Dave
Hunt
Porém escolhi a Jerusalém para que ali estivesse o meu nome; e
escolhi a Davi, para que estivesse sobre o meu povo Israel.... Porque agora escolhi
e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela
estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.... Também pós uma
imagem de escultura do ídolo que tinha feito, na casa de Deus, da qual Deus
tinha falado a Davi e a Salomão seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que
escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre.
2 Crônicas 6.6; 7.16; 33.7
«Cântico e salmo para os filhos de Coré» Grande é o SENHOR e mui
digno de louvor, na cidade do nosso Deus, no seu monte santo. Formoso de sítio,
e alegria de toda a terra é o monte Sião sobre os lados do norte, a cidade do
grande Rei... Como o ouvimos, assim o vimos na cidade do SENHOR dos Exércitos,
na cidade do nosso Deus. Deus a confirmará para sempre.
Salmo 48.1-2,8
Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR te repreenda, ó Satanás,
sim, o SENHOR, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado
do fogo?
Zacarias 3.2
Porque o SENHOR escolheu a Sião; desejou-a para a sua habitação,
dizendo: Este é o meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei.
Salmo 132.13 e 14
Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha direita
da sua destreza.
Salmo 137.5
Há cidades no mundo atual que são reconhecidas por sua localização
estratégica, seu grande tamanho, seu clima e recursos naturais, ou seu
potencial e sua capacidade industrial e manufatureira. Jerusalém não tem
nenhuma dessas vantagens para recomendá-la. Mas não existe outra cidade no
mundo que seja mais conhecida e mais amada por tantas pessoas de nacionalidades
e crenças diversas. E, certamente, não existe outra cidade de maior importância
para a paz mundial.
Não é necessário discutir que a paz do mundo depende da paz de
Jerusalém. Esse incrível fato é reconhecido pelas Nações Unidas, pois o maior
esforço é feito por seus membros para encontrar alguma maneira de alcançar uma
paz justa e duradoura entre árabes e judeus na Palestina - e um progresso significativo
foi aparentemente feito. Até hoje, no entanto, a questão de Jerusalém ainda
pende na balança e será o fator decisivo. Jerusalém é, na realidade, única
entre as cidades mundiais tanto em relação à sua história como ao seu impacto
presente e futuro no resto do mundo.
Única? Sim, sem dúvida essa cidade desgastada pelo tempo se mantém
solitária, numa categoria própria. Ao contrário de qualquer outro lugar na
terra, Jerusalém sozinha é isolada e seu papel notável no destino
mundial (muito evidente hoje) está expresso claramente através da
Bíblia tanto nos registros históricos como nas afirmações proféticas. As
citações proféticas no início deste capítulo são poucas entre as 811
vezes que Jerusalém é mencionada nas Escrituras.
Uma
Explicação Absurda?
Essa miríade de referências oferece uma explicação aparentemente
absurda para a posição surpreendente de Jerusalém no cenário mundial de hoje,
uma posição que jamais poderia ser de qualquer outra cidade e que até a
maioria dos atuais habitantes de Jerusalém não acredita pertencer a ela. Como
é que aquela que deveria ser apenas mais uma cidade aparentemente comum (ou até
mesmo obscura) do Oriente Médio poderia alcançar tal posição? Se palavras têm
algum significado, os profetas bíblicos declaram inequivocamente e
com voz ressoante, século após século, que Jerusalém é "a cidade de
nosso Deus", escolhida por Ele para desempenhar um papel especial no
destino humano. Desafiamos o leitor a encontrar qualquer outra justificativa
para a singularidade de Jerusalém.
Tal afirmação é geralmente rejeitada de modo sumário hoje em dia,
e por várias razões. Existem aqueles que desconsideram qualquer crença em Deus
e que ridicularizam a Bíblia como sendo uma coleção de mitos. Quão irônico que
uma alta porcentagem dos habitantes daquela que a Bíblia designa como "a
cidade do nosso Deus" aleguem ser ateus! Como tais, porém, eles não podem
negar o papel extraordinário de Jerusalém nos assuntos mundiais nem podem
apresentar uma teoria para explicá-la.
