conclui o seguinte: "Mulheres do clero estão
reinventando ministérios para o futuro, recusando as antigas definições e
expectativas. Mulheres ministras estão expandindo a própria essência do
ministério cristão e guiando toda a igreja para repensar e renovar sua liderança
e membresia." (3)
Não somente pastoras estão crescendo entre denominações liberais nos Estados
Unidos mas também entre igrejas e denominações evangélicas e conservadoras. Note os seguintes
fatos sobre estas denominações e associações populares:
. Convenção Batista do Sul - De acordo com uma fonte, a Convenção Batista do Sul tem aproximadamente 1130 mulheres ordenadas preenchendo os vários papéis de ministérios. (4)
. A Associação de Igrejas da Videira (Vineyard) - Este grupo permite somente homens preencher o ofício de ancião e pastor, mas permite mulheres "pregar, ensinar, evangelizar, curar, profetizar, aconselhar, alimentar espiritualmente, administrar e edificar o rebanho de Deus." (5)
. A Igreja do Nazareno - Um pesquisador relata que esta denominação "tem ordenado mulheres para o ministério desde sua fundação em 1908 e sustenta o direito das mulheres de usar os dons espirituais dados por Deus dentro da igreja. Nazarenos afirmam o direito de mulheres serem eleitas e apontadas para lugares de liderança em todos os níveis da igreja." (6) É importante notar que algumas igrejas dentro desta denominação têm evitado o título denominacional deles (Igreja do Nazareno) em favor de um nome mais genérico, orientado para a comunidade (por exemplo, Igreja Comunidade Nova Vida, etc.).
. Assembleias de Deus dos USA - As Assembleias de Deus crêem que as mulheres podem servir em todos os papéis de ministério da igreja incluindo o de pastor. Em um artigo que estabelece posicionamento oficial, artigo intitulado "O Papel de Mulheres no Ministério como Descrito na Sagrada Escritura," ("The Role of Women in Ministry as Described in Holy Scripture,") os autores concluem: "Nós não podemos encontrar evidências convincentes de que o ministério de mulheres é restrito de acordo com alguns princípios sagrados ou imutáveis... A existência no mundo secular de intolerância contra mulheres não pode ser negada. Mas não há nenhum lugar para tal atitude no corpo de Cristo. Nós admitimos que atitudes da sociedade secular, baseadas sobre prática e tradição de longa duração, têm influenciado a aplicação de princípios bíblicos às circunstâncias locais." (7)
. Igreja Metodista Livre da América do Norte - Esta é a denominação na qual o presidente anterior da Associação Nacional de Evangélicos, Kevin Mannoia, é um bispo ordenado. Esta denominação crê que "o Evangelho de Jesus Cristo... não reconhece nenhuma distinção de raça, condição ou sexo... Com estas crenças, mulheres devem ser encorajadas a tomar o lugar delas em todas as áreas de liderança e ministério da igreja." (8)
. Muitas outras igrejas, sociedades e denominações incluindo as Igrejas Padrão da Bíblia Aberta, Inc.; A Igreja Internacional do Evangelho Quadrangular; A Igreja de Deus (Anderson, IN) e outras permitem mulheres se apossar de posições de autoridade pastoral dentro da igreja local.
