A Bíblia e os címbalos, baterias de instrumentos musicais de
percussão adufes tambores tamborins pandeiros, de sopro flautas trombetas órgãos,
de cordas alaúdes harpas saltérios liras teclados
The following is from the Sword & Trowel, 1998, No. 4, copyright 1998, Metropolitan Tabernacle [Elephant & Castle, London SE1 6SD. 0171-735-7076 (voice), www.MetropolitanTabernacle.org (web site), SwordTrowel@MetropolitanTabernacle.org (e-mail)]
Que é que a Bíblia
ensina sobre como instrumentos devem ser usados na adoração? Esta é hoje uma
inflamada questão. Aqueles que advogam o irrestrito uso de quaisquer
instrumentos musicais, em 'números' tanto de solistas como de grupos
e 'bandas' musicais, apontam para o Velho Testamento e alegam que Deus
permitiu todos os tipos de instrumentos e enormes [e ruidosas] orquestras
contribuírem para a adoração, sendo um dos seus mais importantes elementos.
Argumentam eles: 'Se Deus é o mesmo ontem, hoje e para sempre, hoje Ele tem que
querer o mesmo tipo de adoração'.
Mas será mesmo verdade
que Deus permitiu adoração com todo tipo de instrumento na 'igreja' judaica [o
Templo, do Velho Testamento]? Será verdade, por exemplo, que a adoração era
liderada por tamborins tocados por dançarinas virgens? Será mesmo
verdade que os judeus adoravam regularmente [no Templo] com instrumentos de
percussão [baterias de tambores, pandeiros, etc.] e instrumentos de metais [a
família dos trombones, saxofones, etc.], e que ambos [grupos de instrumentos]
geravam música estrondeante e rítmica?
Um breve exame dos dados
e fatos comprovados mostrará que esta idéia passa a milhares de quilômetros
da verdade. No Velho Testamento, Deus pôs restrições muito firmes no uso dos
instrumentos, obviamente para impedir que o excessivo deleite que nosso lado
humano encontrasse na música sobrepujasse e eclipsasse a adoração espiritual.
Instrumentos eram permitidos, mas somente alguns, e somente em determinados
instantes. Portanto, o Velho Testamento ensina um grande princípio que hoje é
tragicamente desprezado e jogado no lixo pelos adoradores da 'nova-moda'.
Antes de examinarmos os
fatos, um ponto genérico tem que ser estabelecido sobre adoração. Os
promotores da 'nova-moda' de adoração dizem que podemos fazer quase que
qualquer coisa na adoração, desde que seja feita para a glória de Deus. Se
podemos tocar gaita de foles e tambores em casa, também podemos usá-los para a
glória de Deus na igreja, como um ato de adoração. A única questão a nos
preocupar, dizem eles, é do "gosto" da platéia. (Se, por exemplo, a
gaita de foles pode ofender [um considerável] número de adoradores, então é
somente por isto que ela será inapropriada [naquela ocasião]) Em princípio,
contudo, se podemos usar um instrumento ou estilo de música para a glória de
Deus em nossa vida privada ou social, também podemos usá-lo para a glória de
Deus em adoração [na igreja]. Este é o argumento apresentado pelos advogados
das novas tendências de adoração.
No entanto, este modo de
pensar está errado porque despreza uma regra vital da Bíblia – que DEUS
SEPARA A ADORAÇÃO DIRETA A ELE [um grupo reunido no Templo ou como
igreja] DE TODAS AS OUTRAS COISAS FEITAS PELOS SEUS FILHOS. Tudo que fazemos em
vida tem que ser feito para Sua glória, mas adorá-lo diretamente é uma
atividade especial e única, governada por regras e diretrizes, ambas especiais.