Outras pessoas, enquanto alegam algum interesse religioso e tolerância,
são todavia cautelosas em levar a Bíblia "muito ao pé da letra". E
até mesmo os literalistas, às vezes, discordam entre si a respeito do que as
passagens proféticas da Bíblia realmente significam. Para aumentar a confusão,
um grande número de evangélicos está aceitando a antiga opinião católica de
que a Igreja substituiu os judeus como povo de Deus. O Estado de Israel é,
portanto, visto por muitos como uma criação ilegítima de um sionismo mal
direcionado e irritantemente zeloso que teve sorte no momento exato na
história.
A maioria dos judeus de hoje considera a existência de Israel como
resultado de sorte fortuita combinada com sangue, suor, e lágrimas ao invés do
cumprimento de profecia (na qual quase ninguém mais acredita). Para os
árabes, é claro, a sugestão de que Deus prometera a Palestina aos judeus e
está agora cumprindo essa promessa é absurda. Para os muçulmanos
fundamentalistas isso é blasfêmia. Apesar das palavras Palestina e Canaã não
aparecerem no Corão, o Islã ensina que essa terra não pertence aos judeus, mas
aos árabes. Por isso a própria existência de Israel e, acima de tudo, o seu
controle sobre Jerusalém são insultos intoleráveis ao Islã. Somente com a
expulsão dos judeus da Palestina é que a honra árabe pode ser restaurada.
Porém, apesar dos árduos esforços militares dos árabes, utilizando
a superioridade numérica impressionante de força humana e de máquinas, e
contando com o apoio da ex-União Soviética, a pequena nação de Israel não só
sobreviveu, mas na verdade tem se tornado cada vez mais forte. A superioridade
da máquina bélica israelita é um fato fascinante e bem estabelecido que acabou
forçando os árabes a negociar. E não importa a objeção que os céticos façam, o
fato de que (precisamente como a Bíblia previu) a paz do mundo inteiro
está ligada ao futuro de Jerusalém não pode ser negado. Tampouco existe uma
explicação razoável ou uma refutação lógica dessa situação realmente
inconcebível.
Um
Racionalismo Religioso?
Alguns céticos têm proposto, como uma justificação puramente
racional, a atração espiritual irresistível que essa "Cidade Santa"
exerce sobre metade da população mundial. Ela é venerada por cerca de 1 bilhão
de muçulmanos, 1 bilhão de católicos romanos, 400 milhões de devotos ortodoxos,
e 400 milhões de protestantes. Mas o fato em si apenas cria mais dúvidas e
aprofunda o mistério do caráter surpreendente de Jerusalém.
Por exemplo, Jerusalém não é mencionada sequer uma vez no
Corão - uma omissão um tanto gritante se ela é mesmo tão sagrada para o
Islã como os muçulmanos de hoje crêem. Houve até mesmo uma tentativa frustrada
no início do Islã (por razões comerciais) de fazê-la o centro da adoração
muçulmana, mas essa tentativa foi rapidamente rejeitada pelo mundo muçulmano.
O historiador Will Durant escreve:
Em
684, quando o rebelde Abdullah ibn Zobeir controlou Meca e recebeu os impostos
de seus peregrinos, Abd-al-Malik, ansioso por atrair um pouco dessa renda
sagrada, decretou que a partir de então essa rocha [onde Abraão havia oferecido
Isaque e o templo havia se situado em Jerusalém] deveria substituir a Caaba [em
Meca] como o objeto da peregrinação sagrada. Sobre aquela rocha histórica seus
artesãos ergueram [em 691] no estilo sírio-bizantino o famoso "Domo da
Rocha", que logo passou a ocupar o terceiro lugar entre as "quatro
maravilhas do mundo muçulmano..."
O
plano de Abd-al-Malik de fazer esse monumento substituir a Caaba fracassou; se
tivesse tido sucesso, Jerusalém teria sido o centro de todas as três religiões
que competiram pela alma do homem medieval. Mas Jerusalém não era nem a capital
da província da Palestina [sob os árabes]...[1]
Durante os séculos em que Jerusalém esteve sob completo controle
árabe, nenhum governador árabe ou líder islâmico jamais a fez o objeto da
peregrinação religiosa - novamente uma estranha indiferença pela cidade que
agora é considerada o terceiro local religioso mais sagrado no Islã, depois de
Meca e Medina. Nós somos confrontados com uma questão óbvia: como e por
que o status de Jerusalém mudou tão dramaticamente nos tempos modernos? O
fato da enorme rocha achatada dentro do Domo ter sido o local do sacrifício de
Isaque por Abraão e também do Templo não foi o suficiente para mover a alma
muçulmana. Ela tinha que ser o cenário de um mito associado com Maomé para
estimular tal sentimento.
