Adoração Contemporânea    vs.     Adoração Bíblica



David Cloud, 09/10/2014 -Traduzido por Mary Schultze



Hoje em dia, existe uma grande ênfase entre as igrejas sobre os “cultos de adoração”. Geralmente, isto envolve o uso de “banda de louvor” e um “líder da adoração”.   Os hinos tradicionais são descartados em favor das músicas do poderoso e contemporâneo  tipo de canções do rock, o qual, literalmente, assume o controle das pessoas. Aos membros da igreja é feito um convite para se moverem ao fluxo da música, e a se abandonarem em adoração a Deus. [N.T.
O que contraria totalmente o ensino de Romanos 12:1-2] Geralmente, há uma ênfase no sentido de convidar o Espírito Santo para ministrar ao povo, durante essas ocasiões. Em tais círculos, é típico encontrar   o conceito de que o Espírito Santo não deveria ser “colocado numa caixa”, e não é errado se estranhas manifestações, tais como tremores e se lançar ao chão, aconteçam, durante a adoração. Não é incomum encontrarem-se desordem, confusão, líderes femininas e outras coisas ostensivamente não escriturais, nos cultos de adoração contemporânea.   

 

Contudo, o Novo Testamento não dá qualquer modelo de como conduzir um específico culto de adoração conjunta, nas igrejas. Nenhum que seja. Os que tentam encontrar justificação para o “culto de adoração” não podem encontra-lo nos escritos dos apóstolos.   Eles precisam ir ao templo de adoração do Antigo Testamento ou ao Livro do Apocalipse, mas o modelo das igrejas está nos escritos apostólicos.  Existem três palavras chave para a adoração no Novo Testamento:  adorar, louvar e glorificar. E nenhuma destas é usada no contexto de  um culto eclesiástico de adoração conjunta. A única vez em que a palavra ”adoração” é usada em Atos ou nas epístolas, em conexão com os cultos nas igrejas, é na 1 Coríntios  14:25, e está tratando da adoração individual, não conjunta. Do mesmo modo,  as palavras “louvar” e “glorificar” nunca são usadas no Novo Testamento para a adoração conjunta, nas reuniões da igreja.   Em vez disso, elas são usadas no louvor individual a Deus, através da ação de graças e de uma vida piedosa. (Atos 2:47; Romanos 15:5-6; 1 Coríntios 6:20; Filipenses 1:11; Hebreus 13:15; 1 Pedro. 4:16).

 

Isto não significa ser errado que as igrejas adorem ao Senhor, em conjunto.   Exatamente o contrário. Certamente, é isso que devemos fazer, todas as vezes, inclusive durante os cultos da igreja. De fato, existe uma crassa perda de adoração consciente, hoje em dia, nas congregações. Tudo é tratado com enorme falta de solenidade e com uma falta de sincero louvor, dirigido a Deus.

Qual é, então, a diferença entre o culto contemporâneo típico  e o modelo bíblico de adoração na igreja?

(1) A adoração bíblica não coloca ênfase no uso da música. As duas menções de música nas epístolas do Novo Testamento  focalizam-se, principalmente, na edificação dos santos  e no cântico ao Senhor. (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). De fato, a adoração bíblica enfatiza que Deus é adorado através de tudo que é feito na igreja, em vez de, meramente, através de um tipo especial de adoração que Lhe é oferecido, na "hora do louvor". (1 Pedro 4:11). Em direta contradição, a adoração contemporânea focaliza quase exclusivamente um tipo de adoração a Deus, que está associado à música contemporânea.   

 

(2) A adoração bíblica na igreja deve estar submetida aos mandamentos apostólicos, os quais exigem que tudo seja feito com decência e ordem, sem confusão, sem a liderança feminina, etc., (1 Coríntios 11:2; 14:37). Isto significa que todas as coisas escriturais comumente associadas com a adoração contemporânea, particularmente nos círculos carismáticos, são rejeitadas.