A seguir, veremos que O VELHO TESTAMENTO FALA DE PELO MENOS OITO TIPOS DE
INSTRUMENTOS COMUMENTE USADOS PELAS PESSOAS DAQUELES DIAS, E QUE TODOS ELES ERAM
PERMITIDOS NA VIDA CÍVICA, SOCIAL E PRIVADA. NO ENTANTO, APENAS QUATRO DESSES
INSTRUMENTOS ERAM PERMITIDOS NA ADORAÇÃO DIRETA PRESTADA NA CASA DE DEUS. É
imensamente importante estarmos conscientes disto.
Tomemos, por exemplo, a flauta.
Lemos de vários tipos de instrumentos da família da flauta, tais como a 'flauta'
(halil) – uma flauta com três ou quatro orifícios, tocada transversalmente.
Lemos do 'dulcímero' – uma flauta dupla. Mas nenhum tipo de tais
instrumentos de sopro era permitido na adoração no Templo.
Por que isto era assim?
Porque o Senhor estava ensinando a necessidade de algumas restrições, para que
as mentes pudessem participar na adoração espiritual sem serem distraídas por
instrumentos demasiados [ou inapropriados].
Outros instrumentos
usados pelos judeus mas excluídos do Templo foram o 'tamborim' e o 'órgão',
que era uma enorme gaita-de-boca ajuntando sete a dez flautas (provavelmente com
palhetas). Todos estes instrumentos poderiam ser usados para recreação e para
festas cívicas ao ar livre, mas não na casa de Deus. Portanto, está errada a
moderna alegação de que qualquer coisa podia ser usada [na adoração direta a
Deus, na Sua casa].
De onde vem esta informação
a respeito de restrições? Não será ela mera especulação de eruditos
estudiosos da Bíblia? Não, a restrição é claramente especificada na Bíblia.
Em vários textos (1Cro 15:16,28; 16:5,6,42; 25:1,6), lemos dos instrumentos
que, por divina inspiração, foram indicados nos tempos de Davi para serem
usados em adoração direta no Tabernáculo e no Templo.
Veremos, depois, que estes instrumentos, limitados em tipo e número,
foram cortados ainda mais para adoração direta fora do Templo, quer prestada
privadamente, quer feita localmente [em pequenos imóveis ou de casa em casa, em
cada cidade ou vilarejo]. Os instrumentos do Templo eram saltério, harpa e címbalos.
[i]
Estes deviam ser tocados somente pelos Levitas. Somente os sacerdotes deveriam
tocar a trombeta (inclusive a corneta), para propósitos especiais [ii].
Estes quatro instrumentos eram somente metade do número de instrumentos em uso
comum naquele tempo.
E disse Davi aos chefes dos levitas que constituíssem, de seus irmãos, cantores, para que com instrumentos musicais, com alaúdes, harpas e címbalos, se fizessem ouvir, levantando a voz com alegria. (1Cro 15:16)
E todo o Israel fez subir a arca da aliança do SENHOR, com júbilo, e ao som de buzinas, e de trombetas, e de címbalos, fazendo ressoar alaúdes e harpas. (1Cro 15:28)
Era Asafe, o chefe, e Zacarias o segundo depois dele; Jeiel, e Semiramote, e Jeiel, e Matitias, e Eliabe, e Benaia, e Obede-Edom, e Jeiel, com alaúdes e com harpas; e Asafe se fazia ouvir com címbalos; Também Benaia, e Jaaziel, os sacerdotes, continuamente tocavam trombetas, perante a arca da aliança de Deus. (1Cro 16:5-6)
Com eles, pois, estavam Hemã e Jedutum, com trombetas e címbalos, para os que haviam de tocar, e com outros instrumentos de música de Deus; porém os filhos de Jedutum estavam à porta. (1Cro 16:42)
E Davi, juntamente com os capitães do exército, separou para o ministério os filhos de Asafe, e de Hemã, e de Jedutum, para profetizarem com harpas, com címbalos, e com saltérios; e este foi o número dos homens aptos para a obra do seu ministério: (1Cro 25:1)
Todos estes estavam sob a direção de seu pai, para a música da casa do SENHOR, com saltérios, címbalos e harpas, para o ministério da casa de Deus; e Asafe, Jedutum, e Hemã, estavam sob as ordens do rei. (1Cro 25:6)
No
tempo do rei Ezequias, estas regras foram reafirmadas em 2Cro 29:25-26: ‘E
pôs os levitas na casa do SENHOR com címbalos, com saltérios,
e com harpas, conforme ao mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e
do profeta Natã; porque este mandado veio do SENHOR, por mão de seus
profetas. Estavam,
pois, os levitas em pé com os instrumentos de Davi, e os sacerdotes com as trombetas.’
