Tim LaHaye
Sete motivos pelos quais seu
pastor pode estar despreparado ou não desejar pregar sobre as profecias dos
tempos finais
Depois de 68 anos no ministério
e servindo também como palestrante convidado em centenas de igrejas,
frequentemente me pergunto por que tantos ministros são tão silenciosos quando
se trata de usar seus púlpitos para falar sobre a profecia bíblica. Devemos
lembrar que pelo menos 28% da Bíblia eram proféticos no tempo em que ela foi
escrita.
O Dr. John Walvoord, grande
estudioso da profecia, identificou mais de 1.000 profecias em seu livro The
Bible Prophecy Handbook [O Manual da Profecia Bíblica]. Dessas
profecias, mais da metade já foram cumpridas literalmente, assegurando-nos que
a outra metade, que é composta das profecias dos tempos do fim, também será
cumprida literalmente. Essas profecias já cumpridas deveriam tornar mais fácil
crermos que estamos vivendo nos tempos, ou muito próximos do tempo, que a
Bíblia chama de “os últimos dias” ou “os tempos finais”.
Dentre os muitos sinais que
já foram cumpridos, nenhum é mais óbvio do que a própria existência do povo
judeu agora morando em sua pátria, tendo sido obrigado a ir ou voluntariamente
migrado para lá, vindo de mais de 170 nações do mundo durante os últimos 125
anos.
Hoje, Israel existe e ocupa o
noticiário diário na televisão, no rádio e na mídia mundial, exatamente como os
profetas e apóstolos predisseram que aconteceria nos últimos dias.
Qualquer pessoa que esteja
familiarizada com essa grandiosa predição do final dos tempos reconhece o que
Jesus quis dizer no Sermão do Monte das Oliveiras, quando falou: “Aprendei,
pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e
brotam folhas, sabeis que está próximo o verão” (Mateus 24.32). A
figueira representa a nação de Israel. Em outras palavras, quando o povo judeu
começar a se juntar novamente em sua terra, você saberá que este é um sinal da
volta do Senhor e que o fim está “próximo”.
Muitos estudiosos das
profecias consideram o Sermão do Monte das Oliveiras como a profecia mais
importante sobre os tempos do fim no Novo Testamento. Pessoalmente, creio que
ela indica que, entre o terrorismo islâmico do Oriente Médio e os muitos outros
sinais do fim, podemos estar próximos daquilo que denomino “o fim dos tempos do
fim”. A tragédia é que muitos dos púlpitos de nossas igrejas estão praticamente
silenciosos com relação a este assunto.
Como professor de Bíblia,
pastor e evangelista, acho que não há nada mais inspirador para o evangelismo e
para o crescimento espiritual do que pregar sobre as profecias bíblicas e sobre
a certeza da Segunda Vinda de Jesus. (Esta é a única fonte de esperança e
consolação para as pessoas que estão vivendo em uma época em que o homem
secular tem provado tão obviamente ser incapaz de suportar o caos que está
explodindo na maior parte do nosso mundo, particularmente em Israel e ao redor
de Israel.)
Todavia, o mais incrível é
que aqui estamos nós, vivendo em uma época em que Deus revelou em Sua Palavra
grande parte de Seus maravilhosos planos para nossa futura vida eterna, mas que
muitos púlpitos permanecem silenciosos sobre essa reconfortante verdade que é
tão óbvia quando estudamos as profecias já cumpridas. Por quê? Creio que há
vários motivos. Considere alguns dos que seguem:
Muitas das igrejas mais tradicionais e
algumas das reformadas não interpretam a Bíblia literalmente. Sempre que você
espiritualiza ou alegoriza o significado de Deus para Sua Palavra, você a torna
ininteligível. Por outro lado, aqueles que não tomam a Bíblia literalmente
muitas vezes ridicularizam a nós, que a aceitamos literalmente, acusando-nos de
fazermos uma “interpretação literal, dura, das Escrituras”.
Certos ministros não estão
dispostos a ter o difícil trabalho de estudar a Palavra de Deus.