(3) A adoração na igrejas bíblicas enfatiza o entendimento, em vez das emoções, (1 Coríntios 14:15). A ênfase não está em “sentir Deus” [N.T. -Como era o caso da “santa” católica  Teresa D’Ávila], mas em conhece-Lo através da verdade da Sua Palavra.

Vemos isso refletido nos hinos tradicionais. Os autores dos hinos antigos objetivavam o entendimento, em vez de elevar o emocional.   Ao contrário, na adoração contemporânea, “as canções são escolhidas no intuito de induzir sentimentos nos adoradores...”  [induzir] um estado de consciência alterada através de flagrante manipulação” (Alan Morrison, The New Style of Worship and the Great Apostasy).

 

(4) A adoração nas igrejas bíblicas enfatiza a unidade da fé, em vez do conceito ecumênico de "unidade na diversidade", tão comum na adoração cristã contemporânea (Romanos 15:6; Mateus 15:9; João 4:24). Não pode haver adoração verdadeira sem um completo compromisso com a sã doutrina bíblica.  A futilidade da doutrina atual, no típico manejo ecumênico, não glorifica a Deus, nem Lhe é aceitável, a despeito do zelo e do entusiasmo exibidos, durante as sessões de adoração.

 

(5) A adoração na igreja bíblica exige a pureza moral e a separação do mundo (Romanos 12:1-2; Filipenses 1:11), em contraste com a adoração contemporânea, a qual, tipicamente, ignora a separação, construindo pontes para o mundo, através do uso [do estilo] da música mundana, das vestes, etc.  A adoração contemporânea típica ignora a necessidade da pureza moral e é muito relapsa em como vivem os cristãos.  Basta que eles entrem nas ”horas da adoração”, com grande entusiasmo.    Se eles se divorciam de suas esposas e cometem adultério, se são desonestos em suas práticas comerciais, se (suas mulheres) se vestem como  prostitutas e assistem a programas pornográficos na TV e a filmes de Hollywood, tudo isso é relevado. Entre as igrejas que incorporam  os estilos de adoração contemporânea, existe pouca ou nenhuma pregação contra o mundo, em qualquer sentido claro e prático, e pouca ou nenhuma disciplina é ali exercida. Existem exceções, mas esta é a regra.

(6) A adoração bíblica na igreja está constantemente vigilante sobre os perigos espirituais (1 Pedro 5:8; 2 Coríntios 11:1-4). Pelo menos 11 vezes os apóstolos admoestam os cristãos a serem “sóbrios”. Os pastores devem ser sóbrios (Tito 1:8); anciãos devem ser sóbrios (Tito 2:2); as mulheres devem ser sóbrias (Tito 2:4); os homens jovens devem ser sóbrios (Tito 2:6); as esposas de pastores e os diáconos devem ser sóbrios (1 Tim. 3:11).

A 1 Tessalonicenses 5:6 e a 1 Pedro 5:8 explicam o que significa ser sóbrio: significa estar espiritualmente alerta, ser observador e vigilante. Ao contrário, a adoração contemporânea ensina as pessoas a se abrirem sem reserva às influências espirituais, sem o menor senso de perigo, ou medo do engodo. Eles instruem as pessoas a deixarem “tudo por conta de Deus”, a serem “abertas e vulneráveis”, a “se abrirem ao Espírito”, a “convidarem o Espírito a vir e fazer a sua obra” e a “estarem prontas para o não usual”. Não existe, absolutamente,  qualquer coisa assim nas escrituras do Novo Testamento. Os apóstolos a as igrejas primitivas não praticavam coisas desse tipo. Quando os coríntios começaram a inclinar-se para coisas semelhantes, permitindo confusão  e desordem em seu meio, o Apóstolo os repreendeu e corrigiu o seu erro.


David Cloud, 09/10/2014 -Traduzido por Mary Schultze

 



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