Apenas três tipos de
instrumento deviam ser tocados pelos Levitas, e um pelos sacerdotes. Mas de que
modo eles foram usados? Os versos seguintes nos respondem:
‘E
Ezequias deu ordem que oferecessem o holocausto sobre o altar; e ao
tempo em que começou o holocausto, começou também o canto do SENHOR, com as
trombetas e com os instrumentos de Davi, rei de Israel.
E toda a congregação se prostrou, quando entoavam o canto, e as
trombetas eram tocadas; tudo isto até o holocausto se acabar.
E acabando de o oferecer, o rei e todos quantos com ele se achavam se
prostraram e adoraram.' (2Cro
29:27-29)
Foi a música
caracterizada por forte ritmo? A idéia de que o foi é pura especulação.
Somos ensinados que as trombetas chamavam o povo para as assembleias solenes, e
acompanhavam a queima das ofertas – uma atividade séria e solene, causando
temor e reverente assombro, e mesmo vergonha e humilhação. O termo hebraico
para 'solenidade' aparece na descrição destes atos de adoração. À luz
disto, é sumamente provável que as trombetas e címbalos fossem tocadas para
mover os corações à reverência e gravidade (os címbalos mantendo o tempo do
cântico, como um metrônomo tic-tac-tic-tac...). EMPURRAR NESTAS PASSAGENS DE
REVERENTE ADORAÇÃO A IDÉIA DE "MÚSICA MODERNINHA E RITMADA" É
VIOLENTAR A BÍBLIA, É 'FORÇAR A BARRA'.
Naturalmente, adoração
tem um forte elemento de alegria pura. Mas comparar as orquestras do Tabernáculo
e do Templo com as [modernas] bandas de [sensual] ritmo pulsante é obviamente
absurdo: [mesmo porque] observamos que não havia nenhum tambor ou tamborins
naquelas orquestras (como há hoje sobre as plataformas de muitíssimas
igrejas).
Também observamos que os
instrumentos tocavam somente durante a queima da oferta, e então a música
parava, e cada pessoa continuava a adorar sem instrumentos.
No tempo de Davi, a
orquestra da casa do Senhor parece ter consistido de vinte e sete músicos (1Cro
25:1-5). Se este é um entendimento correto, então tal orquestra era
extremamente modesta para acompanhar o cantar de um enorme número de adoradores
[iii].
DESTA PROVISÃO EXTREMAMENTE PEQUENA, TORNA-SE CLARO QUE A MÚSICA NÃO TINHA O
OBJETIVO DE DOMINAR OU DISTRAIR DA ADORAÇÃO INTELIGENTE E DOS SENTIMENTOS
PROFUNDOS [ESPIRITUAIS].
Séculos depois, quando a
adoração do Templo foi restaurada por Esdras e Neemias, a restrição dos
quatro instrumentos foi escrupulosamente seguida, confirmando que era a regra
obrigatória para os judeus. (Ver Esd 3:10 e Nee 12:27.)
Quando, pois, os edificadores lançaram os
alicerces do templo do SENHOR, então apresentaram-se os sacerdotes, já
vestidos e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos,
para louvarem ao SENHOR conforme à instituição de Davi, rei de Israel.
(Esd 3:10)
E na dedicação dos muros de Jerusalém buscaram os levitas de todos os
seus lugares, para trazê-los, a fim de fazerem a dedicação com alegria, com
louvores e com canto, saltérios, címbalos e com harpas.
