[Nota do Irmão Cloud: O artigo abaixo foi escrito pelo
saudoso Pastor David Nettleton e foi publicado nos anos 60 pela Associação
Geral das Igrejas Batistas Regulares (GARBC). A GARBC praticava a separação
bíblica e dava advertências claras contra a transigência do Novo
Evangelicalismo, e também publicou muitos artigos úteis como o que se segue.
Infelizmente, hoje isto não é mais verdade e muitas boas igrejas e pastores
deixaram a GARBC nas últimas décadas por causa de sua desistência em relação à
separação Escritural.]
“26 Portanto,
no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. 27 Porque
nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.” (At 20:26-27 ACF)
Esta mensagem [este artigo], como muitas, nasceu de uma experiência.
Pode ser que outros estejam vivendo experiências semelhantes. Portanto, permitam-me
contar a experiência que deu origem a essa mensagem.
Nasci Presbiteriano. Fui salvo num colégio inter-denominacional no corpo estudantil,
mas gerenciado pela igreja dos Irmãos. De lá fui para um seminário que não era
uma escola denominacional e de lá para outro seminário Presbiteriano Unido.
Entrei para o pastorado Batista sem nenhum treinamento Batista, exceto o que
recebi pela leitura das Escrituras.
Alguns anos mais tarde fui
para um movimento jovem inter-denominacional e recebi a liderança de um
encontro local de sábado à noite. Cooperei com alguns evangélicos, independentemente
de suas associações. Fui orientado pelos principais líderes do movimento para
procurar os nomes dos modernistas em
destaque, para [fazerem parte de] meu comitê de aconselhamento. Eu não o fiz.
Mas segui o conselho que me levou a encaminhar todos os convertidos de volta às
Igrejas de suas escolhas, Igrejas que eu sabia serem liberais em alguns casos.
Isto incomodou muito a minha consciência e eu orei e pensei sobre isso.
Outro problema ligado a esse trabalho foi minha falha em instruir aos
convertidos sobre o batismo cristão que, nas Escrituras, é o primeiro teste de
obediência. Eu senti que deveria instruí-los [sobre o batismo], da mesma forma
que Pedro e Paulo o fizeram. Mas como poderia isso ser feito se, no comitê do
trabalho, havia amigos íntimos que não acreditavam nisso? Por tal associação,
eu definitivamente estraguei minha mensagem e meu ministério sobre importantes
verdades bíblicas que muitos chamavam de “não-essenciais”.
No trabalho de acompanhamento [dos novos convertidos] não era conveniente que
eu falasse sobre segurança eterna, na presença de trabalhadores cristãos que
odiavam o nome da doutrina. Assim, o ministério era reduzido à apresentação do evangelho,
como se não houvesse nada na Grande Comissão sobre batizar convertidos e
doutriná-los. Eu tinha encontrado o menor denominador comum, e o defendia. Mas
minha consciência não teve descanso. Então aconteceu que Atos 20:27 veio a
significar algo para mim.
O grande apóstolo nunca se permitiu ser levado a nada que limitasse sua
mensagem. Ele poderia dizer de consciência limpa: “26 ... estou limpo do
sangue de todos. 27 Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.” Por que, hoje, muitos não podem hoje dizer o
mesmo? Em meu caso e em muitos outros casos, seria devido ao desejo de ensinar
a uma audiência grande e trabalhar com um grupo maior de cristãos. Muitos foram
afastados, levados para longe de uma completa obediência, através de um moto
nobre e sonoro, aplicado ao trabalho cristão: “No que for essencial, unidade;
no que for não-essencial, liberdade; e, em todas as coisas, caridade”. Algumas
coisas não são essenciais à salvação mas são essenciais à completa obediência e
o cristão não tem a liberdade diante de Deus para escolher o que é essencial e
não essencial! É nosso dever declarar toda a orientação de Deus e fazê-lo onde
quer que estejamos.
Paulo tinha um ministério maravilhosamente equilibrado. Em sua pregação ele
nunca teria agradado aos homens, pois sabia que nunca agradaria a Deus se
tentasse agradar aos homens. Ainda assim, em sua vida ele testificou: “Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os
modos, salvar alguns” (1 Cor. 9:22). “Assim
como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando meu
próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos (1 Cor.
10:33).
