Conceituamos como adorar: render culto a nosso Deus, atribuir mérito ou valor a algo ou alguém. Portanto, quando adoramos a Deus estamos reconhecendo seu mérito e grande valor, bem como estamos também a reconhecer que tudo que temos e somos depende dele. Significa dizer que para que adoração aconteça precisamos de um ambiente calmo e reflexivo.
Tenho percebido que "os crentes" modernos, na sua grande maioria, tem procurado adorar a Deus em Igrejas em que paira um ambiente mais de animação do que de adoração. As vezes fico a perguntar: Trata-se de um desvio da fé ou tais pessoas não são convertidas e não tem o Espírito Santo habitando no seu ser; e este fato é responsável por esta realidade? Sei que é difícil responder esta pergunta.
Ao irmos a uma Igreja para adorar a Deus, não vamos para assistir o culto, quem assiste o culto é Deus, nós vamos para prestar um culto. O culto deve ser racional (Rm.12:1) e prestado com respeito e ordem (I Co.14:40). Creio que este momento que reservamos para cultuar a Deus, deve ser realizado em um ambiente reflexivo, calmo, e que se crie um clima de meditação para podermos louvar a Deus, reconhecendo quem ele é e o que ele significa para nossas vidas. Neste ambiente os hinos e cânticos devem levar os ouvintes para se aproximarem de Deus e não se criar um ambiente festivo e animado que só prejuízo trará aos ouvintes. A proposta do culto não é criar um ambiente festivo e animado, mas um clima de respeito, ordem, decência e reflexão para que possamos reconhecer o valor que Deus tem em nossas vidas. Muitas Igrejas tem transformado o culto a Deus em um verdadeiro festival de animação, onde permeia músicas estridentes que não edificam, palmas que nada acrescentam, danças, ou as vezes balanço de seus corpos como se estivessem em uma festa mundana. Qual a finalidade de tanta algazarra? Para um observador sincero trata-se, com certeza, de um desvio da verdadeira adoração. As pessoas que se encontram neste recinto, na sua grande maioria, buscam uma situação de animação, relaxamento emocional, procuram um ambiente para se divertir e que lhe proporcione certo prazer. Quem estuda o comportamento humano, percebe com facilidade que estas pessoas estão a adotarem posturas egocêntricas, em que elas são o centro do culto e não Deus. Estão a esquecer o primordial que aquele local é de adoração e lá estão para prestar um culto a Deus, ELE é que deve ser o centro e não nós, adorar corretamente a Deus é algo que deve ser realizado com respeito, em uma situação reflexiva, calma e tranqüila, para que possamos tributar a Deus tudo que ele é e merece: " Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras. Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; proclamai a sua salvação dia após dia. Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas. Porque grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, temível mais que todos os deuses. Porque todos os deuses dos povos não passam de ídolos; o Senhor, porém fez os céus. Glória e majestade estão diante dele, força e formosura no seu santuário. Tributai ao Senhor, ó família dos povos, tributai ao Senhor glória e força. Adorai ao Senhor na beleza de sua santidade; tremei diante dele todas as terras".(Sl.96:1-7;9) E para podermos reconhecer que tudo que temos e somos depende dele: " Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança".(Tg.1:17) Acredito que existe outros locais em que os crentes podem ir buscar entretenimentos, relaxamento muscular e emocional, uma diversão, etc. Porém este local jamais poderá ser a Igreja. Vejo como algo bastante perigoso para a vida espiritual dos crentes estes desvios de adoração a nosso Deus. Sabe-se que os crentes que estão a se desviar de uma adoração correta a Deus, estão na sua grande maioria, espiritualmente anêmicos ou psicologicamente desorganizados.