(Nee 12:27)
Todas estas instruções
aplicaram-se primeiramente ao segundo estágio do recuperação da arca i
e, depois, a todas as adorações no Templo. Nem todos os mesmos quatro tipos de
instrumentos, no entanto, foram prescritos para adoração nas sinagogas [várias
sinagogas em cada cidade, uma em cada pequeno vilarejo] [iv].
Esta adoração era muito mais simples, os címbalos e trombetas desaparecendo
de cena. [COM ESTAS OBSERVAÇÕES,] TORNOU-SE IMPOSSÍVEL QUE AGORA SE FORCE A
LEITURA DE 'GOSTOSURA DE BATIDAS BALANÇANTES' PARA DENTRO DA BÍBLIA. [ATÉ
MESMO] OS INSTRUMENTOS DE CORDA INDICADOS PARA A ADORAÇÃO 'USUAL' [NAS
SINAGOGAS E NÃO NO TEMPLO] ERAM DOCES E SUAVES, AO INVÉS DE CLAMOROSOS.
No Livro dos Salmos,
vemos que harpas e saltérios eram os únicos instrumentos para acompanhamento
de salmos em adoração direta privada ou nas sinagogas [v].
Não podia haver nenhum instrumento de metal [a família dos saxofones,
clarinetes, etc.] ou de percussão [tambores, pandeiros, etc.]. O próprio título
do livro, 'Saltério', é, por definição, uma coleção de canções cantadas
ao acompanhamento da harpa. Salmo 92 provê um exemplo desta restrição.
O título ou cabeçalho sobre o salmo diz que ele era 'Um Salmo e Cântico para
o Dia do Sábado'. Ele devia ser cantado (verso 3) em um instrumento de dez
cordas, o saltério, e a 'harpa com um som solene'. Neste salmo nenhuma lua
cheia ou festa especial estava em mente, portanto ele era para ser acompanhado
somente pelos dois instrumentos básicos [saltério e harpa].
Sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério; sobre a harpa
com som solene. (Sal 92:3)
Os seguintes salmos também
ilustram a regra que salmos eram para ser cantados ao som de harpas e saltérios:
Salmo 33, 43, 49, 57, 71, 92, 108, 144 e 147. Em Salmo 4 e 55 os títulos
mencionam instrumentos de corda, e em Salmo 12 o título prescreve uma lira (um
tipo de harpa) de oito cordas. Em toda adoração privada e nas sinagogas, o
canto era acompanhado somente por estes instrumentos nobres, recatados e
apropriados.
As
regras do Velho Testamento são claras, mas às vezes parecem ser contraditas
nos Salmos. Advogados da 'nova-moda' de adoração apontam para passagens tais
como Sal 68:25 (onde Davi relata: ‘Os cantores iam
adiante, os tocadores de instrumentos atrás; entre eles as donzelas tocando
adufes. '), e insistem que isto justifica que usemos tamborins [nas
igrejas]. Em diversos outros salmos Davi parece contradizer suas próprias
regras (correção: Deus parece contradizer as regras que deu, algumas através
de Davi). É a partir destes versos que muitos adoradores 'nova-moda' tomam suas
licenças para organizar eventos tais como 'concertos de louvor'.
No entanto, a interpretação
e uso que fazem destes versos é claramente errada, uma vez que faz a Bíblia se
contradizer a si própria, e não há nenhuma contradição na Palavra de Deus.
Não é possível que Deus dê ordens definitivas em um local e totalmente as
contradiga em outro. Este fato deveria nos fazer examinar mais cuidadosamente
aquelas passagens que parecem contradizer as regras. Quando o fazemos,
imediatamente percebemos que os instrumentos banidos não estavam sendo usados
na adoração direta a Deus [no Templo e 'igrejinhas' nas cidades e
vilarejos], mas sim em festas cívicas ao ar livre, comemorando grandes batalhas
da história.