Que feliz equilíbrio no ministério! É verdadeiro, humilde e completo. Hoje
estamos escolhendo entre duas alternativas. UMA MENSAGEM LIMITADA OU UMA COMUNHÃO
LIMITADA. [Por um lado,] Se pregarmos todas as verdades bíblicas, há muitos
lugares para onde jamais seremos convidados. [Por outro lado,] Se apertarmos as
mãos das multidões, haverá uma limitação da mensagem da Bíblia. Tenha isso em
mente – é o Batista que põe mais coisas de lado [quando quer ter comunhão com
todo mundo]. É o Batista fundamentalista que faz as concessões! Pense nisso e
você perceberá é uma verdade. Acreditamos no batismo [apenas] de quem já é
crente. Acreditamos na separação [tanto do pecado, na nossa vida pessoal, como
dos erros doutrinários, na nossa vida como igreja]. Pregamos a segurança eterna
[da salvação]. Acreditamos na vinda iminente de Cristo. Consideramos um ato de
obediência reprovar a descrença nos círculos religiosos. Temos que indicar [por
nome] [e expor os erros de] os saduceus e fariseus. Mas, conforme uma filosofia
atual, devemos deixar essas coisas de lado em benefício de uma esfera mais
ampla de serviço.
O que é mais importante: a completa obediência, ou [atingirmos] uma esfera mais
ampla de serviço? Todavia, não acredito inteiramente que essas sejam as duas
únicas alternativas. É nossa primeira tarefa ser completamente obedientes a
Deus em todas as coisas e então esperar n’Ele pelos locais de serviço. Pode ser
que venhamos a ser limitados, e pode ser que não. Charles Haddon Spurgeon não
viajou tanto quanto alguns homens do seu tempo, mas seus sermões viajaram tão
longe quanto os sermões de muitos homens.
Li
recentemente um artigo religioso de um grande evangelista. Ele deplora as
condições morais na América. Ele deplora as condições de nossas escolas. Ele
fala contra o comércio de bebidas e contra a delinqüência juvenil. Mas nada é
dito contra o grande inimigo da América: A CRENÇA MODERNA DISSEMINADA PELAS
IGREJAS SUPOSTAMENTE DE CRENTES. A força da nação está em seu amor a Deus. Esse
amor tem esfriado cada vez mais, em muitas igrejas, e Jesus Cristo, Nosso
Senhor, é chamado de filho ilegítimo, um jovem confuso e um mestre morto. Esse
tipo de coisa precisa ser repreendido ao custo da [nossa] reputação e mesmo ao
custo da [nossa] vida, se necessário. Mas logo que for repreendido, o homem que
o repreende perderá a maioria dos seus seguidores, se ele tiver ganhado seus
seguidores através da cooperação com as igrejas modernistas.
É minha crença que alguns dos nossos evangelistas de hoje sejam completos
cristãos crentes na Bíblia. Eles aceitam quase todas as verdades do Livro. [Mas]
parece que eles evitam pregar todo o aconselhamento de Deus por uma razão: para
eles, é importante ir mais longe, mesmo se formos com uma mensagem menor. A
brecha dentro do assim chamado Protestantismo hoje é tão grande como a distância
entre o Protestantismo e o Catolicismo Romano [nos séculos da Reforma e do
Grande Avivamento]. Precisamos tornar este fato conhecido. Mas sempre que
promovemos o tipo de ministério inclusivo estamos encobrindo um fato que
precisa ser conhecido.
Deus nos
deu uma grande mensagem para pregar. Ela contém o glorioso evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo, mas não está limitada a este evangelho. Ele nos
comissionou a pregar o evangelho, batizando nossos convertidos e DOUTRINANDO-OS
(Mt 28:19-20) [ênfase da tradutora]. Ele nos deu o melhor sistema de trabalho
de acompanhamento [dos novos convertidos] que é a formação e boa fundamentação de
igrejas constituídas de crentes na Bíblia, e os [recém-] convertidos se
ajuntarem a elas. Ele está nos chamando à lealdade e à obediência.
Não precisamos de nova mensagem. Não precisamos de novo método. Precisamos
somente do espírito de obediência achado em Paulo quando ele testifica: “Porque nunca deixei de
vos anunciar todo o conselho de Deus.”
Pastor
David Nettleton
Tradução pela irmã Jeanne Rangel
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
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