Uma
Incoerência Muçulmana
A importância de Jerusalém na concepção popular dos muçulmanos de
hoje é derivada da crença de que dentro do Domo na Rocha fica o local sagrado
de onde Maomé supostamente subiu ao céu. Essa tradição, no entanto, apesar de
agora estar firmemente estabelecida na mente muçulmana, é de origem recente.
Ela é, na verdade, uma fantasia inventada pelo tio de Yasser Arafat, Haj Amin
el-Husseini, antigo Grão-Mufti de Jerusalém. Ele promoveu esse mito nas décadas
de 1920 e 1930 para incitar o sentimento árabe contra a crescente presença
judaica em Jerusalém e para justificar a localização do Domo da Rocha no local
do Templo.
É evidente que tal idéia não era a verdadeira razão para a construção
desse monumento ao Islã por Abd-al-Malik em 691, pelo fato de que o único
verso do Corão (Sura 17:1) que faz alusão a esse suposto evento, como é
afirmado agora, não é encontrado entre os versos do Corão que estão inscritos
dentro do Domo. A ausência dessa passagem-chave do Corão explica tudo.
Obviamente a interpretação agora dada a esse verso era desconhecida
antigamente, e com boa razão. O fato é que qualquer leitura normal do verso,
utilizando o significado normal das palavras, é incapaz de sugerir a tradição
de Maomé ter visitado aquele local e de lá ter sido levado para o céu. O Corão
não diz nada disso, mas sua simples afirmação foi distorcida e se tornou uma
tradição islâmica atualmente aceita. Aqui está o verso:
Glorificado
seja Ele que carregou Seu servo à noite do Inviolável Lugar de Adoração para o
Lugar Distante [al-Aqsa] de Adoração, cuja vizinhança Nós abençoamos, para que
Nós apresentemos a ele Nossas ofertas! Eis que Ele, e só Ele, é Quem ouve, e
Quem vê.
O comentário que o acompanha diz que o "Inviolável Lugar de
Adoração" é Meca e que o "Lugar Distante de Adoração" é Jerusalém.
O primeiro é, com certeza, verdade, porque Meca desfrutou dessa posição desde o
princípio. O outro, porém, não tem fundamento porque Jerusalém nunca havia
sido cenário de adoração islâmica até essa época, nem o seria pelos próximos
séculos. Como já notamos, Jerusalém não é mencionada pelo nome no Corão,
nem nesse verso nem em qualquer outro lugar. Então, como poderia ser um lugar
de oração para o muçulmano que nunca foi direcionado a ela?
Obviamente, o magnífico Domo na Rocha foi erguido naquele local em
particular não somente numa tentativa de Abd-al-Malik de obter recursos
potencialmente vastos dos peregrinos, mas também para impedir que os judeus
algum dia reconstruíssem o Templo. Sem dúvida pensou-se que, sem aquela
estrutura sagrada, os judeus não teriam razão para se reunirem novamente em
Jerusalém. Assim, há mais de um milênio, estava pronto o cenário para um
conflito futuro que hoje ameaça a todos nós com uma Terceira Guerra Mundial -
uma guerra por causa de Jerusalém, uma guerra da qual a Terra provavelmente
jamais se recuperará. Teremos muito mais a dizer sobre esse assunto em
capítulos subseqüentes.
Internacionalização
de Jerusalém
O fato de Jerusalém ser singular é atestado ainda mais porque a
maioria das nações do mundo de hoje quer que ela esteja sob controle internacional.