Não somente as denominações e igrejas locais têm levado adiante a causa de
mulheres no clero, mas figuras religiosas notáveis têm feito sua parte para
popularizar também esta tendência. Anne Graham Lotz, filha do evangelista Billy
Graham, é agora uma das mulheres pregadoras mais populares no mundo. Lotz
recentemente disse em um programa de notícias de televisão que seus pais
costumavam desaprovar seu ministério até eles ouvirem a sua pregação. "Eles
viram que minha casa estava limpa, meus filhos eram bem comportados, meu marido estava
feliz e muito apoiador," ela disse, "E eles apenas voltaram atrás e puderam ver
que Deus havia me chamado." (9) Um grupo de proeminentes
teólogos "evangélicos" têm formado Crentes em Favor de Igualdade Bíblica [Christians
for Biblical Equality (CBE)], uma organização
em Minneapolis, Minnesota, que zelosamente promove papéis iguais para mulheres na
igreja e casa. Teólogos notáveis que fazem o Conselho de Referência do CBE
incluem Tony Campolo, Vernon Grounds, Roberta Hestenes, Millard Erickson, Gordon
Free, Myron S. Augsburger e John R. Kohlenberger III. O jornal Dallas Morning
News,
que recentemente apresentou uma história sobre os CBE, noticiou que o editor da
revista Charisma, J. Lee Grady é também um defensor de CBE. (10) O
artigo também notificou que os Guardiões da Promessa, uma outra organização
"evangélica" para-igreja [ao lado de, em paralelo com a igreja]
semelhante, tem recusado tomar uma posição oficial sobre [criticando] o papel de
mulheres na igreja e declarou que, em troca, "os líderes de CBE são cautelosos sobre criticar os Guardiões da Promessa." (11)
Claramente, com o crescimento dos Movimentos Carismáticos e Pentecostais que
defendem o clero feminino e o aumento do inclusivismo ecumênico de muitas igrejas
evangélicas, é vitalmente importante para os crentes fundamentalistas saberem o
que a Palavra de Deus ensina com respeito a este problema e assim eles têm que
saber como responder àqueles que perguntam sobre sua posição concernente ao
papel de mulheres no ministério da igreja local. É evidente que a maioria dos
crentes professos e igrejas cristãs de hoje em dia permitem mulheres desempenhar
posições de liderança pastoral na igreja local. Este sério problema permanece
com a igreja e continua a permear todos os campos de pensamento e prática
cristãs à medida que o papel de mulheres na liderança pastoral nas igrejas e
denominações continua a tornar-se mais aceitável e comum na comunidade cristã.
Em sua forma mais simples, as opiniões concernentes ao papel
do ministério de mulheres na igreja local são muito freqüentemente
divididos por estudiosos em dois grupos distintos: aqueles que crêem que as
mulheres devem ser permitidas ocupar posições de autoridade pastorais na
igreja e aqueles que crêem que somente homens são permitidos ter tais posições
na igreja local. Aqueles que crêem que mulheres devem ser limitadas [de modo a
não] terem papel de autoridade, papel pastoral na igreja, abraçam o que é conhecido como
o ponto de vista "histórico" ou "tradicional". Por outro lado, aqueles que crêem
que mulheres devem possuir a habilidade de ocupar todas as posições de liderança
dentro da igreja abraçam o que é referido como o ponto de vista "igualitário" ou
"progressista".
Obviamente, pastores e teólogos nem sempre aprovam somente
todos os aspectos de um ou de outro ponto de vista. Várias nuances desses dois
pontos de vista existem entre aqueles que têm estudado o problema. Por exemplo, alguns
podem abraçar a posição de que mulheres não podem servir na igreja local como pastoras
"senior" [plenas, principais], mas são permitidas
servirem como pastoras assistentes ou pastoras associadas. Outros podem crer que mulheres
não devem servir em nenhuma forma de papel pastoral na igreja local, mas estão
livres para ensinar tanto a homens como a mulheres, em uma classe de adultos da Escola
Dominical. Em qualquer caso, com o propósito de esclarecimento dentro deste
artigo e devido às limitações de espaço e conteúdo, este artigo simplificará
as coisas através de definir aqueles que permitem mulheres terem qualquer forma de papel pastoral
dentro da igreja local como alguém que possui o ponto de vista progressista ou
igualitário, e definir alguns que proíbem mulheres de terem uma posição de autoridade no
ensino sobre homens como aqueles que sustentam o ponto de vista histórico ou
tradicional.
De acordo com o autor Daniel Doriani, aqueles que mantêm o ponto de vista
"histórico" de mulheres no ministério podem clamar terem o apoio do pensamento
cristão tradicional e do ensino através da história da igreja. (12) De fato, um
autor, Robert Yarbrough, tem conduzido um estudo criterioso na hermenêutica de 1
Timóteo 2:9-15 no qual ele conclui que o ponto de vista "progressista" tem sido
formado mais pelo clima social do meio do século 20 ao invés de pelo próprio texto
bíblico. (13) Ele cita, "É um abuso da
credulidade, além do ponto de quebra, o se manter que é mera coincidência que a
leitura 'progressista' de 1 Timóteo 2, a qual foi virtualmente desconhecida da
história da igreja antecedente ao movimento de mulheres dos anos de 1960s, não
são devidos a este movimento em aspectos fundamentais com respeito à sua plausibilidade." (14) Embora Doriani citasse três escritoras femininas do século 19 que
foram pioneiras numa compreensão progressista do papel das mulheres na igreja (Catherine Booth, Frances Willard e Katherine Bushnell), claramente a maioria das
mudanças de tradicionalista para progressista nos escritos e crenças
concernentes ao papel da mulher na igreja surgiu durante o século XX.
