É Para O Mundo Ser Convertido Antes De Cristo Voltar?
Pelo reverendo Clarence Larkin
opinião comum é que o Evangelho deve ser pregado em todo o mundo até ele ser completamente convertido, então virá o Milênio, após Cristo voltar e haverá uma "ressurreição geral" e um "julgamento geral", e a terra será destruída pelo fogo, o tempo vai parar e começar a eternidade. É esta a "agenda" das Escrituras?
Depois de quase 1900 anos de pregação do Evangelho as igrejas de
Cristo em todo o mundo estão se multiplicando com grande rapidez? Estão as
congregações nas igrejas aumentando em número e a capacidade de lugares nas
igrejas para acomodá-los? Estão as igrejas no centro e bairros mais fortes,
mais lotadas e influentes do que nunca? Estão os seguidores professos de Cristo
mais consagrados, espirituais e benevolentes do que nunca? Estão os homens e
mulheres cristãos a mostrar sua crença em seus negócios e assuntos sociais, como
nunca antes? Será que os nossos jovens, moças e rapazes, estão renunciando ao
mundo em grande número e dando-se ao ministério e a obra missionária? As
tesourarias das agências missionárias estão sobrecarregadas com excesso de
oferta de fundos? Nossas igrejas têm alguma dificuldade em suprir as suas
necessidades financeiras? As cidades, vilas e países do mundo, onde o Evangelho
foi pregado por séculos, tornaram-se completamente cristianizadas, de modo que
hoje o mundanismo e pecado é praticamente desconhecido deles? É um fato que os
filhos de pais cristãos, naturalmente e de bom grado aceitam o Evangelho de
modo que o cristianismo está crescendo tão rapidamente como a taxa de
natalidade nas famílias cristãs? O Cristianismo está influenciando negócios, empresas
comerciais e de manufatura, a tal ponto que todos os negócios estão agora a ser
realizados com base em princípios cristãos? Estão as combinações de capital e
trabalho sendo executados na base da "Regra de Ouro" e no
"Espírito de Cristo"? Estão as nações da terra transformando as suas
espadas em arados e suas lanças em foices? Estão desmantelamento suas armadas e
diminuindo o tamanho de seus exércitos? As cidades e vilas cessaram de
construir prisões, penitenciárias e casas de correção? Será que não há mais
necessidade de agentes da lei e tribunais de Justiça? Estão os governos das
nossas e cidades e nações mais livres de desgoverno e corrupção do que nunca? É
a lei mais honrada, e há menos divórcios e mais pureza de vida neste século do
que no anterior?
Fazer estas perguntas é ao mesmo tempo respondê-las. O Evangelho
então tem uma falha, ou temos mal interpretada a sua missão? Há três linhas de
argumentação que podemos seguir em busca de nossa resposta.
I. O argumento HISTÓRICO
A história do mundo, conforme descrita nas Escrituras, tem
consistido até a presente era de cinco dispensações, todas marcadas como o
Reverendo A.T. Pierson, tão claramente delineou, por sete características
essencialmente iguais –"Primeiro, um avanço em plenitude e
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clareza de revelação, então
gradual declínio espiritual, então conformidade com o mundo terminando em fusão
com ele, depois uma gigantesca e brilhante civilização, mas sem Deus; então o
desenvolvimento paralelo do bem e do mal, em seguida, então a apostasia e,
finalmente, uma catástrofe". Estas cinco dispensações foram: (1) O Éden,
da "Inocência". Ela terminou na "QUEDA DO HOMEM". (2)
A Ante-diluviana, da "consciência". Terminou no "DILÚVIO". (3)
A pós-diluviana, do "Governo Humano". Ela terminou na "confusão
das línguas" em "Babel". (4) A Patriarcal, da
"Família". Terminou em escravidão por Israel no EGITO. (5) A Legal,
da "Lei". Ela terminou na "CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO" e
a dispersão pelo mundo do povo judeu. Agora, como esta Dispensação da
"Graça", em que estamos vivendo terá fim? É para acabar de forma
diferente daquelas que a precederam? Para a nossa resposta devemos nos voltar
para a História da Profecia.