O Vaticano até exigiu a internacionalização de Jerusalém durante o debate da
ONU em 1947 a respeito da divisão da Palestina. Nenhum desejo semelhante é
expresso ou sequer faz sentido para outras cidades, então por que seria imposto
a Jerusalém? Isso não é razoável e não tem precedente. No entanto, até
agora as nações do mundo concordam entre si que Jerusalém não pode ser a
capital de Israel, apesar de Israel ter designado e situado seu Knesset
(Parlamento) ali em 1980. O resto do mundo já ditou a uma nação onde ela
poderia ou não estabelecer sua capital? Então, por que o fazem a
Israel? Certamente governos seculares não crêem no que a Bíblia diz sobre
Jerusalém, então porque eles consideram essa pequena e isolada cidade do
Oriente Médio tão especial?
Para termos uma comparação, considere o caso da Alemanha Oriental.
Quando aquele país derrotado, desafiando o acordo de Potsdam, designou Berlim
Oriental como sua capital, as nações consentiram imediatamente sem qualquer
murmúrio de protesto. Não com Jerusalém. Não há nenhum acordo internacional que
dê a outras nações qualquer controle de Jerusalém. Porém ela é tratada
como se pertencesse não a Israel, mas ao resto do mundo.
Na verdade, as maiores potências do mundo, no que aparentemente é
um acordo não-escrito entre elas, determinaram que um dia Jerusalém será um
centro mundial de "paz" sob controle internacional. Não é
coincidência que o Vaticano teve um papel principal nesse programa e
recentemente alcançou o favor de Israel para buscar esse estranho propósito. O
fato de Jerusalém ser a chave da paz mundial é óbvio demais para ser
discutido. Mas o fato de que Jerusalém, dentre todas as cidades do mundo,
desempenhe tal papel não faz sentido, a não ser que se aceite o que a Bíblia
diz sobre ela.
Como outras nações, os Estados Unidos, apesar de terem apoiado
Israel, no entanto colocaram sua embaixada não em Jerusalém mas em Tel Aviv, ao
contrário dos desejos de Israel. Até a mídia mundial acompanha essa negação
aberta a Israel de dirigir seus próprios assuntos. Por exemplo, de maneira
arbitrária e desafiando a lógica, a BBC e outras emissoras européias de rádio e
televisão habitualmente se referem a Tel Aviv como a capital de Israel, uma
distorção inexplicável dos fatos que persiste como uma espécie de conspiração
mundial gigante. Num recente programa de perguntas na televisão alemã, Tel Aviv
foi considerada a resposta correta para a pergunta sobre a localização da
capital de Israel. Quão frustrante para Israel que a capital que escolheu não
seja considerada como tal pelo resto do mundo!
Só se pode perguntar novamente: "Por que esse tratamento sem
precedentes para Jerusalém?" O que a faz tão especial? Por que ela tem
tanta importância para todas as nações? Só a Bíblia oferece uma explicação
razoável. Se a resposta bíblica para essa questão é rejeitada, então nenhuma
outra resposta racional pode ser encontrada. Sua significância religiosa, como
já vimos, não é suficiente para explicar completamente a singularidade de
Jerusalém, uma singularidade que tem significância totalmente irracional para
as potências seculares mundiais.Por que um mundo que não crê nas promessas da
Bíblia a respeito de Jerusalém, mesmo assim trata essa cidade como se o que a
Bíblia diz é verdade?
Uma
Traição nos Bastidores?
Surpreendentemente, os líderes de Israel estavam envolvidos numa
considerável intriga de bastidores para concretizar o controle internacional -
negociações que equivaliam a uma traição à sua nação. De acordo com o boletim
de inteligência Inside Israel, o ex-ministro do Exterior,
Shimon Peres, enviou uma carta para Yasser Arafat em outubro de 1993,
"comprometendo Israel a respeitar instituições governamentais da OLP em
Jerusalém." Após Peres ter negado a existência da carta, finalmente foi
admitido que ela fora enviada. Essa confissão relutante foi seguida por uma
revelação ainda mais perturbadora. Mark Halter, um amigo chegado de Peres,
"disse ao semanário israelense Shishi que em maio [de
1994] ele entregou uma carta de Peres ao papa que descrevia os planos do então
ministro do Exterior em relação a Jerusalém. De acordo com Halter, 'Peres
ofereceu entregar o governo da Cidade Antiga de Jerusalém ao Vaticano'."
