Matt Ward
Aproximadamente 600 pastores e
líderes cristãos de uma variedade de nações se encontraram recentemente em
Belém para a Conferência Cristo no Posto de Controle 2016, uma
reunião bienal que, cada vez mais, objetiva deslegitimar Israel. O tema desta
conferência de 2016 foi “O Evangelho em Face do Extremismo Religioso”.
Nessa
conferência, quando se fala sobre “extremismo”, os participantes não estão se
referindo ao extremismo islâmico que segue desenfreado por todo o Oriente
Médio, extremismo do qual até mesmo John Kerry disse recentemente ser culpado
de genocídio. Quando eles usam a palavra “extremismo” nessa conferência, é em
referência ao Judaísmo e ao Estado de Israel. Aos olhos de muitos que
participam da conferência, pelo simples fato de sua existência o Estado Judeu
já é “extremista”.
A
anfitriã é a Faculdade de Teologia de Belém*, uma instituição envolvida na
narrativa pró-palestina, e no sistema de crença totalmente não bíblico da
Teologia da Substituição. Essa teologia tem sido usada há dois mil anos para
difamar os judeus e, mais recentemente, o Estado de Israel.
O
programa da conferência revela segmentos inteiros concentrados em tópicos como
“O Desafio do Sionismo Cristão”. Parece estranho que uma conferência que
aborda questões de “extremismo” também aborde questões sobre o “Sionismo
Cristão”, a menos que, logicamente, o objetivo seja enfraquecer o apoio cristão
a Israel e, fazendo isso, sutilmente (e não tão sutilmente) rotulá-lo como uma
crença extremista em si mesma. Incluir um segmento como este em uma conferência
como essa é semelhante não somente a demonizar Israel, mas também os cristãos
que defendem Israel.
Dentre
outros palestrantes, Munther Isaac, um dos organizadores da conferência,
apresentou um trabalho intitulado “O Sionismo Cristão Como Teologia Imperial”.
Hank Hanegraaff, o famoso “Homem da Resposta Bíblica” (do Instituto
Cristão de Pesquisas nos EUA), também apresentou um trabalho, com o título “Uma
Resposta do Evangelho ao Sionismo Cristão”.
A
constante argumentação da Conferência Cristo no Posto de Controle de
que o Sionismo Cristão é errado e que os cristãos que amam e apoiam Israel
estão enganados, na melhor das hipóteses, e são execráveis, na pior, precisa
ser desafiada. Muitas das afirmações escondidas no âmago profundo da teologia
da Conferência Cristo no Posto de Controle 2016 me incomodam.
A teologia e as crenças encontradas em seu Manifesto são, por exemplo:
· Qualquer
reivindicação exclusiva à terra da Bíblia em nome de Deus não está de acordo
com o ensinamento das Escrituras.
· A
afiliação étnica não garante os benefícios da Aliança Abraâmica.
· Para os
cristãos palestinos, a ocupação é a questão central do conflito.
· O Reino
de Deus chegou. Os evangélicos devem retomar o papel profético, trazendo paz,
justiça e reconciliação à Palestina e a Israel.
Eu
defendo Israel porque Deus defende Israel. Eu amo Israel porque Deus ama
Israel, e me diz diretamente para amar Israel também (Gênesis 12.3). A despeito
de seus maiores esforços na Conferência Cristo no Posto de Controle
2016, Israel não vai desaparecer. A própria Bíblia é clara a respeito
deste ponto.
Várias
profecias do Antigo e do Novo Testamento na Bíblia se referem ao moderno Estado
de Israel. Um dos temas proféticos mais consistentes na Bíblia é que, no fim
dos tempos, Israel estará novamente de volta à sua terra, reunido, vindo das
nações do mundo. Esta será uma experiência única, altamente distinta de
retornos anteriores de Israel para sua terra histórica.
Esse
retorno ocorrerá nos “últimos dias”. Nós estamos nesses “últimos dias” hoje,
embora ninguém da Conferência Cristo no Posto de Controle 2016reconheceria
isto. A Bíblia também é clara quando afirma que, quando Israel for trazido de
volta para a sua terra nos tempos finais, permanecerá naquela terra para
sempre.
Jeremias
31.38-40 afirma:
“Eis
que vêm dias, diz o SENHOR, em que esta cidade será reedificada para o SENHOR,
desde a torre de Hananeel até a porta da esquina. E a linha de medir
estender-se-á para diante dela, até ao outeiro de Garebe, virar-se-á para Goa.
E todo o vale dos cadáveres e da cinza, e todos os campos até o ribeiro de Cedrom,
até a esquina da porta dos cavalos para o oriente, serão consagrados ao SENHOR;
não se arrancará nem se derrubará mais eternamente.” (ACF).