Enquanto uma variedade de argumentos favorecendo o ponto de vista
progressista existe, o escopo deste artigo não permite espaço para um exame
extensivo de cada ponto de vista, nem tentará prover uma contradição de cada argumento.
Ao invés disso, esta seção do artigo simplesmente mas cuidadosamente determinará a
intenção de 1 Timóteo 2:9-15 nos limites das Epístolas Pastorais (Primeira e
Segunda Timóteo e Tito) enquanto referindo-se, à medida em que for necessário, a outros
textos do Novo Testamento considerando o ensinamento da Bíblia concernente ao
papel de mulheres no ambiente da igreja local. Vários princípios serão
estabelecidos e sustentados tanto pelo texto bíblico como pelos teólogos que têm
cuidadosamente estudado o texto bíblico e chegado ao que o escritor crê ser uma
conclusão saudável.
Ainda antes de notar o que a Palavra de Deus diz sobre este importante
problema, o leitor tem que decidir se sim ou se não ele ou ela aceitará as
próprias palavras das Escrituras como as inspiradas e inerrantes palavras de Deus. Muitos
que aderem a um ponto de vista progressista quanto a mulheres no ministério sustentam um baixo
ponto de vista das Escrituras, vendo o texto bíblico como as idéias,
filosofias e meditações de homens (tais como o apóstolo Paulo) ao invés de serem a
verdadeira Palavra de Deus dada para homens pelo ato direto de inspiração pelo
Espírito Santo. Se alguém conclui que as palavras do texto sob consideração
simplesmente reflete o meio cultural do apóstolo Paulo e por esta razão não pode
ser considerada com autoridade para o século 21, então nenhum outro argumento ou
investigação no tópico pode prosseguir, pois as crenças dessa pessoa são sujeitas a
conclusões e julgamentos de homens ao invés de à absoluta e imutável verdade
do próprio Deus.
No entanto, se alguém aceita a Bíblia como inerrante, com autoridade e como
"assoprada por Deus", então ele saberá que toda a Escritura "é
proveitosa para ensinar"
e ele desistirá de desfazer-se daquelas porções que ele não acredita serem
relevantes ou aplicáveis à sua própria situação.
A epístola do Novo Testamento de Paulo para Tito contém instruções
concernentes à necessidade que Tito "pusesse em boa
ordem as coisas que ainda restam"
(Tito 1:5) na igreja local e sua necessidade de "de
cidade em cidade estabelecesses presbíteros" na ilha de Creta. Paulo, especificamente, instruiu Tito: "fala
as coisas que
convêm à sã doutrina" (Tito 2:1), as verdadeiras "coisas" que estavam sendo
pervertidas pelos falsos mestres que estavam influenciando à igreja em Creta.
Dentro do confins do ministério da igreja local, uma área de "sã doutrina" que Tito
devia enfatizar, era a verdade que as mulheres mais idosas da congregação deviam
ensinar "4 ...as mulheres novas a serem prudentes, a
amarem seus maridos, a amarem seus filhos, 5 A serem moderadas, castas, boas
donas de casa, sujeitas a seus maridos ..." (Tito 2:4-5). Tal ensino concernente à obediência e moralidade era
vitalmente importante à saúde do corpo de Cristo. Por quê? Para que a
Palavra de Deus não fosse "blasfemada" ou reprovada (Tito 2:5).
Deste texto, é evidente que mulheres devem ensinar outras mulheres e que Deus
tem prescrito uma ordem de conduta para mulheres que, se seguida, glorifica-O e
faz com que Seu nome seja glorificado ao invés de ser reprovado e blasfemado. A
exata natureza deste ministério de "ensino" de mulheres não é explicitamente
declarada, mas certamente este ministério pode ser feito tanto em um ambiente de
sala de aula como em um arranjo para discipulado pessoal. Thomas
Oden, um que sustenta o ponto de vista igualitário para mulheres no ministério,
diz: "Mulheres com maturidade espiritual foram, especificamente, designadas em Tito 2:3 como
professoras (kalodidaskalous, professoras do que é bom). Mulheres com
maturidade espiritual são as conselheiras naturais das jovens. O ensinamento de virtude é melhor
dado pelo exemplo." Se mulheres ensinam outras mulheres na igreja local (como é
o caso de muitas arranjos feitos para classes da Escola Dominical de hoje em dia) ou
se elas as ensinam em locais fora da igreja local, o mandamento permanece o
mesmo: Mulheres devem ensinar outras mulheres, e, se não for, também, pela instrução
verbal, pelo menos, seja pelo próprio exemplo delas.