De acordo com o plano secreto (e para a maioria dos israelenses,
inimaginável), a cidade teria tanto um prefeito israelense como um palestino,
ambos sob a autoridade do Vaticano. O Vaticano deixou claro que considera os
locais religiosos em Jerusalém sagrados demais para estarem sob o controle de
autoridades locais. Ele quer carregar sobre seus próprios ombros essa
responsabilidade e, aparentemente, Peres estava disposto a permitir isso. Num
acordo aparente com o Vaticano, os "líderes da comunidade cristã" em
Jerusalém entregaram ao governo israelense no final de 1994 um documento não-publicado
que também aclamava a internacionalização de Jerusalém[2].Numa
tentativa aparente de assegurar a todos os lados que trataria do assunto
imparcialmente, o Papa João Paulo II declarou numa entrevista exclusiva para a
revista Parade no começo de 1994:
Nós
acreditamos que, com a aproximação do ano 2000, Jerusalém se tornará a cidade
de paz para todo o mundo e que todas as pessoas poderão se reunir ali,
principalmente os fiéis das religiões que encontram sua herança na fé de Abraão
[obviamente incluindo os muçulmanos][3].
Outras revelações confidenciais indicam queJerusalém deveria
tornar-se o "segundo Vaticano do mundo", com todas as três religiões
principais operando ali, como o Papa insinuou, sob a autoridade de Roma. Um Estado
palestino surgiria em aliança com a Jordânia, com sua capital religiosa em
Jerusalém, mas tendo sua capital administrativa em outro lugar, possivelmente
Nablus. O Ministério de Relações Exteriores de Israel justificou essa aparente
traição prometendo que os novos laços de Israel com o mundo católico iriam
levar ao comércio, turismo, e prosperidade e que um governo católico de
Jerusalém daria uma mão forte para a rápida solução de futuras disputas entre
judeus e árabes. Um pronunciamento vindo da Jordânia no final de 1994 pareceu
confirmar o que foi declarado acima:
A
Jordânia renunciou na semana passada às suas ligações religiosas com a Judéia,
Samaria e Gaza, mas reteve suas reivindicações religiosas com respeito a
Jerusalém... Relações entre a Jordânia e a Autoridade Nacional Palestina (AP)
se desgastaram após a assinatura de uma declaração jordaniano-israelense em 25
de julho, na qual Israel reconhecia um papel especial da Jordânia quanto aos
locais muçulmanos de Jerusalém...
Em
Jericó, o ministro de Relações Islâmicas da AP recebeu com prazer a decisão da
Jordânia de cortar suas relações religiosas com os territórios[4].
Na Conferência de Cúpula de Washington que se seguiu, o
[entrementes falecido] rei Hussein da Jordânia, esperando defender o seu
direito ao controle jordaniano dos locais sagrados de Jerusalém, declarou que
"só Deus tem o direito de decidir quem será dono do Monte do Templo e de
Jerusalém." Como um comentarista judeu afirmou, no entanto, "Ele está
certo, é claro. Mas a questão então se torna, Deus de quem? Pois... o Alá de
Hussein não menciona Jerusalém nem uma vez no Corão, enquanto a Bíblia
hebraica e o Novo Testamento se referem ambos à cidade mais de 800 vezes. O
Deus de Israel já exerceu Seu direito de decidir. E Ele deu Jerusalém aos
judeus como sua herança eterna... [um fato que] desafia a insidiosa teologia
'interconfessional' que iguala Deus ao Alá do Islã."[5]
O mesmo escritor, ao comentar um livro recente de Eliyahu Tal
intitulado Whose Jerusalém? (Jerusalém de Quem?), acusa os
"possíveis redivididores" de Jerusalém de terem "a intenção de
arrancar o próprio coração da alma judia." Sua resenha apresenta a
essência de um livro convincente:
"Tal
fala sem rodeios. E para aqueles que ainda escolhem legitimidade histórica ao
invés das reivindicações dos xiitas iranianos, árabes palestinos, hachemitas,
marroquinos e árabes sauditas, inspiradas pelo Islã, e 'lubrificadas' com
petróleo, a informação reunida em Whose Jerusalém? oferece uma base sólida com
a qual rebater os apelos cada vez maiores para a redivisão de Jerusalém, ou sua
rejeição como a capital exclusiva do Estado judeu...