Não devemos esquecer que
os Israelitas eram tanto uma nação-governo quanto uma religião. Havia muitas
coisas que lhes eram permitido fazer como uma nação mas que não tinham nenhum
lugar na adoração direta e formal. Passeatas especiais, paradas militares e
dias de ação de graças, eram atividades cívicas e ao ar-livre. Donzelas
ainda quase crianças participavam destas marchas [ficando depois dos cantores e
antes dos instrumentalistas], fazendo soar seus tamborins e dançando [vi].
Mas nenhuma dessas coisas foi jamais permitida no Templo.
O adufe-tamborim de Sal
68:25 é obviamente parte de uma atividade cívica. Este salmo, mesmo sendo profético
e messiânico, é baseado em uma notável vitória militar. Refere-se às
carruagens de Deus, e como o conquistador levou cativa uma hoste de
prisioneiros, depois da batalha. Fala de futuras vitórias. O poder de Deus –
como aprendido no santuário – é agora relembrado 'nas ruas', e 'os
cantores iam adiante, os tocadores de instrumento atrás; entre eles as donzelas
tocando adufes." O salmo inclui referências a ambos aspectos da vida
judaica – festas cívicas e adoração direta. -- Não há contradição das
regras do Templo.
Em
Sal 81:2, o adufe é novamente encontrado: ‘Tomai o
salmo, e trazei junto o tamborim, a harpa
suave e o saltério.’ Este é um salmo de Asafe. Estava
ele quebrando as regras e introduzindo na adoração o adufe, um instrumento
proibido? A resposta é não, pois seu salmo é uma imperiosa chamada ao povo,
para juntar-se na adoração e festividades da Festa dos Tabernáculos. Esta era
a mais alegre de todas as festas. Comemorava a libertação do povo, sua saída
do Egito, sua sobrevivência no deserto, e a 'colheita' na Terra Prometida.
Durante os sete dias da
festa, todos os israelitas viviam em "casinhas" feitas de folhas de
palmeiras, simbolizando as tendas da peregrinação no deserto. Esta festa, com
suas ofertas, era também o festival nacional da colheita. Obviamente, era uma
ocasião onde era dado expressão a virtualmente cada [sadio] instinto cultural
de vida ao ar-livre, e muita música acompanhava cada grande grupo de Israelitas
viajando para comemorar a festa em Jerusalém. Naturalmente, as 'donzelas'
tocavam seus tamborins, e a dança nacional dos Hebreus ficava em muita evidência
antes da hora de dormir, em cada acampamento.
Conservando em mente
estas cenas do festival nacional, compreendemos que Asafe não errou quanto os
instrumentos. Ele não adicionou o tamborim à orquestra do Templo, nem o
prescreveu como um instrumento para adoração direta.
Sal 98:5-6 menciona a
harpa para acompanhar o cântico de salmos, e adiciona trombetas. Ora, estas
eram para ser tocadas somente pelos sacerdotes, em dias especiais de festas. Com
muita segurança, este salmo inclui a comemoração de grandes vitórias.
Portanto, o que está em mente é a adoração em dias especiais.
A fórmula é, como
sempre – [1] nas festividades nacionais: tamborins e dança [completamente
pura] da cultura [hebraica]; [2] na adoração [direta] normal [em cada sinagoga
de cada cidade]: doces instrumentos da família da harpa; [3] na adoração
direta, no Templo: doces instrumentos da família da harpa, mais trombetas e címbalos.
Os dois últimos dos
salmos são constantemente citados pelos promotores da adoração 'nova-moda',
como uma justificativa para o uso de todo e qualquer tipo de instrumento (e dança)
na adoração direta, sem nenhuma restrição ou inibição.
O
Salmo 149 inclui o verso ‘Louvem o seu nome com danças;
cantem-lhe o seu louvor com tamborim e harpa.'
Assumamos por um instante, somente para fins de raciocinarmos, que a
palavra hebraica traduzida como 'dança' realmente significa isto. (Muitas
autoridades crêem que a palavra original, que significa 'dar voltas', poderia
igualmente referir-se a um tipo de corneta ou trombeta que dava voltas ou era
retorcida, ao invés de se referir a uma dança) [vii].