II. O argumento BÍBLICO
Por razões de brevidade e para evitar a repetição vamos limitar
nosso argumento para as palavras do próprio Cristo. Em Mateus 13:1-52 temos uma
profética descrição "Parabólica" do caráter desta dispensação. Na
parábola do "semeador" descobrimos que apenas uma
pequena porcentagem das sementes germinou, cresceu e frutificou, e que apenas
uma pequena parte produziu uma centena. Na parábola do "joio e do
trigo" vemos que o trigo e o joio estão a crescer lado a lado até
a colheita, que é o fim desta Dispensação, e que eles vão amadurecer em
plenitude, cada um segundo a sua própria espécie, até
os anjos ceifeiros ajuntarem o joio, prepará-los para queimá-los após o trigo
ser seguramente reunido no "celeiro celestial". Na parábola do
"grão de mostarda", vemos como a Igreja é procurada como um
"lugar de abrigo" pelas "aves do céu", os emissários de
Satanás (Mateus 13:4,19), que pousam em seus ramos, não tanto para abrigo, mas
para sujar a árvore. Estes são os "falsos doutores" da II Pedro
2:1-2, que são tão evidentes em nossos dias. Na parábola do
"fermento" vemos a disseminação da "Doutrina do Mal" na
esfera da Igreja Cristã. Fermento nas Escrituras é um tipo de mal. Não pode ser
um tipo do Evangelho, pois Evangelho não se propaga de si mesmo, enquanto o
fermento o faz. E como o fermento é para permear e contaminar toda a massa de
farinha, é claro que a "Doutrina do mal" vai prevalecer na Igreja nos
últimos dias desta dispensação. Passando pelas quintas e sextas parábolas que
se referem a Israel, o "tesouro escondido", e a Igreja, que é a
"Pérola", chegamos na parábola da "rede". Desta
parábola, vemos que no final desta dispensação, em vez de todo o "mar da
humanidade" estar na rede do Evangelho, apenas uma pequena proporção será
capturada, e deles nem todos são bons, pois os peixes bons são
recolhidos em vasos, e os maus são lançados fora. Dessas Parábolas que vemos
que o mundo não é para ser convertido antes da volta de Cristo.
Em Seu "Sermão no Monte das Oliveiras" (Mateus 24:1-31),
Jesus na noite de terça, antes de Sua crucificação, em resposta a pergunta dos
discípulos – "quando serão essas coisas, e que SINAL haverá da
tua vinda e do fim do mundo (era)?"- disse:
"E ouvireis de guerras e de rumores de guerras... nação
contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em
vários lugares. Mas todas estas coisas são o PRINCÍPIO
DE DORES... E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos ESFRIARÁ...
Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do
mundo... E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se SALVARIA;
mas por causa dos escolhidos (judeus) serão abreviados aqueles
dias".
Que Jesus não se refere aqui a "Tribulação" que se
abateu sobre os judeus na destruição de Jerusalém em 70 d.C é claro, pois Ele
acrescenta:
"E, LOGO depois da aflição daqueles dias, o sol
escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as
potências (poderes do mal) dos céus serão abaladas. (Nenhuma dessas coisas
aconteceu na destruição de Jerusalém). ENTÃO aparecerá no céu (o céu da
atmosfera) o sinal (uma nuvem) DO FILHO DO HOMEM; e todas as tribos
da terra se LAMENTARÃO, e verão o Filho do homem, vindo sobre as
nuvens do céu, com PODER e GRANDE GLÓRIA".
Estas palavras revelam o fato de que quando Jesus voltar, será
IMEDIATAMENTE após um período de guerras, fomes, pestes, terremotos
e um tempo de "Grande Tribulação", que se não for encurtado irá
destruir toda a carne, e que quando Ele voltar, em vez de ser recebido com
alegria, as tribos da Terra "se LAMENTARÃO", homens desmaiando de
TERROR (Lucas 21:25-27), todas as tribos (nações) da terra se lamentarão sobre
ele (Apocalipse 1:7), e os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os
chefes, e os homens poderosos, e todo escravo e todo livre, irão se esconder
nas cavernas e nas rochas das montanhas, e dizer aos montes e aos rochedos - "CAÍ
SOBRE NÓS, E ESCONDEI-NOS DO ROSTO DAQUELE QUE ESTÁ ASSENTADO SOBRE O TRONO, E
DA IRA DO CORDEIRO; PORQUE É VINDO O GRANDE DIA DA SUA IRA; E QUEM PODERÁ
SUBSISTIR?", Apocalipse 6:15-17.