Em 1 Timóteo 2:1-15, Paulo dá instruções de adoração pública pelos crentes.
Dentro deste contexto, Paulo instrui mulheres na congregação a se vestirem modestamente
[isto é, com pudor e discrição] ao invés de em ostentação ou maneira centrada em ornamentos (vv. 9-10). Mas ao invés de
simplesmente escrever um manual para mulheres de estilo legalista, Paulo
escreveu estes versículos pela inspiração do Espírito Santo em um esforço para
deixar bem estabelecido um princípio bíblico de adoração corporativa na igreja local. O princípio
é este: O caráter da mulher é mais importante do que o traje dela. Homer Kent
escreve: "Ela deve se adornar com boas obras. O seu adorno, que a faz
atraente, não é ser suntuosamente ornamentada mas a exibição de caráter cristão...
Cada mulher crente deve valorizar muito mais um testemunho de suas obras cristãs do
que a reputação de ser a mulher mais bem vestida da congregação." Kent cita os exemplos nas
Escrituras de Febe, Lídia e Dorcas como aquelas cujas obras foram edificantes
para o corpo de Cristo e deixaram impressões permanentes não somente naqueles com
quem elas tiveram contato mas também sobre a igreja inteira até nossos dias.
Mesmo hoje, mulheres têm a responsabilidade, dentro da igreja local, de ministrarem a
outras através de suas boas obras e serem conhecidas por quem elas
verdadeiramente são através do seu caráter cristão piedoso. Mulheres podem
demonstrar suas boas obras dentro do corpo da igreja local através de uma variedade de
maneiras. Mostrar hospitalidade, encorajar outras, ensinar outras mulheres
e conservar os crentes atualizados quanto aos ministérios da igreja e aos missionários da
igreja são apenas algumas das maneiras pelas quais boas obras e caráter piedoso
podem ser revelados na assembleia local da parte das mulheres crentes.
As mulheres, na igreja local, não somente devem ensinar a outras mulheres
e manter boas obras e caráter piedoso mas Paulo também as ordena a serem
aprendizes. Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo declara que os falsos mestres
tinham influenciado algumas das mulheres na igreja dos efésios (2Ti 3:6-7). Ann
Bowman diz que: "parece que [Paulo] sabia que era importante que estivessem bem
fundamentadas nas Escrituras." 17 Naturalmente, a fim de serem
fundamentadas nas Escrituras,
era imperativo que as mulheres aprendessem sã doutrina e obedecessem àquilo que
elas tinham aprendido.
Primeira Timóteo 2:11 delineia como as mulheres eram para aprender na assembleia
local: "A mulher aprenda em silêncio, com toda sujeição." É importante notar
que esta declaração não implica que a mulher é para completamente se conservar
calada durante todo e cada culto de adoração pública da igreja local. Ao invés, a mulher é
para se conservar calada somente no processo de aprender, isto é, quando o líder
masculino da igreja está ensinando com autoridade a doutrina encontrada na
Palavra de Deus. Schreiner diz: "O foco do mandamento não é na mulher aprender
mas a maneira e o modo de aprender delas." (18) Bowman descreve a
maneira de aprender como tendo duas partes: Primeira: mulheres devem aprender
em silêncio, ou quietude, o que denota maneira exterior. Segunda: elas devem
aprender em toda submissão, o que denota a atitude do coração que tem que ser
acompanhado o aprender. (19)
Esta unção demonstra alta
consideração da cristandade pelas mulheres, em muito contraste tanto com a
cultura do Novo Testamento como com a tradição judaica. Em muitas
culturas, mulheres eram proibidas mesmo de aprenderem, muito menos de ensinarem
ou lerem em público. Donald Guthrie escreve que "a igualdade dos sexos...
receberam pouco reconhecimento nos tempos antigos. Não somente era a atitude
predominante grega contra ela, mas o pensamento hebraico era igualmente não
simpatizante." (20) Por exemplo: Guthrie declara que "As proibições rabínicas
eram muito mais severas do que as proibições cristãs," pois não era permitido
mesmo às mulheres ensinarem às criancinhas. Em contraste, o apóstolo Paulo manda
que as mulheres na assembleia local escutem atentamente e calmamente se submetam
aos pensamentos e corações delas para ensinar a Palavra de Deus.