A questão é – o
salmista está se referindo à adoração direta, ou às festividades nacionais
dos judeus (incluindo os festivais de vitórias militares, com todo o seu
regozijo ao ar-livre)? À medida que lemos através do salmo, a resposta
torna-se óbvia. Salmo 149 não é especifica e exclusivamente sobre adoração
direta, pois estende-se amplamente sobre cada aspecto da vida nacional e
privada. O salmista encoraja o povo de Deus a ser um povo regozijante em cada
setor da vida – o de adoração, o cívico, o de trabalho, e o de lazer.
Assim, 'danças' claramente se refeririam à vida cultural e recreacional da nação.
OS ESTUDIOSOS MAIS ERUDITOS NOS DIZEM QUE A DANÇA EM RODOPIOS OU EM RODAS, DOS
HEBREUS, ERA UMA ATIVIDADE POPULAR NAS VILAS, ESPECIALMENTE ENTRE AS CRIANCINHAS
E ADOLESCENTES. ERA EXTREMAMENTE DISTANCIADA DA MÚSICA DE CONTATO FÍSICO E DE
ESTIMULAÇÃO À SEXUALIDADE, DOS NOSSOS DIAS, E TINHA UM LEGÍTIMO LUGAR NOS
GRANDES FESTIVAIS CÍVICOS.
O quinto verso do salmo,
curiosamente, encoraja o povo a cantar bem alto sobre suas camas,
enquanto o sexto verso deseja que eles louvem a Deus empunhando em suas mãos
uma espada de dois fios. Deviam eles literalmente levar camas e espadas
para dentro do Templo, e de algum modo empregá-los na adoração direta? É óbvio
que não. Estes versos cobrem desde a adoração em privado até o serviço
militar por amor ao Senhor.
O sétimo verso do salmo
clama pela execução de vingança sobre os gentios, e o oitavo clama pelos reis
serem presos com correntes. Uma vez que este salmo inclui festividades cívicas
e paradas comemorativas de vitórias, não deveríamos nos surpreender em
encontrar nele a menção de tamborins e danças. As regras para o Templo (para
adoração direta) não foram contraditas. O SENHOR QUER RECATO E SIMPLICIDADE,
AO INVÉS DE ENTRETENIMENTO, SHOW, BARULHO, DESNECESSÁRIA DIVERSIDADE DE
INSTRUMENTOS, E OSTENTAÇÃO HUMANA.
Que
tal Salmo 150? Ele convoca o povo de Deus para louvá-Lo com tamborins, dança e
órgãos, ao lado dos instrumentos permitidos para o Templo. (O órgão, como já
temos dito, era um instrumento de sopro com sete a dez flautas.) O salmo assim
começa - ‘Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no
seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder.’
O 'santuário' aqui
mencionado é descrito como 'o firmamento do seu poder' ou 'poderosa expansão'
ou 'poderosos céus'. Não é o Templo terrestre, mas sim o templo do inteiro
universo, até mesmo a expansão infinita além do universo, onde anjos voam ao
comando de Deus, e a terra é um pequenino grão de poeira [viii].
Como louvaríamos tal Deus?
O sexto verso do salmo
nos diz que instrumentos não podem eles próprios ser um canal de louvor.
Somente coisas que têm fôlego podem adorar. Somente almas viventes podem
louvar ao Senhor. À luz disto, o salmo somente faz sentido quando entendido
como um salmo ricamente figurativo, usando os tons característicos dos vários
instrumentos para descrever as diferentes emoções da verdadeira adoração.
O puritano David
Dickerson expressa isto em seu sumamente aplaudido comentário sobre os Salmos.
Ele observa que 'a pluralidade e variedade destes instrumentos era adequada para
representar os vários sentimentos do homem espiritual ... e para ensinar que o
que deveria mover e inflamar a todos deveria ser as afeições e poderes de
nossa alma para a adoração a Deus. Que melodia cada um deveria fazer em si
mesmo! ..., para mostrar a excelência do louvor de Deus, a qual nenhum
instrumento, nenhuma expressão do corpo, poderia adequadamente expressar, seja
com trombeta, saltério, etc.'