Cremos que Deus disse o que
Ele tencionava quando falou através de Seu Espírito Santo para profetas e
apóstolos especiais; contudo, também deveríamos entender o que Ele quis dizer
para a geração dos apóstolos e profetas e fazer daquilo uma aplicação para
nossa geração, utilizando do senso comum. A linguagem vai sendo alterada com o
decorrer dos anos. Depois de 300 anos, é difícil entender Chaucer e Shakespeare
na língua original em que eles escreveram. Partes da Bíblia foram escritas mais
de 3.000 anos atrás. Somos afortunados hoje por termos tantas traduções da
Bíblia e tantas Bíblias de Estudo, nas quais os estudiosos interpretaram
adequadamente as expressões modernas equivalentes das Escrituras tão antigas.
Também acreditamos que há
muitas passagens que incluem símbolos, metáforas e figuras de linguagem que
devem ser considerados à luz de seu contexto original para nos darem a certeza
de que temos exatamente o sentido pretendido.
Muitas igrejas evangélicas
adotaram a estranha ideia, proposta por Agostinho no Século V d.C., de que a
Bíblia deveria ser tomada literalmente exceto pelas passagens proféticas.
Assim, eles evitam ensinar as profecias mesmo em meio aos muitos sinais que
existem em nossa era, que são indicações óbvias do fim. Um desses sinais é o
miraculoso retorno de Israel para a Terra Santa em nossa própria geração. A
simples existência de Israel 4.000 anos depois que o patriarca Abraão deu
início ao povo hebreu, no tempo em que muitas nações se afundaram nas areias do
tempo, é um milagre em si. Entretanto, hoje, Israel existe e ocupa o noticiário
diário na televisão, no rádio e na mídia mundial, exatamente como os profetas e
apóstolos predisseram que aconteceria nos últimos dias.
Muitíssimos programas de pós-graduação em
teologia e até mesmo faculdades cristãs de teologia têm empregado doutores e
professores com base no mérito que receberam de “programas credenciados de
pós-graduação” de faculdades seculares, onde o programa educacional central era
secular ou era hostil a Deus e à Bíblia, ou simplesmente os ignorava
completamente. Muitos desses professores ridicularizam aqueles que ensinam
sobre a natureza divina da Bíblia, particularmente a natureza da profecia
futura.
Meu grande amigo Dr. Howard
Hendricks divulgou um princípio educacional muito importante: “Não podemos
transmitir aquilo que não temos”. O triste fato é que muitos de nossos pastores
que ficam em silêncio quanto às profecias não tratam da questão porque conhecem
muito pouco a respeito do assunto. Os educadores que tinham experiência
pastoral não planejaram suas grades curriculares, mas tinham “graus de mestrado
ou doutorado credenciados”. O fato de serem pós-graduados deve ajudar aquela
universidade ou seminário teológico a obter o credenciamento de uma associação
regional de credenciamento, mas também significa que os pastores não são
treinados para “pregar a Palavra”, como os apóstolos Paulo, Pedro, Tiago e
outros admoestaram. Seria melhor para as igrejas em todos os lugares se os
seminários teológicos encontrassem homens de Deus experientes e com duas ou
três décadas de vivência pastoral bem-sucedida para ensinarem a geração
seguinte como pastorear e pregar a Palavra de Deus.
Sei, em primeira mão, que
isso exige muito trabalho e que estudar é trabalho pesado. Isto requer que o
pastor tenha forte senso de autodisciplina no estudo da Bíblia para que possa
transmitir uma mensagem com base bíblica sadia e fundamentada no fogo do
Espírito Santo. Entendo a necessidade de ministrar às muitas almas necessitadas
da congregação, além de lidar com os funcionários da igreja e cuidar dos outros
problemas inesperados que surgem para todo pastor. Entretanto, quando se trata
da pregação, jamais me esquecerei do conselho do meu tio, o pregador Dr. E. W.