Que tempo horrível é aqui revelado. Não é uma imagem de um mundo
evangélico convertido prazerosamente saudando o retorno de seu Senhor, mas de
um mundo em pânico tentando escapar de sua presença, quando Ele será revelado
como "LABAREDA DE FOGO", tomando VINGANÇA dos que não
conhecem a Deus (os pagãos), e dos que não obedecem ao "Evangelho de
Cristo" (os maus). II Tessalonicenses 1: 7-10. Verdadeiramente Cristo não
vai encontrar "FÉ", cobrindo a terra, quando Ele voltar.
Lucas 18: 8.
III. O argumento do "MUNDO"
Uma das objeções para o retorno pré-milenar de Cristo é que ele
não pode ser enquadrado com a crença na "continuidade da história".
Mas o Seu retorno não vai interferir com a "continuidade da história"
mais do que a Primeira Vinda o fez. O mundo tem mantido o seu curso desde então
tal como aconteceu antes, e assim será depois de Sua Segunda Vinda. A
"Segunda Vinda" vai ser um "episódio" ou "evento"
na história. Outra objeção é que Seu retorno não é científico. O que anula o
"desenvolvimento evolutivo" do cristianismo, e é uma confissão de que
as "forças espirituais" de Deus são incapazes de salvar o mundo, e
que Deus vai ter que recorrer ao "Miraculoso militarismo", e enviar
os "Exércitos do céu" sob a liderança de Cristo, para se salvar da
derrota. Apocalipse 19:11-21.
Tudo o que é necessário para responder a estas objeções é comparar
a orgulhosa civilização de hoje com a de 100 anos atrás, para ver que a
civilização de hoje se degenerou. As nações hoje são como "bestas
selvagens" atacando umas as outras, como predito por Daniel. Daniel 7:
1-28. O orgulhoso gênio de hoje está envolvido não tanto em trabalho
construtivo, mas na invenção de instrumentos destrutivos de guerra. Homens,
mulheres e as nações se tornaram brutalizados, e parecem ser "bárbaros
embutidos". O "sangue envenenado" do PECADO não
mais se esconde em algum órgão interno do "corpo político", e agora é
revelado na superfície, e é visto na ilegalidade do mundo. Tal como pouco antes
do dilúvio, a terra está cheia de "corrupção" e "violência"
(Gênesis 6:11-12), como Jesus disse que seria, quando afirmou:
"E, COMO aconteceu nos dias de Noé, ASSIM será TAMBÉM nos
dias do Filho do homem", Lucas 17: 26.
Uma comparação entre os "Dias de Noé" com o presente
indica que estamos vivendo nos últimos dias desta dispensação.
OS DIAS DE NOÉ
As características proeminentes dos dias pouco antes do Dilúvio
foram:
1. Uma tendência para adorar a Deus simplesmente como um
"Criador" e não como "Jeová", exigindo expiação do pecado.
Para ilustrar, as ofertas de Caim e Abel. Gênesis 4: 3-8. Assim, hoje, os
homens fazem pouco caso da "expiação pelo SANGUE".
2. Um rápido avanço da civilização nas "artes" e nas
"ciências" que levaram à facilidade e luxo. Gênesis 4:19-22. Isto é
verdade hoje, quando consideramos todas as invenções modernas que tendem ao
conforto e acesso rápido às informações.
3. Houve uma união da "linha santa" de Sete e da
"linha ímpia" de Caim, de modo que na época do dilúvio,
havia apenas 8 pessoas aptas para ser salvas na arca Gênesis 7: 7, 13. Então,
hoje, há uma "aliança profana" entre a Igreja e o Mundo.
4. Um grande aumento e "congestionamento da
população" nas cidades. Gênesis 4:16-17; 6: 1. Esta tendência leva a todos
os tipos de maldade e corrupção. Gênesis 6: 5, 11-12. Isto é verdade, pois
nossas grandes cidades hoje, são focos de criminalidade.
5. "Proeminência" indevida do "sexo feminino".