O pregador escocês
Andrew Bonar escreve: 'Na enumeração que este salmo faz de instrumentos
musicais, há uma referência à variedade que existe entre os homens quanto ao
modo de expressar alegria, e quanto ao modo com que acendem seus sentimentos.'
Em outras palavras, o salmo lista os instrumentos não como se devessem ser
literalmente usados, mas como representando a faixa de emoções que compõem a
adoração sentida no coração [espiritual]. Os instrumentos são
puramente figurativos ou representativos. Esta é a interpretação tradicional
deste salmo.
A trombeta (verso
3) representa a nota da vitória. Nosso louvor deve ser ressonante, triunfante e
exaltado. O saltério e a harpa dão os doces, doces tons da
gratidão e do amor. O louvor deve ser cheio de sentimento. O tamborim e
a dança (verso 4) falam das efervescentes energia, esforço e entusiasmo
de crianças e adolescentes envolvidos em uma atividade favorita. O louvor
necessita e exige todas estas qualidades no coração do adorador.
Órgãos
eram instrumentos de prazer ao invés de adoração, portanto somos aqui
relembrados que o verdadeiro louvor deve ser o mais elevado deleite dos crentes,
não meramente uma obrigação.
O quinto verso trás os
altos e ressonantes címbalos, uma óbvia alusão ao volume, força e
poder do digno louvor.
Um popular estudo Bíblico
observa, a respeito deste salmo, que o escritor convoca para o louvor com todos
os tipos de instrumentos musicais. Mas tomar esta visão muito literal deste
salmo produz uma grave contradição na Bíblia. Deus é visto fazendo firmes
regras [a respeito do uso de instrumentos na adoração], e então convocando
para quebrá-las. Salmo 150 não poderia cancelar e não cancela as restrições
impostas sobre a música de adoração, no Velho Testamento.
Alguém pode objetar que
o órgão-litúrgico de hoje é um enorme número de instrumentos ajuntados em
um. É verdade. Mas, em seu favor, ele é tocado por um único instrumentalista.
Portanto, ao unir as suas vozes em um único som geral, ele pode clamar ser um
único instrumento –
se enquanto for tocado com
toda a discrição, pudor e sensatez.
O PADRÃO DE DEUS
PERMANECE – QUE INSTRUMENTOS MUSICAIS DEVEM SER DIGNOS E RECATADOS EM CARÁTER,
LIMITADOS EM NÚMERO, E JAMAIS PERMITIDOS SOBREPUJAR A INTELIGENTE E SINCERA
OFERTA DE ADORAÇÃO EMANANDO DAS MENTES E CORAÇÕES DOS CRENTES. A idéia de
que o Velho Testamento sanciona as palhaçadas musicais do presente tempo é
baseada em uma visão extremamente superficial e errada dos dados da Bíblia.
ADORAÇÃO NÃO É PARA
EXIBICIONISMO HUMANO – DEUS RESISTE AO SOBERBO. NÃO É PARA EXIBIR OU ADMIRAR
TALENTO E HABILIDADE ARTÍSTICA HUMANA. JAMAIS DEVE SER PERMITIDO QUE AJUDAS
[instrumentais, eletrônicas, etc.] À MÚSICA POSSAM TRANSFORMAR A ADORAÇÃO
EM ENTRETENIMENTO. 'AJUDAS' TÊM QUE NUNCA INTERFERIR COM O CARÁTER ESPIRITUAL
DA ADORAÇÃO.
A adoração tradicional
promove temor e reverência, espiritualidade e profundidade de pensamentos.
Alegria tem que fluir [natural e quase imperceptivelmente] do coração, ao invés
de ser desenvolvida através do excessivo uso de ajudas externas.