Muitos crentes estão indo às Igrejas não com o propósito de adorar a Deus, mas na busca de experiências sobrenaturais e emocionantes. Acredito que este relato verdadeiro será esclarecedor: Há alguns anos evangelizei um casal que se converteu e passou a freqüentar uma Igreja Batista da Convenção. Soube a posterior, que muitos que estavam a freqüentar esta Igreja, começaram a adotar crenças e práticas, não aceitas pela denominação, alguns se retiraram da Igreja e outros foram excluídos do rol de membros. Tomei conhecimento que este casal amigo havia saído desta Igreja. Como trabalho na área do comportamento humano, soube que viria dar seu testemunho um ex-canibal em determinada Igreja Pentecostal. Fui ouvir o seu testemunho, e em lá chegando encontro-me com o casal amigo. Procurarei, na medida do possível reproduzir o diálogo que aconteceu entre nós. Por uma questão de ética darei outro nome ao casal: Luzia e Valmir. - Luzia: Quanto tempo, Dr. Remo, faz tempo que não vejo o irmão, como você engordou. Soube que esteve em São Paulo; O que veio fazer na nossa Igreja? Esta é uma Igreja de poder onde, realmente, acontece os dons espirituais. - Remo: Eu vim ouvir o testemunho do pregador mas ele, infelizmente, não compareceu. - Valmir: É uma pena! O ônibus que lhe conduzia para Fortaleza foi assaltado no Maranhão e não deu para ele chegar a tempo. - Luzia: Dr. Remo, você ainda é Batista? - Remo: Sou sim. - Valmir: Você soube que nós saímos da Igreja Batista e estamos freqüentando esta Igreja, tem sido uma benção nas nossas vidas. - Luzia: Pois é irmão, vou lhe contar como aconteceu nossa saída; certa noite acordei de madrugada e algo me impulsionava para orar pela irmã Iza ( nome fictício), não pude resistir tive que orar, orei bastante; só fiquei tranqüila depois de bastante tempo de oração. De manhã ao acordar resolvi telefonar para a irmã Iza, como não tinha o número do telefone dela, telefonei para o Pastor e pedi o telefone, contei minha experiência para ele; Ele procurou descaracterizar dizendo "Tolice Luzia o Espírito Santo não anda acordando ninguém de madrugada para orar..." o Pastor me deu o telefone da Iza e liguei para mesma; Ela me falou: "Interessante irmã Luiza eu tive um sonho estranho ontem a noite, neste sonho era como se alguém mal tivesse querendo aplicar uma injeção em mim e eu tudo fazia para que isso não acontecesse. Acordei meio perturbada e demorei a dormir". É acho que devo levar a irmã Silva (nome fictício) até sua casa pois deve ser coisa do Inimigo. Pois é, levei a irmã Silva na casa da Iza e em lá chegando ela disse que era coisa do diabo, orou e abrindo um móvel encontrou uma bolsa que continha alguns elementos de enfermagem, este objeto era do sogro de Iza que era farmacêutico, já havia falecido e tinha envolvimento com macumba. Tudo de ruim que estava a acontecer na vida de Iza era em função deste objeto, inclusive o sonho, este objeto deveria ser jogado fora ou queimado. Então percebi que não tinha mais espaço nesta Igreja e resolvi sair, pois o Pastor não ia concordar com esta experiência.... - Valmir: É verdade, de inicio fui contra, achava que não fazia sentido sair da Igreja pois eu gostava da mesma. - Luzia: Ele não aceitava virmos para esta Igreja e certa vez chegou até a dizer que era cilada do diabo. - Valmir: Foi, no início fui contra, mas agora estou muito bem o Pastor lá reprimia os dons do Espírito Santo. - Luzia: Pois é Dr. Remo, certa noite o Valmir que era contra tudo desta Igreja nós estávamos orando e ele falou línguas estranhas e o dom dele é de visão. Usei a estratégia de não interromper seus relatos, sem fazer qualquer comentário para depois contra argumentar. - Remo: Interessante, Luzia, o que você está a contar é bem parecido com o que uma amiga me contou certo dia, é do movimento carismático católico, a filha da senhora que dirige a comunidade recado deste movimento, estava orando em frente a certa imagem, quando teve uma visão que tinha havido um acidente em determinada rua da cidade e as pessoas acidentadas estavam precisando de ajuda, ela pegou seu carro foi até o local e socorreu os acidentados, levando para o hospital, hoje uma delas participa do movimento carismático católico. Estou a lembrar também de certa senhora que me disse está bastante feliz pois seu marido que não apoiava o movimento carismático católico tinha falado línguas estranhas, no dia de seu aniversário, tinha sido um presente de Deus. Mostrei ao casal do perigo deles conduzirem a vida espiritual deles por experiências e não tomando como base a bíblia. Valmir e Luzia, disseram que estava tarde da noite, o que era um fato, se despediram e foram para casa.
Até onde este casal está buscando uma Igreja para adorar, louvar e engrandecer a Deus? Ou estão buscando um lugar para viver experiências sobrenaturais e emocionantes? O leitor responda esta pergunta.
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