A sentença de Deus sobre Eva era que ela deveria estar sujeita a seu marido
(Gênesis 3:16), mas o registro da causa do dilúvio revela o fato de que as
mulheres daqueles dias não "ficavam em casa", mas eram proeminentes
nos assuntos públicos. Quão real é isso hoje.
6. "Relações sexuais ilícitas" dos "habitantes
do ar" (anjos em forma humana) com as “filhas dos homens”.
Gênesis 6:2-4. O renascimento do espiritismo e a busca por "ESPÍRITOS
ENGANADORES" ou "familiares" é um dos
"sinais" dos "últimos tempos", ou últimos dias
desta dispensação. I Timóteo 4:1-3. A cidade de Babilônia restaurada será o
"antro" de todos os tipos de "ESPÍRITOS IMUNDOS".
Apocalipse 18:2.
7. A "rejeição" da pregação de Enoque e Noé. Judas 14-15. Hoje a
pregação da vinda pré-milenar do Senhor é ridicularizada (II Pedro 3:3-4) e
abandonada, e doutores que terão "comichão nos ouvidos"
com alguma doutrina suave são populares. I Timóteo 4:3-4.
Dessas sete características marcantes dos "dias de Noé"
vemos, por comparação, que estamos no limite dos "dias do Filho do
Homem".
O que testemunhamos hoje não é um mundo convertido pela pregação
do Evangelho, mas uma "civilização sem Deus" que tem sido
construída por Satanás em sua tentativa de trazer um "MILÊNIO
FALSIFICADO". Se o mundo não foi convertido depois de quase 1900
anos de esforço, o Evangelho tem sido um fracasso. Um exame cuidadoso da
"História das Missões" revela o fato de que o mundo hoje está mais
longe de ser convertido do que na época do fim do primeiro século. As missões
modernas começaram com William Carey em 1792. A população do mundo em 1792 foi
estimada em 731 milhões de pessoas, como se segue:
Pagãos .........................420,000,000
Islâmicos ....................130,000,000
Católicos Romanos......100,000,000
Protestantes ...................44,000,000
Igreja Grega ...................30,000,000
Judeus ..............................7,000,000
731,000,000
A população do mundo, de dados estatísticos confiáveis,
era, no ano de 1915, de 1,7 bilhões, conforme segue:
Pagãos ..........................875,000,000
Islâmicos ......................225,000,000
Católicos Romanos.......280,000,000
Protestantes ..................200,000,000
Igreja Grega .................110,000,000
Judeus .............................10,000,000
1,700,000,000
Depois de 123 anos de trabalho missionário, de 1792 até 1915,
existem hoje [N.T.: dados de 1915] em números redondos apenas cerca de
4.000.000 cristãos professos em terras pagãs, que incluem China, Índia e
África. Contando os católicos romanos, a Igreja grega, e os protestantes,
apenas um terço da população mundial é nominalmente cristã, e dos protestantes
apenas metade, ou 100.000.000, são membros de igreja, e deles, possivelmente,
50% nunca nasceram de novo. Se em 123 anos, de 1792 a 1915, o paganismo passou
de 420.000.000 para 875.000.000, e os convertidos vindos do paganismo só
aumentaram no mesmo período do primeiro convertido para 4.000.000, não é
evidente que há 100 vezes mais pessoas nascidas no mundo a cada ano do que os
que "NASCEM DE NOVO?". Quantos séculos, a este
ritmo, levará o mundo a não ser convertido, mas se TORNAR PAGÃO? Então, não
devemos esquecer que, com a difusão do cristianismo, há um renascimento das
religiões pagãs, e que o envio de missionários da "teologia moderna"
está dificultando nosso trabalho missionário. O que esses fatos e números
provam? Eles provam que o Evangelho é um fracasso? Não! O Evangelho nunca
falhou e nunca falhará. Ele é o "Poder de Deus" para a SALVAÇÃO.
Romanos 1:16. O "Evangelho" está apenas realizando a missão que Deus
intenciona. O que esses números provam é que não é o propósito de Deus
converter o mundo nesta dispensação, mas simplesmente reunir um "corpo
eleito" - A IGREJA.
Traduzido e adaptado por Edimilson de Deus Teixeira
Fonte: Livro Second Coming of Christ de
Clarence Larkin
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em http://BibliaLTT.org, com ou sem notas.
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.