Dos princípios acima mencionados, é evidente que as mulheres possuem um papel e
função na igreja que traz glória a Deus e beneficia todo o corpo de Cristo. Em
seu livro What's a Woman to Do... In the Church? [O Que É Para Uma Mulher
Fazer... Na Igreja?], David Nicholas lista uma variedade de ministérios que as
mulheres poderiam preencher não somente na igreja mas também na comunidade como
ensinar a outras mulheres a aprenderem a Palavra de Deus e adornar elas mesmas
com boas obras.
Tais papéis poderiam incluir:
. Um Ministério na Educação Cristã
. Um Ministério em Escolas Cristãs
. Um Ministério em Educação Cristã Superior
. Um Ministério em Evangelismo Pessoal e Discipulado
. Um Ministério de Evangelismo com Crianças
. Um Ministério em Missões
. Um Ministério para Mulheres
. Um Ministério em Publicações Cristãs
Certamente, uma mulher pode preencher uma variedade de papéis que traria honra a
Deus e edificaria todo o corpo de Cristo. Enquanto as mulheres podem servir em
uma variedade de áreas na igreja, a Palavra de Deus apresenta um princípio final
que proíbe às mulheres de exercerem uma particular função na igreja.
Uma compreensão acurada de 1 Timóteo 2:12-14 é a chave para um entendimento
apropriado do papel da mulher na igreja local. O versículo 12 declara: "Não
permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas
que esteja em silêncio." Neste ponto é necessário notar dois prevalecentes, mas
inadequados, argumentos que promovem um ponto de vista de igualdade das mulheres
na igreja local. Primeiro: alguns clamam que este versículo é simplesmente uma
opinião do apóstolo ao invés de uma proclamação autoritária de Deus para todas
as épocas. Entretanto, como previamente notificou, tal ponto de vista é
insuficiente e não tem que ser tolerado por aqueles que aceitam a inerrância e
inspiração das Escrituras. Nicholas faz um super trabalho falando sobre este
problema em seu livro What's a Woman to Do... In the Church?, e conclui
declarando que "o que realmente interessa na controvertida igualdade evangélica
não é a liberação das mulheres" mas, ao invés, "a probidade das Escrituras,
desde os mais ardentes defensores da igualdade no casamento e a igreja alcançar
suas conclusões negando a infalibilidade e inerrância da Bíblia." (21)
Um segundo argumento prevalecente entre os da igualdade é que Paulo estava
simplesmente dando um mandamento temporal, local somente para a igreja em Éfeso
devido à cultura na qual esta igreja estava envolvida. Em outras palavras, esta
determinação somente aplicou à igreja local de Éfeso. Alguns argumentam que o
mandamento de Paulo foi enviado para a igreja como um resultado da condição de
mulheres na cultura de Éfeso e a proeminência do culto da fertilidade pagã na
cidade. S. M. Baugh responde este argumento em um artigo inteiramente dedicado à
questão de se os efésios estavam ou não como "feministas" como muitos pensam.
Ele forçosamente expôs este aspecto de Éfeso e, por conclusão, o argumento de
igualdade .
As determinações de Paulo através de 1 Timóteo 2:9-15, então, não são medidas
temporárias num único cenário social. A sociedade e a religião de Éfeso - mesmo
o culto de Artemis dos efésios - compartilharam aspectos típicos com muitas
outras cidades contemporâneas greco-romanas... Por esta razão, nós temos toda
razão de esperar Paulo aplicar a restrição de mulheres ensinarem e exercitarem o
controle oficial sobre um homem em "todo lugar" (v. 8). ...Tratamentos
exegéticos podem proceder com a hipótese de que Éfeso não era a única sociedade
como nós lemos hoje... (22)
Um outro autor concorda e notifica que o contexto mesmo revela revela que a
declaração de Paulo não é dirigida somente para uma assembleia local, pois Paulo
sustenta o seu mandamento considerando o papel da mulher na igreja pelo caminho
de um princípio universal. T. David Gordon escreve:
É crucial notar-se a relação casual dos versículos 13 e 14 com os versículos
precedentes. Paulo estabelece seus comentários em uma realidade que existe por
fora de Éfeso: "Pois Adão foi formado primeiro do que Eva; e Adão não foi
enganado, mas a mulher foi enganada e tornou-se uma transgressora." Esta é razão
suficiente para reconhecer que algum princípio preservado é aplicado para esta
situação específica. A convergência de norma e ocasião que nós esperamos
encontrar em cartas de Paulo é expressamente comunicada na presente passagem. Há
um comando e há uma norma e estes são conectados por uma partícula causal (gar).