Palmer. Ele me disse: “Filho, nunca suba ao púlpito despreparado. Arranque
grandes porções de carne da Palavra de Deus e as dê como alimento para seu
povo, e seja evangelista”. Com a ajuda de Deus, tenho tentado obedecer a esse
conselho.
Nada estimula mais o corpo de
Cristo ao evangelismo para ganhar almas do que o ensino sobre a vinda próxima
de Cristo e o final desta era.
A importância da preparação
do sermão foi graficamente ilustrada a mim numa noite depois de um dos nossos
muitos Seminários Sobre a Vida em Família, com o Dr. Henry Brandt. Ele
nunca criticou seu pastor em conversas particulares comigo, exceto naquela
noite. Observei que ele estava um tanto pesaroso, quando me disse: “Meu pastor
nunca estuda o suficiente para ministrar segundo as necessidades da
congregação. Toda semana vou à igreja e me encontro com pessoas que pedem em
silêncio: “Homem de Deus, hoje preciso ouvir uma mensagem vinda do Senhor para
me inspirar a ser uma bênção espiritual em um mundo confuso como o nosso”. Mas,
meu pastor não estuda a Palavra de Deus o suficiente para nos trazer uma
mensagem poderosa do Senhor”. Aquele pastor não ficou muito tempo naquela
igreja.
Falando honestamente, aquela
conversação atingiu diretamente o meu coração, à medida que comecei a examinar
meus próprios hábitos de estudo. Maridos e pais ocupados têm todo o direito de
esperar uma mensagem estimulante para a alma, para que sejam espiritualmente
estimulados através do aprendizado das verdades bíblicas quando participam dos
cultos. Isso não pode acontecer a menos que o pastor estude cuidadosamente sua
Bíblia antes de subir ao púlpito. É verdade que, embora sejamos comissionados a
pregar todo o conselho de Deus, nada é mais inspirador do que pregar sobre
algumas das muitas promessas da futura vinda de Jesus. Foi a isto que o
apóstolo Paulo chamou de “bem-aventurada” (Tito 2.13), e foi
por isso que pelo menos duas vezes escreveu para nos consolarmos uns aos outros
com essas palavras (veja 1Tessalonicenses 4.18).
Um bom pregador deve ser um leitor ávido.
O apóstolo Paulo aconselhou o jovem pregador Timóteo, seu filho na fé, para dar
atenção à leitura, para que pudesse fazer bom uso de seu dom de pregar e ser
bom exemplo para os crentes (1 Timóteo 4.9-16). Aquele conselho pastoral, vindo
do muito viajado construtor de igrejas e experimentado apóstolo Paulo, é muito
adequado para todos os pastores hoje em dia.
Enquanto é importante que
leiamos extensivamente hoje, é duplamente importante que os pastores e mestres
não apenas leiam os escritos de homens cheios do Espírito, mas principalmente
que leiam a Palavra de Deus. Se você ler a Bíblia regularmente e memorizar
aquelas passagens que falam especificamente com você, ou aquelas que respondem
a perguntas específicas que você possa ter, o Espírito Santo poderá trazê-las à
sua mente quando você precisar delas.
Outro motivo pelo qual os púlpitos estão
frequentemente silenciosos a respeito das profecias é o abuso de alguns
charlatães, zelotes disfarçados e até mesmo fundadores de conhecidos falsos
cultos. Muitos destes têm rejeitado o ensino da verdadeira profecia,
estabelecendo datas que provam não ser verdadeiras, o que foi totalmente
proibido por nosso Senhor e por Seus apóstolos. Este é um motivo ainda mais
importante pelo qual os púlpitos devem ser usados para o ensino da verdade
sobre os tempos do fim e a profecia sobre o futuro, de forma que os cristãos
não sejam enganados à medida que nos aproximamos da vinda do Senhor e do final
desta era.
