Bill Cooper
5 de setembro de 2023
David Cloud, Literatura de Modo de Vida, Caixa
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O
texto a seguir é extraído de The Authenticity of the New
Testament: The Gospels
(2013), de Bill Cooper.
Bill
Cooper (1947-2021) foi um
escritor e orador prolífico, com o dom de cortar a névoa da crítica bíblica
para defender a inspiração infalível, plenária e verbal das Escrituras, a
criação em seis dias [literais] e os textos hebraicos massoréticos e gregos
recebidos. Foi membro do conselho do Creation Science Movement e da Tyndale
Society e professor adjunto da Faculdade de Mestrado do Institute for
Creation Research. Seu livro mais popular é After the Flood, que dá evidências para a
historicidade de Gênesis 10 com base em genealogias britânicas e europeias antigas
e pouco conhecidas. Ele publicou uma série de livros intitulada "A
Autenticidade", que incluía A Autenticidade do Livro de Gênesis, Josué,
Juízes, Ester, Daniel, Jonas, os Evangelhos, Atos, as Epístolas e o Apocalipse.
Em The Forging of Codex Sinaiticus, Cooper deu evidências para apoiar
sua tese de que o Sinaiticus é uma falsificação [uma fraude].
Cooper foi um pesquisador cuidadoso, um pensador independente e um corajoso
defensor da verdade eterna de Deus. Ele conseguiu isso apesar de sofrer doenças
graves, incluindo leucemia, nas duas últimas décadas de sua vida. Não podemos
concordar com todas as suas conclusões; às vezes ele parece ser dogmático
quando a evidência não é absoluta; há uma ou duas ocasiões em que ele pode ter
sido desviado pelo misticismo judaico; mas tudo o que lemos de sua caneta vale
a pena considerar.
Se você quer ser encorajado em sua fé na inspiração divina das Escrituras, leia
Bill Cooper.
Nem todos os seus livros estão atualmente disponíveis em versão impressa, mas
todos eles estão disponíveis no formato Kindle da Amazon.
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Marcos 15:15: " Então
Pilatos, determinando-se fazer o que [era]
satisfatório à multidão ..." (LTT)
É a frase "determinando-se fazer o que [era] satisfatório à
multidão" que faz muitos leitores engasgarem como com cola, e não
conseguirem engolir. Os historiadores dirão que um atributo [rebaixar-se a
querer agradar judeus] menos provável para Pôncio Pilatos dificilmente poderia
ser pensado. Este, afinal das contas, é de Pôncio Pilatos de que estamos
falando –o mesmo Pôncio Pilatos que desprezava os judeus e que pensava que não
era nada "misturar sangue deles com o sangue de seus sacrifícios" (Lucas 13:1). Há várias ocasiões
fora dos Evangelhos em que ele é registrado derramando sangue judeu e tratando
os judeus com um desdém e aversão geral.7
Então, por que essa timidez repentina? Por que ele deveria agora estar ansioso
para contentar as mesmas pessoas que ele sempre e abertamente desprezou? Em
qualquer outra ocasião, ele liberaria seus soldados soltos para saltarem sobre
os judeus. Mas agora não; Então, por que a mudança repentina?
O enigma tem uma solução muito interessante, e mostra que Marcos acertou no
alvo com sua declaração.
Pilatos estava, de fato, agora disposto a contentar o povo, e por essa razão.
Alguns anos antes desse evento – em 26 d.C., para ser mais preciso – o
imperador Tibério efetivamente se retirou da labuta de governar e passou a
residir em Campânia e em Capri, a fim de dar vazão a depravações que até mesmo
os romanos teriam totalmente repudiado.8 Ele entregou as rédeas do governo a
seu capanga de confiança, Lúcio Élio Sejano, e foi Sejano quem nomeou Pôncio
Pilatos em 26 d.C. para o governo da Judéia. Sejano era um notório antissemita
que desprezava [e odiava] os judeus, e ele havia nomeado um homem para governar
os judeus que compartilhava seu ódio por eles.9 Pilatos lhe devia muito, até
mesmo pelo privilégio altamente irregular de poder ter sua esposa com ele em
sua nova nomeação. Então, de repente, em outubro de 31 d.C., depois de
conspirar para assassinar Tibério e tomar a coroa imperial, Sejano caiu do
poder, e Tibério começou a caçar e exterminar todos os seus velhos amigos e
nomeados.