Apenas
os judeus viveram e morreram por séculos na esperança de serem fisicamente
restaurados a esta cidade. Só quando um rei judeu reinava aqui é que a
Shechinah (glória de Deus) brilhava visivelmente em Jerusalém, e, portanto,
foi somente para os judeus que a própria cidade tem sido santa por todos esses
anos."[6]
A
Sinceridade Ameaçadora de Arafat
Jerusalém parece ter uma importância singular, também, no programa
de Deus dos eventos dos últimos dias. Jesus declarou:
E
cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e
Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.
– Lucas 21:24 (ênfase acrescentada)
Será que a tomada de Jerusalém pelos judeus em 1967 marcou o fim
da era gentílica e trouxe Israel de volta ao centro do palco no programa de
Deus? Se assim for, Jerusalém deve continuar em mãos judias até Armagedom. Isso
não significa, porém, que a batalha pelo controle de Jerusalém terminou. Na verdade,
sem dúvida, ela se intensificará à medida que a revelação do Anticristo se
aproxima.
Essa batalha certamente já está esquentando. No começo de 1994,
num discurso numa mesquita de Johannesburgo, Yasser Arafat pediu a jihad (guerra
santa) contínua por parte dos árabes para retomar Jerusalém. Quando o conteúdo
de seu discurso, obviamente direcionado apenas aos ouvidos árabes, tornou-se
de conhecimento público, criou um distúrbio compreensível no ambiente governamental
israelense. Arafat tentou disfarçar sua afirmação dizendo que jihadtambém
significa um confronto pacífico.
Não existe, no entanto, tal conceito no Corão; e "confronto
pacífico" certamente não foi nem ensinado nem praticado por Maomé. Na
verdade, outra afirmação naquele discurso de Arafat não deixa nenhuma dúvida
da sua intenção: "Esse acordo [entre a OLP e Israel], eu não o considero
mais que o acordo que foi assinado entre nosso Profeta Maomé e os
Quraish." Essa referência foi ameaçadora.
Os Quraish, a própria tribo de Maomé, controlava Meca mas não com
poder suficiente para aguentar a crescente força militar de Maomé. Então seu
povo assinou um tratado de paz com Maomé, que, por pretexto, o Profeta quebrou
dois anos mais tarde, matando os líderes dos Quraish e conquistando Meca.
Assim, Arafat estava dizendo que o acordo da OLP com Israel é apenas um passo
na declarada conquista de Israel, a ser quebrado bem facilmente e, com a
consciência bem tranqüila, na medida em que o próprio Maomé deu o exemplo
de traição justificável. O analista israelense Moshe Zak escreveu:
Não
foram mentiras ou estupidez que caracterizaram as afirmações de Arafat em Johannesburgo,
mas uma estupenda sinceridade. Suas declarações diretas e claras lembravam Mein
Kampf (Minha Luta), no qual o autor [Hitler] foi direto a respeito de seus
planos, de tal forma que seus adversários não o levaram a sério. Todos nós sabemos
agora que ao se tornar realidade o programa satânico de Hitler já era muito
tarde para pará-lo.
Arafat
não deixou escapar segredos em Johannesburgo: ele aproveitou sua convocação
para uma jihad e citou o acordo de Maomé com a tribo Quraish para testar a sua
tese de que Israel iria engolir isso também.
O
líder da OLP tinha certeza de que os protestos israelenses fortaleceriam sua
posição entre seu próprio povo - pois ele jamais poderá dar a impressão de
estar cooperando com Israel contra o Hamas e o Jihad Islâmico [dois importantes
grupos terroristas]. Sua retórica sobre uma guerra santa para libertar
Jerusalém foi criada para remover toda suspeita de tal cooperação...
Seja
qual for a interpretação das afirmações de Arafat, uma coisa é certa: as massas
palestinas entendem sua mensagem sobre uma guerra santa para libertar Jerusalém.[7]
Não se engane: O mundo terá guerra ou paz dependendo do que
acontecer na "cidade de nosso Deus." Na verdade, nós sabemos o
que acontecerá ali porque a Bíblia profetizou isso com muitos detalhes. Vamos
nos referir a essas profecias nas próximas páginas.