A adoração tradicional
baseia-se na adoração bíblica, que obedece a certas restrições. O Senhor
confia a Seu povo o uso de ajudas musicais para apoiar o louvor, mas esta
confiança tem que nunca ser abusada. Esta confiança é completamente ignorada
pela adoração 'nova-moda'.
Traduzido em mar/2000, por Valdenira N. de M. Silva
, 0xx83.247.8768, Rua Buarque 198, João Pessoa, PB, 58045-160
INFORMAÇÕES ADICIONAIS, COMO NOTAS AO FINAL
[i] A primeira seleção de instrumentos feita por Davi, para a primeira e desastrosa tentativa de re-trazer a arca, incluiu tamborins (2Sam 6:5; 1Cro 13:8). [Depois,] enquanto a arca permaneceu na casa de Obede Edom, Davi radicalmente reformulou e revisou todos os arranjos para transportá-la, de modo a alinhá-los com a Lei. A este tempo, através de Gade (o vidente do rei) e de Natã (o profeta), Deus deu mandamento a Davi, e a ordem divina foi dada ao povo (2Cro 29:25). O tamborim não foi incluído, e nunca mais aparece em qualquer lista de instrumentos para adoração direta ou adoração no Templo. O segundo estágio do retorno da arca (representando a regra vigente [desde então para sempre]) foi realizado sem tamborins. Quanto aos címbalos, foram usados principalmente como meio de dirigir a orquestra, uma vez que, em 1Cro 15:19, somente Asafe e outros dois condutores-maestros os tocaram.
[ii] A história do uso da trombeta na adoração retrocede até Num 10, onde Deus ordenou que duas trombetas de prata chamassem o povo ao Tabernáculo. Os sacerdotes é quem deviam tocá-las, através dos séculos. Deviam ser tocadas em festas especiais e no começo do mês ([somente] durante a queima das ofertas), para lembrar o povo da natureza da sua libertação histórica. Geralmente, o número de trombetas usadas em ocasiões especiais continuou a ser de duas (1Cro 16:6). Excepcionalmente, 120 sacerdotes tocaram trombetas na consagração do Templo de Salomão. Esta foi a maior multidão jamais reunida para adoração, e a maior e mais longa queima de ofertas.
[iii] A orquestra montada para acompanhar a arca para o segundo estágio da sua volta (uma parada-procissão ao ar livre) teve três címbalos, onze liras e seis harpas. Uma vez que a arca chegou ao interior da tenda, a orquestra foi reduzida para oito harpas e liras, um címbalo e duas trombetas. O tamanho da orquestra mudou, mas nunca os tipos de instrumentos. A restrição foi mantida. Em 1Cro 25:1-7, o número total de músicos era de 288, dos quais cerca de 260 formavam o coral.
[iv] ‘Sinagoga’ é uma palavra do Novo Testamento, mas a usamos aqui como um termo útil para descrever centros de adoração regionais e distritais – em outras palavras, as 'igrejas' locais dos Judeus.
[v] Com a única exceção do Salmo 5, que era para ser acompanhado com uma flauta solitária. Este salmo, muito lamentador e nostálgico, era cantado nas peregrinações.
[vi] Nota da Tradutora: certamente estas danças e soar de tamborins eram não sensuais, eram tais que não despertassem luxúria, ou estariam contrariando os mandamentos do próprio Deus.
[vii] Nota da Tradutora: cremos firmemente que esta palavra, no meio de uma lista de 3 instrumentos, (no Salmo 149) e de 9 instrumentos (no Salmo 150), muitíssimo mais provavelmente refere-se a um instrumento (corneta ou trombeta dando voltas ou retorcida), ao invés de uma dança, mesmo que esta seja uma dança cultural completamente pura e inocente, como as antigas cantigas de roda das menininhas do nosso antigo Brasil, 'ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar ...'
[viii] Alguns expositores dizem que isto fala tanto do santuário terrestre como do mais amplo firmamento. Neste caso, este é outro salmo que cobre todo o espectro da vida – da adoração no Templo, à vida cívica, à vida social
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.