A posição de Pilatos tornou-se subitamente precária ao extremo, e Tibério,
outrora tão antissemita, agora reverteu todas as políticas de Sejano e começou
a mostrar muito favor aos judeus. Pilatos, portanto, com grande medo de que ele
próprio fosse chamado a Roma para ser morto, foi agora forçado a reverter todas
as suas próprias políticas antissemitas, e isso explica muito do que estava
acontecendo agora na Judéia, e especialmente o que estava acontecendo agora
quando Jesus foi trazido diante dele. Os líderes judeus que estavam esperando a
execução de Jesus sabiam tudo sobre a queda de Sejano, e sabiam exatamente quão
precária se tornara a própria posição de Pilatos – que ele devia a Sejano –
havia se tornado agora.
É por isso que, depois de Pilatos ter se esforçado tanto recentemente para
assegurar a Tibério sua lealdade,10 eles [os líderes judeus] aproveitaram a
oportunidade para clamar a Pilatos que ele não seria amigo de César se deixasse
esse Homem [Jesus] ir [absolvido e livre]. Se apenas a mera suspeita de
deslealdade chegasse a Roma, então Pilatos, como ex-amigo e nomeado de Sejano,
estaria condenado, e ele sabia disso. E esta é a razão pela qual ele estava
agora tão repentinamente ansioso para agradar aos líderes judeus. Quando Marcos
registrou esse fato, ele estava registrando a verdade simples. Pilatos, outrora
o opressor brutal dos judeus, agora tinha que fazer todas as suas ordens – ou
perecer. Por isso, ele realmente estava disposto a contentar as pessoas, assim
como Marcos diz que estava. A vida do próprio Pilatos dependia disso.
Em 37 d.C., Pilatos foi de fato chamado a Roma por Tibério, e ele estava
enfrentando a morte certa quando chegou lá. Ao chegar, porém, descobriu-se que
o próprio Tibério havia morrido em 16 de março daquele ano, e que seu sucessor
Calígula estava agora peredoando a todos os processos pendentes do reinado de
Tibério.11
Pilatos deve ter esperado um indulto, mas Calígula já havia vivido com medo de
Sejano, que havia assassinado membros de sua família, assim, Pilatos, outrora
amigo e nomeado de Sejano, não podia esperar dele misericórdia alguma. Parece
que, após um curto julgamento, ele foi, por Calígula,forçado a cometer
suicídio.12
Mas o que fica muito evidente ao longo de todo esse episódio é o desenrolar da
História Providencial. Se Sejano não tivesse caído quando o fez, e se a posição
de Pilatos tivesse permanecido segura no momento da prisão de Jesus, não há
como ele ter acomodado os judeus em suas exigências para que Jesus fosse
executado. Depois de massacrar os líderes da quadrilha por terem invadido seu
palácio com uma assembleia tão tumultuada e ameaçadora, ele certamente teria
libertado Jesus apenas para mostrar à hierarquia judaica que ele estava no
comando e não eles. Ele teria prendido – e talvez até assassinado – Jesus mais
tarde. Esse, afinal, é o Pilatos que todos conhecemos. Mas então, se isso
tivesse acontecido, a Escritura não teria sido cumprida, e é da própria Verdade
e cumprimento das Escrituras que isso se trata.
Deus não mente, nem - ao contrário dos Sejanuses
e Pilatos deste mundo - Ele nunca é surpreendido pelos acontecimentos. Sua
Palavra permanece firme, e essa Palavra – essa promessa de redenção – diz que
Jesus devia ser condenado e crucificado [pelos romanos], por instigação dos
líderes judeus. Assim, as circunstâncias da história prevaleceram de tal forma
sob a Mão de Deus que Pilatos – totalmente contrário ao seu caráter – estava
agora neste exato momento disposto a contentar o povo, assim como lemos no
Evangelho de Marcos, e exatamente como a Palavra de Deus havia ordenado
[Hélio de M.S. pode ter mudado citações da Bíblia para usar a LTT (ou ACF ou KJB-1611); suprido alguns versos que só tinham a referência; adicionado algumas explicações entre colchetes [ ], removido raros trechos (não essenciais ao principal tema específico do artigo) substituindo-os por [... ... ...]; e lembra que, como sempre, ao citar qualquer autor, concorda com a argumentação principal da citação, mas não necessariamente com tudo dela, nem com todos os artigos do autor.]
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Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fiéis): LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo, na www.bvloja.com.br), KJB-1611, ou ACF.