(23)
Então, o que 1 Timóteo 2:12 significa? A resposta encontra-se na palavra
ensinar. Bowen diz que a palavra "se refere quase exclusivamente para a
instrução pública ou ensino de grupos." Ela cita um estudo de Roy B. Zuck no
qual ele encontrou que fora de aproximadamente 100 ocorrências da palavra no
Novo Testamento, somente três vezes a palavra se refere ao ensino de indivíduos.
(Joã 8:28; Rom 2:21; Apo 2:14). Assim, neste exemplo, "ensinar" envolve o
pronunciamento público da Palavra de Deus.
Também a palavra ensinar é mesmo muito mais restringida a seu significado
nas Epístolas Pastorais. Robert L. Saucy escreveu um artigo útil detalhando o
significado de ensinar em 1Timóteo 2:12 e seu significado em todo o
contexto das Epístolas Pastorais. (25) Embora Saucy apenas chega bem perto de
realmente concluir que mulheres devem abster-se de qualquer papel pastoral na
igreja, ele habilmente argumenta que "ensinar" neste versículo envolve
[fielmente] transmitir à frente, guardar e conservar a doutrina que tem sido confiada à
igreja. Aquilo que era para ser ensinado é descrito nas Pastorais como
"doutrina" (1Ti 1:3; 2Ti 3:10), uma "declaração fiel" (1Ti 1:15; 4:9; 2Ti 2:11; Tit 3:8), uma "declaração verdadeira" (1Ti 3:1), "fé" (1Ti 4:6; Tit 1:13), "sã
doutrina" ou "boa doutrina" (1Ti 4:6; Tit 1:9; 2:1), "palavras benéficas" ou
"palavras sólidas" (1Ti 6:3; 2Ti 1:13), "a verdade" (2Ti 2:18; 4:4), "a palavra"
(2Ti 4:2) e "a palavra fiel" (Tit 1:9). É importante notar que estas verdades
vitais do próprio Deus foram para ser ensinadas "com toda a autoridade (1Ti 3:2;
Tit 2:15). Saucy diz: "A ênfase no ensinar e a importância vital de sua função
de manter a verdadeira doutrina cristã já sugere que a autoridade considerável é
fixada para este ministério nas cartas pastorais." (26) Ele acrescenta: "A
relação forte da função de ensinar para os líderes nas pastorais claramente
sugere que há um elemento com autoridade fixa. Kent concorda também, alarga a
extensão do termo para relatar seu contexto em todo o Novo Testamento. Ele diz:
"O papel de ensinar nos dias do Novo Testamento era um ofício de autoridade. "
(28) Esta compreensão de "ensinar" nas epístolas pastorais é fixada para mais
proibição de reter "[usurpando] autoridade sobre o homem." É evidente, então,
que as mulheres são proibidas de pregar, que é, exercer o ministério de
proclamação de autoridade da Palavra de Deus sobre homens na assembleia local de
adoração. Isto, entretanto, permitiria as mulheres preencherem uma variedade de
oportunidades ministeriais na igreja contanto que ela não ensinem com autoridade
a Palavra de Deus a homens.