“não
se arrancará nem se derrubará mais eternamente”. Esta profecia
cumprida pode somente se referir ao moderno Estado de Israel. Ela não pode se
referir ao primeiro retorno dos judeus no tempo de Esdras e de Neemias, uma vez
que esse retorno resultou na Diáspora no ano 70 d.C.
Depois
de Esdras e Neemias, a cidade foi novamente arrasada e destruída. No ano 70 d.C.,
a Décima Legião de Tito esmagou Israel, espalhou o povo judeu pelos quatro
cantos do mundo, arrasando-o e destruindo-o. Isto significa que somente o
moderno Estado de Israel pode ser o cumprimento direto desta profecia-chave do
Antigo Testamento.
Jeremias
também nos fala com bastante simplicidade que, quando Israel voltar em
cumprimento a esta profecia, ficará ali para sempre. O Irã ou o ISIS não
mudarão este fato. Cristo no Posto de Controle certamente não
mudará este fato. Israel não vai será removido para lugar algum.
Isaías
11.11-12 nos diz:
“E
há de ser que naquele dia o Senhor tornará a pôr a sua mão para adquirir outra
vez o remanescente do seu povo, que for deixado, da Assíria, e do Egito, e de
Patros, e da Etiópia, e de Elã, e de Sinar, e de Hamate, e das ilhas do mar. E
levantará um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e
os dispersos de Judá congregará desde os quatro confins da terra.”
Novamente,
assim como em Jeremias, esta referência só pode se referir ao moderno Estado de
Israel, não ao retorno sob a liderança de Esdras e Neemias, porque Isaías nos
diz que o Senhor ajuntará Seu remanescente uma segunda vez. Na primeira vez,
Israel foi ajuntado sob a liderança de Esdras e Neemias. Esta só pode ser uma
referência a 14 de maio de 1948, quando Israel tornou-se novamente uma nação,
depois da Diáspora (Dispersão); foi ajuntado pela segunda vez.
Isaías
também nos dá aqui uma outra importante informação. Ele nos diz que o
reajuntamento será também desde as “ilhas do mar” e “dos quatro cantos da
terra”. O primeiro ajuntamento, sob a liderança de Esdras e Neemias, foi do
cativeiro de Babilônia, não de todas as nações da terra.
A
única vez que Israel foi reunido desde “as ilhas do mar” e dos “quatro cantos
da terra” foi em 1948, quando o povo judeu voltou da Diáspora mundial.
Então,
por que Cristo no Posto de Controle prega que o moderno Estado
de Israel não é legítimo? O ensino deles é diretamente contestado pela própria
Palavra de Deus, que declara que o reajuntamento de Israel é um ato deliberado
e proposital de Deus.
Será
que os palestrantes da Conferência Cristo no Posto de Controle sabem
disso ou estou, de algum modo, enganado?
A
famosa história da Natividade de Lucas, tão negligenciada por estudantes de
profecia, assegura-nos do futuro de Israel. Depois que o anjo saúda Maria com a
famosa fala: “Salve, agraciada; O Senhor é contigo” (Lucas 1.28, ACF), ele
continua explicando que Maria conceberia e daria à luz um filho (Lucas
1.31, ACF).
O
que é geralmente negligenciado é que o anjo continuou e disse a Maria, nos
versículos 32-33: “Este será grande e será chamado filho do Altíssimo;
e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; e reinará eternamente na
casa de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
Na
primeira vinda de Jesus isto não aconteceu. Na verdade, o que ocorreu foi o
contrário. Jesus não ocupou o trono de Davi e nunca reinou fisicamente sobre
Israel; contudo, esta profecia nos diz que o reino dEle “não terá fim”.
O reino de Jesus ainda está no futuro, o que significa que a atual existência
de Israel não pode ser uma casualidade.
No
entanto, de acordo com Cristo no Posto de Controle 2016, quando
o Rei voltar, Ele terá que se contentar em governar a partir de uma nação que
não é legítima. Isto não é grande coisa para um Rei herdar, não é mesmo?
Ezequiel
Ezequiel
nos dá outras pistas, indicando que o moderno Israel jamais será arrasado
novamente. Em Ezequiel, o profeta faz referência ao reajuntamento de Israel
numa época em que “E meu servo Davi será rei sobre eles” (Ezequiel
37.24, ACF).
Ezequiel
diz:
“Então
me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel.
(...) ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. (...) E porei em vós o meu
Espírito e vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o SENHOR,
disse isto, e o fiz, diz o SENHOR.” (Ezequiel 37.11-12,14, ACF).
“Eis
que eu tomarei os filhos de Israel dentre os gentios, para onde eles foram, e
os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei uma
nação na terra. (...) E habitarão na terra que dei ao meu servo Jacó, em que
habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos de seus
filhos, para sempre, e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.”
(Ezequiel 21-22,25, ACF).
