Existe um discurso politicamente correto que flui honrosamente da boca
daqueles que geralmente odeiam a confrontação: "Vou à igreja, assisto o
'meu' culto, volto pra casa e não falo mal da vida de ninguém. Acho que se
cada um cuidasse de sua própria vida e deixasse esse negócio de criticar o
que é dito na igreja, nós teríamos uma igreja bem melhor." Gente assim,
dificilmente tem um senso crítico a respeito de sua fé. Não sabe porque crê.
Não sabe no que crê. Contenta-se com uma fé cega, surda e muda. Afinal, dizem
os tais, ai daquele que tocar nos ungidos do Senhor. Esquecem-se porém, que,
diferente do Antigo Testamento, todos fomos ungidos na Nova Aliança:
"Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm
conhecimento (...). Quanto a vocês, a unção que receberam dele permanece em
vocês (...)" I Jo. 2.20,27
Estamos testemunhando um tempo histórico, onde os crentes seguem à risca tudo
aquilo que lhes é dito a partir de um púlpito, sem titubear (claro, desde que
isso não conflite com todas as bênçãos que Ele tem guardado em sua cartola
mágica). Não sei o que é pior, vender aos crentes a bênção em forma de
amuletos dos mais esdrúxulos comprá-la! Será que ainda existem crentes que
não entenderam que o que Jesus condenou foi o julgamento hipócrita, e não o
julgar em si (Mt. 7.1-6)? Será que nunca estaremos prontos para tirar o cisco
do olho de nosso irmão? Será que Jesus não foi o suficientemente claro ao
dizer que depois de tirarmos a viga de nossos olhos estaríamos aptos para
exercer o julgamento? Ouso propor uma resposta:
"O descaso do povo para com a Palavra continuará sustentando muitas
mentiras, heresias
e agressões à alma."
Ah... que falta fazem os bereanos! O livro de Atos não poupa elogios quando
diz que eles "eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam
a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para
ver se tudo era assim mesmo." (At. 17.11). Jesus disse: "Não
julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos!" (Jo. 7.24).
Disse também: "Por que vocês não julgam por si mesmos o que é
justo?" (Lc. 12.57). O Apóstolo Paulo também não deixou margem para
dúvidas quando disse: "Estou falando a pessoas sensatas; julguem vocês
mesmos o que estou dizendo." (I Co. 10.15).
Há ainda aqueles mais pacificadores que, mansamente, nos lembram:
"...ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom!" (I
Te. 5.21). O problema nesse caso é, como diria meu professor Franco Júnior :
"O que é bom?". Afinal, como já disse aqui, o ruim não é receber e-mails
criticando meus posicionamentos, o ruim é receber respostas baseadas na
achologia. E convenhamos: esse é o parâmetro utilizado pela maioria dos
crentes hoje em dia. Não! Mil vezes não! A Bíblia é o nosso referencial.
E mais: não me importa quantos milhões de CDs vendeu o camarada que inventou
a fábula de um Zaqueu que consegue chamar a atenção de Jesus - a Bíblia não
diz isso. Não me importa o brilho reluzente do troféu da moça que quer te
colocar no palco e humilhar os seus irmãos, a Bíblia não diz que será assim.
Também pouco me importa se hoje é 9/9/2009 ou 10/10/2010, a sua bênção não
custa R$ 900,00, nem custará R$ 10.000,00 no ano que vem, a Bíblia não
respalda isso. Por fim, não me importa quem "profetizou", nenhuma
arca vai proteger a minha casa, mesmo com anjinho e tudo. A Bíblia diz que
"...se não é o Senhor que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar
guarda." (Sl. 127.1)
Que Deus levante mais bereanos. Gente que duvida, que critica, que denuncia.
Gente que pinta a cara, mas não é palhaço! Homens e mulheres que não tenham
medo da verdade, custe o que custar. Só assim a igreja evangélica brasileira
voltará ao caminho da verdade, afinal, para esse, não há atalhos. Deus nos
guarde dos lobos!
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