1 Timóteo 2:13-14 dá a razão por que esta ordem é dada e necessária na igreja
local: "Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado,
mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão." A ordem divina de maneira
nenhuma denota qualquer forma de inferioridade das mulheres. Ao invés, este
texto lembra ao leitor que Deus tem determinado uma ordem às instituições que
Ele tem estabelecido. As razões de Paulo de proibir uma mulher de ensinar com
autoridade a Palavra de Deus a homens na assembleia local foram baseadas em dois
eventos históricos: a criação e a queda. Concernente à criação, Kent escreve: "A
real ordem cronológica da criação prova que Eva não estava pretendendo dirigir
Adão." (29) Bowen concorda, notificando que Adão que a "primazia cronológica de
Adão na criação trouxe com ela algum grau de autoridade.." (30) Note a
observação de Brown concernente à teologia dos Progressistas em relação aos
argumentos deles de mulheres na igreja:
A rejeição da especial e separada criação de homem e de mulher
é tão comum em nossos dias que muitos podem nem mesmo notar a pressão
psicológica colocada nelas para negar cada princípio de ordem derivada dela. É
neste clima que rejeita (ignora) a doutrina fundamental da criação na qual
(re)interpretações de 1 Timóteo 2:12 de igualdade tem florescido. Parece
fortemente promissor discutir os detalhes, pois são freqüentes os princípios
fundamentais que efetivamente controlam o resultado de interpretação de alguém.
(31)
Certamente, é assim o caso! Se os Progressistas nem mesmo aceitam a separação
literal, especial e separada de homem e mulher, então o princípio básico de
por que homens sustentam a posição de autoridade no lar e igreja é sem
valor, e implicações não práticas podem ser construídas delas.
Também não somente as mulheres se abstêm de proclamar com autoridade a Palavra
de Deus para homens devido à ordem estabelecida por Deus no tempo da criação,
mas ela também têm que atender a ordem de Deus como um resultado da natureza da
queda. Novamente, o versículo 14 de maneira nenhuma denota a idéia de que as
mulheres são menos inteligentes ou mesmo mais facilmente enganadas do que o
homem. Também não é, obviamente, sempre o caso, pois homens e mulheres são
iguais como indivíduos ao lado de Deus, embora cada um tenha sido encarregado
com funções ou papéis diferentes. Ao invés, este versículo relata o fato de que
Eva usurpou autoridade sobre seu marido por compartilhar do fruto em
desobediência para a clara ordem de Deus. Kent escreve: "Deste modo a queda foi
causada, não somente pela desobediência da ordem de Deus de não comer, mas
também por violar a divinamente designada relação entre os sexos. A mulher
assumiu a liderança e o homem com pleno conhecimento do ato, se subordinou à
liderança dela e comeu do fruto (Rom 5:19)." (32) Bowen chama isto de "inversão
de papéis" e diz que "o ponto de Paulo é que este papel reverso que causou tal
devastação no início não tem que ser repetido na igreja." (33) Enquanto tal
padrão de liderança masculina possa não ser popular ou politicamente correta na
cultura de hoje em dia, tais são as normas que Deus tem estabelecido para Sua
igreja, e aqueles que são Seus filhos somente O honrarão e glorificarão por
concordar com seus padrões com o coração e a mente desejosos.
Se alguém aceita a inerrância e a exatidão histórica da Escritura e
interpretar corretamente 1 Timóteo 2:9-15, então todas as porções do Novo
Testamento que falam sobre o papel da mulher na assembleia local se encaixará no
seu devido lugar. Por
exemplo, alguém compreenderá o que Paulo tencionava quando ele ordenou que as
mulheres "permanecessem em silêncio" na igreja local (1Co 14:33-34). Alguém
também compreenderá por que a natureza proscrita das Epístolas pastorais declara
que um pastor/bispo/ancião tem que ser "o marido de uma só mulher (1Ti
3:2). O leitor das Epístolas Pastorais tem que entender que Paulo está dando uma
direta e divina revelação concernente aos papéis e comportamentos de homens e
mulheres na igreja local, e ambos, mulheres e homens possuem certos ministérios
e responsabilidades para preencher. No entanto, a mulher é proibida de ensinar,
ou proclamar com autoridade a verdade da Palavra de Deus a homens numa
assembleia local de crentes. Hoje, esta proclamação autoritária da Palavra de
Deus inclui alguma forma de ministério pastoral ou sustentação de algum ofício
de ordenação. As razões para esta proibição divina se origina na ordem prescrita
na criação, na família e na igreja local.
(1) Eva Stimson, editor. Together on Holy Ground. Geneva, Switzerland:
Publicações WCC, 1999, p. 21.
(2) O livro que contém tanto a citação quanto as conclusões do estudo do
Seminário Hartford é Clergy Women: An Uphill Calling por
Barbara Brown Zikmund, Adair T. Lummis e Patricia M. Y. Chang. Louisville, Ky:
Westminster John Knox Press, 1998, p. 138.