Gostando
ou Não
Será mera coincidência que Jerusalém, a chave atual da paz
mundial, foi originalmente chamada Salem, que significa "paz"? Ela
foi governada naqueles antigos dias por uma das figuras mais enigmáticas na
história: Melquisedeque, rei de Salem. Ele aparece subitamente do nada nas
páginas das Escrituras, depois desaparece. Esse era território pagão, mas
Melquisedeque era:
E
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do
Deus Altíssimo. – Gênesis 14:18
Porque
este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e
que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o
abençoou; - Hebreus 7;1
(ênfases
acrescentadas)
Abraão, conhecido como "o amigo de Deus", admirava
Melquisedeque como alguém maior que ele mesmo, honrou-o com uma oferta, e
aceitou sua bênção (Gênesis 14.19,20; Hebreus 7.1,2).
Conversando com Deus, Salomão chamou Jerusalém de "cidade,
que tu elegeste..." (1 Reis 8.44). Jerusalém, com o seu
destino profético pronto para atingir força total, apresenta uma mensagem clara
para o mundo: a humanidade não é o produto do acaso e de forças
evolucionárias cegas. Nada no universo, nem a própria energia nem as míriades
de formas em que se manifesta, pode ser explicado pelo acaso. Claramente as
leis da física e química não iniciaram seu controle organizado sobre a matéria
mas foram criadas por um Legislador; e tão obviamente quanto isso, o átomo e a
célula viva, com sua organização e função incompreensíveis, só poderiam ter
sido criados e concretizados por um Criador infinito. Em concordância com o
universo que a cerca, Jerusalém declara ao mundo que a humanidade tem um lugar
especial na criação de Deus e que um destino glorioso espera aqueles que
reconhecerem e obedecerem ao Deus de Israel que escolheu Jerusalém como Sua
cidade.
Se alguém gosta das implicações ou não, permanece o fato de que o
papel, racionalmente inexplicável, desempenhado por Jerusalém foi profetizado
na Bíblia milhares de anos atrás. E se alguém gosta das implicações ou não,
permanece também o fato de que essas profecias bíblicas oferecem a única
explicação racional para o lugar singular de Jerusalém no cenário mundial de
hoje. Os fatos permanecem por si sós, e não podem ser refutados apesar de
muitos israelenses e sionistas rejeitarem seu sabor milagroso. Nos capítulos
seguintes documentaremos essas profecias e o seu incrível cumprimento.
Sem a Bíblia não é possível fazer sentido da história humana. Nós
nos deparamos com apenas duas escolhas: ou a humanidade é simplesmente um
acidente, que aconteceu em um dos bilhões de planetas (e se aqui, talvez em
outros espalhados pelo cosmo), ou fomos criados por Deus para Seus próprios
propósitos. É só o Deus da Bíblia que dá propósito e significado à Sua
criação, e Ele decretou que Israel terá um papel importante em Seu plano.
Jerusalém! Ela é diferente de qualquer outra cidade na terra. Ela
fica no centro da história e no próprio coração dos propósitos de Deus para
este planeta e todos os seus habitantes. Essa é a "Cidade de
Deus", onde Deus escolheu colocar Seu nome e para a qual Ele dará a última
palavra. Quer goste ou não, o mundo inteiro não pode escapar das implicações
dessa escolha.
HUNT, Dave. Jerusalém,Um Cálice de Tontear. - As Profecias
sobre a Cidade Santa. Páginas 5 a 19. Traduzido do original “A Cup Of
Trembling”, 1995. Harvest house Publication. Todas as citações bíblicas são
da Almeida Corrigida e Fiel ao Texto Original, publicado pela Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil.
[1] Will
Durant, The Story of Civilization: The Age of Faith (Simon and
Schuster, 1950), Vol. IV, p. 229.
[2] The Jerusalem Post Internacional Edition, semana
terminada em 31 de dezembro, 1994, p. 6.
[3] Parade, 3 de abril, 1994, primeira capa.
[4] The Jerusalem Post International Edition, Semana
terminada em 8 de outubro, 1994, p. 2.
[5] The Jerusalem Post International Edition, Semana
terminada em 1 de outubro, 1994, p. 8B.
[6] Ibid.
[7] The Jerusalem Post International Edition, Semana
terminada em 27 de maio, 1994.
Autor: Dave Hunt
(enviado pelo Pr. Miguel Ângelo Maciel, assumo que tenha sido o
tradutor)
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em http://BibliaLTT.org, com ou sem notas.
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.