Aqui,
Ezequiel trata da profecia relacionada a Israel que ainda é futura. Davi ainda
não é, novamente, o Príncipe de Israel. Isto deve significar que Deus tem a
intenção de que Israel retorne à sua terra, querendo dizer que Ele ainda não
terminou Suas ações com o povo judeu.
Israel
não é um acaso da história, tampouco o povo judeu roubou a terra de outros, nem
é um Estado de apartheid. Israel está exatamente onde está
hoje porque Deus assim o quis. Para que esta profecia seja cumprida, o moderno
Estado de Israel claramente terá que existir no futuro para que Davi possa
reinar novamente.
Oseias
O
retorno de Israel à terra e a provisão de Deus para o povo judeu também são
coisas claramente definidas na metáfora do Antigo Testamento. Simplesmente não
é possível que Deus permita que Israel seja arrasado ou destruído novamente
depois de seu reajuntamento final. E aqui estão os motivos:
O
profeta Oseias, em seu livro, apresenta um quadro de Deus tratando com Israel
em sua rebelião. Oseias nos diz que Deus quer levar Israel de volta à sua
antiga terra. Oseias recebe a ordem de Deus para se casar com Gômer e juntos
eles têm filhos; mas Gômer, esposa de Oseias, é adúltera e se prostitui com
muitos homens. Oseias, portanto, abandona Gômer. No capítulo 3, Oseias recebe a
ordem para aceitar Gômer novamente como sua esposa, a despeito de suas
infidelidades e falhas óbvias.
Esta
é uma figura da fidelidade de Deus em face da infidelidade. Deus escolhe Israel
e se casa com Israel, mas Israel comete adultério espiritual com as religiões
das nações que o cercam. Portanto, Deus o expulsa, mas somente por um tempo.
Mais tarde, Deus recebe Israel de novo como Sua esposa, não porque Israel
mereça isto por seus próprios méritos ou sua fidelidade, mas porque Deus é
compassivo e porque ama Israel.
Oseias
3.5 explica como, nos tempos do fim, os israelitas retornarão a Israel e
buscarão a Deus política e religiosamente como seu Rei.
“Depois
tornarão os filhos de Israel, e buscarão o SENHOR seu Deus, e a Davi, seu rei;
e temerão ao Senhor, e à sua bondade, no fim dos dias” (Oseias 3.5, ACF).
Estes
dias em que vivemos são os últimos dias de que Oseias falou, e, exatamente como
ele profetizou, a nação de Israel foi trazida de volta para sua terra. Deus
está, mais uma vez, por causa de Seu amor por Israel, voltando Sua face em
favor daquela nação, primeiro, trazendo-o de volta à terra, e depois, fazendo
Israel buscar o Senhor nos âmbitos político e religioso. Deus realizará isso em
breve por meio da guerra descrita em Ezequiel 38-39, e, finalmente, no próprio
período da Tribulação. O palco para esses dois eventos está sendo estabelecido
neste exato momento.
“E
assim todo o Israel será salvo” (Romanos 11.26). Que o começo desse
processo está acontecendo em Israel hoje, com o rápido aumento no número de
judeus escolhendo Yeshua como Senhor e Salvador, é claro. Isto também indica
que o Arrebatamento da Igreja está bem perto, à medida que o tempo dos gentios
se aproxima do fim.
Aceitar
o ponto de vista dos palestrantes da Conferência Cristo no Posto de
Controle 2016 e crer que falta legitimidade a Israel é questionar a
integridade das Escrituras e da profecia.
Contudo,
muitos palestrantes na Cristo no Posto de Controle denigrem
abertamente a profecia bíblica e se recusam a ensiná-la. Eles fazem isso porque
a profecia contradiz totalmente a visão de mundo e a mensagem deles. A Bíblia
tomada como um todo completo contradiz a mensagem e a visão de mundo deles.
Em
última instância, é uma questão de quem você escolhe para crer. Você vai crer
nas palavras dos homens ou na Palavra do próprio Deus?
Quanto
a mim, vou responder como o grande líder israelita Josué respondeu antes de
mim:
“Porém,
se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem
sirvais; (...) porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” (Josué 24.15).
Amém.
Que Deus abençoe abundantemente Sua santa herança, Israel. (Matt Ward — Rapture Ready — Beth-Shalom.com.br)
* Em 2013, a
missão Portas Abertas trouxe ao Brasil o reverendo Bishara Awad, fundador da
Faculdade Bíblica de Belém, promotora da conferência Cristo no Posto de
Controle. Ele foi palestrante no Congresso da SEPAL e em diversas
igrejas, além de ser entrevistado em programas de rádio e em publicações
evangélicas.
As opiniões
expressas nos artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores
Fonte: http://www.beth-shalom.com.br.
Todas as
citações bíblicas são da ACF (2011).
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em http://BibliaLTT.org, com ou sem notas.
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.