(3) Ibid, p. 133.
(4) Ibid, p. 155.
(5) Bruce A. Robinson, "Women Clergy in Orthodox and Protestant Christianity,
and Other Religions." Um ensaio publicado em
http://www.religioustolerance.org/femclrg4.htm.
(6) Shelly Steig,
7 Assemblies of God
position paper. "The Role of Women in Ministry as Described in Holy Scripture."
August 1990. This document can be found at http://ag.org/top/ position_papers/0000_index.cfm.
8 Steig, p. 166.
9 Interview with Anne Graham Lotz on CBS's "60
Minutes," June 3, 2001.
10 Susan Hogan/Albach, "The Bible Tells Them So:
Evangelical Group Embraces Gender Egalitarianism as the Only Scriptural Way."
The Dallas Morning News, June 16, 2001.
11 Ibid.
12 Daniel Doriani, "A History of the Interpretation
of I Timothy 2,"Appendix 1 in Women in the Church: A Fresh Analysis of
1Timothy 2:9-15, Andreas J. Kostenberger, Thomas R. Schreiner and H. Scott
Baldwin, eds. Grand Rapids: Baker Books, 1995, pp. 213-267.
13 Robert W. Yarbrough, "The Hermeneutics of I
Timothy 2:9-15," Essay in Women in the Church: A Fresh Analysis of 1Timothy
2:9-15, Andreas J. Kostenberger, Thomas R. Schreiner and H. Scott Baldwin,
eds. Grand Rapids: Baker Books, 1995, pp. 167-171.
14 Ibid., pp. 169-170.
15 Thomas C. Oden, First and Second Timothy and
Titus. Louisville: John Knox Press, 1989, p. 116.
16 Homer A. Kent Jr., The Pastoral Epistles.
Winona Lake: BMH Books, 1986, P. 106.
17 Ann L. Bowman. "Women in Ministry: An Exegetical
Study of 1 Timothy 2:11-15," Bibliotheca Sacra, April-June 1992, p. 198.
18 Thomas R. Schreiner. "An Interpretation of 1
Timothy 2:9-15: A Dialogue with Scholarship," Essay in Women in the Church: A
Fresh Analysis of 1Timothy 2:9-15, Andreas J. Kostenberger, Thomas R.
Schreiner and H. Scott Baldwin, eds. Grand Rapids: Baker Books, 1995, p. 122.
19 Bowman, p. 198.
20 Donald Guthrie, The Pastoral Epistles. Tyndale
New Testament Commentaries. Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1990,
p. 86
21 David R. Nicholas, What's a Woman to Do...
In the Church? Scottsdale, AZ: Good Life Productions, Inc., 1979, p. 107.
22 S. M. Baugh, "A Foreign
World: Ephesus in the First Century," Essay in Women in the Church: A Fresh
Analysis of 1Timothy 2:9-15, Andreas J. Kostenberger, Thomas R. Schreiner
and H. Scott Baldwin, eds. Grand Rapids: Baker Books, 1995, pp. 49-50.
23 T. David Gordon, "A Certain Kind of Letter: The
Genre of I Timothy," Essay in Women in the Church: A Fresh Analysis of
1Timothy 2:9-15, Andreas J. Kostenberger, Thomas R. Schreiner and H. Scott
Baldwin, eds. Grand Rapids: Baker Books, 1995, p. 61.
24 Bowen, p. 200.
25 Robert L. Saucy, "Women's Prohibition to Teach
Men," Journal of the Evangelical Theological Society, 37:1 (March
1994), pp. 86-97.
26 Ibid., p. 88.
27 Ibid., p. 89.
28 Kent, p. 108.
29 Ibid., P. 109.
30 Bowen, p. 205.
31 Harold O. J. Brown, "The New Testament Against
Itself: 1 Timothy 2:9-15 and the 'Breakthrough' of Galatians 3:28," Essay in
Women in the Church: A Fresh Analysis of 1Timothy 2:9-15, Andreas J.
Kostenberger, Thomas R. Schreiner and H. Scott Baldwin, eds. Grand Rapids: Baker
Books, 1995, p. 204.
32 Kent, P. 109.
33 Bowen, p. 206.
Traduzido por Valdenira N.M. Silva, 2006
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.