Alguns pastores acreditam na falsa ideia de que os cristãos não
estão interessados na profecia bíblica. Essa noção pode ter sido popular depois
da Segunda Guerra Mundial, quando a paz estava em destaque, mas isto já se
passou há muito tempo. Estamos vivendo em um tempo em que “guerras e
rumores de guerras” estão na mente de quase todos (Mateus 24.6). Não
parece que, durante o nosso tempo de vida, a paz esteja próxima de surgir no
horizonte. Além disso, nações desonestas agora possuem bombas atômicas e de
nêutrons, e o Irã está marchando rapidamente em direção à obtenção de ambas, e
a um sistema de mísseis que poderia atingir o mundo todo na próxima década –
dificilmente o tipo de coisa que nos proporciona uma noite de sono reparador.
Na verdade, a noção de que as
pessoas não estão interessadas na profecia bíblica é um instrumento de Satanás
para fazer adormecer a Igreja e os cristãos que possuem uma mente
evangelística. Nada estimula mais o corpo de Cristo ao evangelismo para ganhar
almas do que o ensino sobre a vinda próxima de Cristo e o final desta era.
Por exemplo, um dos
principais motivos pelo qual sabemos que Jesus é o único Messias enviado por
Deus para este mundo é porque Ele cumpriu mais de 109 profecias do Antigo
Testamento durante Seus breves 33 anos de vida. Nenhuma outra pessoa chega nem
perto desse tipo de cumprimento de profecias. Todavia, estudiosos da Bíblia nos
informam que há 321 profecias sobre a Segunda Vinda de Cristo e o Arrebatamento
da Sua Igreja antes que chegue a Tribulação de sete anos e o estabelecimento do
Seu reino de mil anos sobre a terra. Como sabemos que a primeira vinda de Jesus
é um fato histórico, podemos estar confiantes de que Sua Segunda Vinda também
será verdadeira.
Eu conheço pessoalmente
muitos dos pastores de igrejas em crescimento e de mega-igrejas por todo os
Estados Unidos. Não me surpreende que muitos deles preguem com frequência sobre
a profecia bíblica. As pessoas estão ansiosas por ouvirem sobre os tempos do
fim e sobre aquilo que Deus tem a dizer sobre tal época.
Perdoem-me por apresentar
aqui uma ilustração pessoal, mas pastoreei uma boa igreja em San Diego, no
estado da Califórnia, durante 25 anos. O Dr. David Jeremiah foi chamado para me
substituir em 1981. Este ano, no Domingo de Páscoa, 34 anos mais tarde, aquela
mesma igreja estava com 13.000 pessoas participando em seus diversos cultos, em
outros espaços utilizados e em vários campi de extensão. É
interessante que tanto o Dr. Jeremiah quanto eu pregávamos frequentemente sobre
a profecia bíblica. Na verdade, durante os quase 60 anos que nós dois
pastoreamos aquela igreja, ambos pregamos duas vezes sobre o livro todo de
Apocalipse. E este é aquele livro da Bíblia sobre o qual muitos pastores nunca
pregam porque aprenderam em seminários que “achavam que era difícil demais para
que o povo de Deus entendesse”, ou pior, que “as pessoas na igreja não estão
interessadas em profecias”. Creio que ambas as desculpas são mentiras do
próprio Diabo.
Pregar sobre as profecias que
foram cumpridas prova a fidelidade de Deus ao Seu povo no passado. As profecias
sobre os tempos do fim nos ensinam sobre o maravilhoso plano que Deus tem para
o nosso futuro. Espero que você participe de uma igreja em que o pastor prega
sobre a profecia bíblica, afinal, o apóstolo Paulo a chamou de “bem-aventurada”. Se
você ouvir sobre a profecia bíblica em sua igreja, ler sobre ela em sua Bíblia,
estudá-la como faziam os bereanos na igreja primitiva, memorizá-la e meditar
sobre ela, o apóstolo João e nosso Senhor prometeram-lhe uma bênção: “Bem-aventurado
aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas
que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1.3). (Tim
LaHaye — Charisma — Chamada.com.br)
Fonte: www.chamada.com.br.
Passagens bíblicas alteradas para ACF (2011).
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em http://BibliaLTT.org, com ou sem notas.
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.