"E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que
não vêem vejam, e os que vêem sejam cegos. E aqueles dos fariseus, que estavam
com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus:
Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o
vosso pecado permanece. "
João 9:39-41 (ACF)
Muitas líderes religiosos estão convencidos que detêm todas as verdades
bíblicas, como aqueles judeus que davam mais valor a Moisés do que para Aquele
que era infinitamente maior que Moisés (João 9:28). Essa afirmação dos fariseus
representava a tentativa de insultar aquele homem que havia nascido cego.
Debaixo desta mentalidade religiosa deturpada, os líderes judeus perceberam que
não poderiam fazer nenhum progresso argumentando com um homem tão resoluto em
suas afirmações. Isto os humilhava, deixando-os revoltados ainda mais.
Ao afirmarem 'Tu és nascido todo em pecado' (vv. 34) estavam na verdade
admitindo que o homem havia nascido cego, o que se haviam se recusado a fazer
anteriormente por não suportarem ter de admitir a ação sobrenatural de Jesus,
que o confirmava como O Filho de Deus (João 9:18).
Na teoria destes mestres farisaicos o sofrimento físico decorria de uma
condição profunda do pecado (vv. 2). Impressiona a incredulidade deles ao
mostrarem mais desprezo pela condição anterior do que prazer pela restauração
realizada por Cristo na vida daquele homem. Quantos falsos mestres atuais do
evangelho falsificado também se deixam engendrar por uma auto-suficiência tão
pecaminosa quanto a daqueles judeus, usando o passado para atormentar as
ovelhas de Cristo e mantê-las debaixo de seu controle, ao invés de trabalharem
para o crescimento espiritual dos filhos de Deus.
A surpreendente afirmação de Jesus de que ele veio a este mundo para juízo (vv.
39) parece contradizer a princípio outras afirmações (João 3:17;12:47). A
afirmação será bem compreendida se entendermos que o julgamento não era a
missão primária do Senhor. Mas evidentemente que eram bastante claros os
efeitos inevitáveis de sua primeira vinda à terra. A confrontação da encarnação
do Filho do Deus vivo com as consciências humanas, leva os homens a uma crise
sem precedentes. O auge da crise na vida daquele homem que havia sido cego é
selado com sua excomunhão (vv. 34) e confirmada no fato de ele adorar ao Senhor
Jesus Cristo publicamente (vv. 38). É muito provável que o local do encontro
fosse um local público onde se encontravam os fariseus, que presenciaram a cena
e o diálogo (vv. 35, 40).
Jesus lhes apresenta um contraste característico de todo o evangelho que leva o
homem natural à crise existencial pelas afirmações penetrantes da Palavra de
Deus (Hebreus 4:12). Esta noção de 'os que não vêem vejam, e os que vêem
sejam cegos' (ver Isaías 6:10; 42:19) é um resumo espiritualmente
grandioso, maravilhoso, estupendo e humanamente desconcertante para a parca e
limitada compreensão carnal. A frase do Senhor Jesus Cristo atinge o âmago da
batalha atroz travada na alma humana por aqueles que possuem uma forte
convicção religiosa mas que ainda não encontraram a Cristo como Salvador, Único
que concede a Vida Eterna aos que crêem n'Ele (João 6:47; 60-65-69).
Em Sua maravilhosa ação milagrosa da cura física daquele homem o Senhor Jesus
Cristo faz uma aplicação estupenda, resumindo em poucas palavras aquilo que
desejava demonstrar para aqueles hipócritas líderes religiosos. Quanto poder,
quanta sabedoria! Louvamo-te. Oh, Senhor! Aquele homem cego havia passado a
vida toda sem poder ler, aprender as letras, completamente em ignorância das
Escrituras, uma condição totalmente desesperadora, mesmo que miserável. Ele era
a própria imagem do homem espiritualmente morto em delitos e pecados (Efésios
2:1-3). Era levado pelos falsos mestres, acreditava neles, os seguia!
Dobrava-se humildemente ao seu assédio, sem ter esperança que alguém o pudesse
levar à reposta do significado e sentido da sua vida deplorável. Nutria-se de
qualquer coisa que lhe era dito, pois melhor era receber de qualquer coisa do
que não receber nada.
Esta é a condição dos que se encontram enganados pelas seitas, levados pelo
engano de homens ímpios, afligidos por suas cegueiras espirituais. Sabem que
não encontraram a resposta que lhes satisfaça o coração. Têm consciência de que
merecem a condenação eterna, caminham na direção do inferno e isto lhes
atormenta a alma, lhes esmaga o espírito. Mas, não tendo esperança, se apegam
às 'tábuas de salvação' que encontraram, seja qualquer que tenham lhes
ensinado: a hóstia da missa, a guarda do sábado, a abstenção de alimentos, a
repetição de mantras, a meditação transcendental, as músicas delirantes do rock
"cristianizado", a venda de revistas para obtenção de cotas, a busca
pelas manifestações dos espíritos dos mortos, a adoração de santos e imagens e
por aí vai. Oh, que tantos engôdos! Quantas almas religiosas e perdidas. Crêem
em Cristo como milagreiro, olham-no com estima, aplicam-no com mestre
inteligentíssimo, enxergam-no como aquele que abriu o caminho para lhes dar o exemplo
a ser seguido, o caminho da iluminação, a jornada da auto-indulgência,
auto-flagelação, auto-salvação.
Você se sente assim? Afogando-se nas suas próprias crenças. Sim, suas próprias!
Seguindo falsos profetas e líderes que nem entram no reino de Deus nem deixam
que os outros entrem ? (Mateus 23:13)
A resposta de Cristo à pergunta deles, 'Também nós somos cegos?' (vv.40)
é uma declaração que eles estavam convencidos que possuíam conhecimento de
todas as verdades religiosas possíveis. Eles possuíam visão natural, tinham
sido instruídos na lei, por isso criam que possuíam visão espiritual, mas a
reação para a verdade (João 14:6), a luz verdadeira (João 1:9) demonstrava que
eles eram realmente cegos e que o verdadeiro evangelho lhes era encoberto.
E neste sentido a vinda do Senhor Jesus Cristo trouxe juízo (vv. 39), uma
implicação de seu estado de rejeição os condenava, tornando-os culpados,
demonstrando sua cegueira espiritual. A rejeição direta e aberta das
reivindicações de Jesus ser o Filho de Deus encarnado, vindo para salvação de
todo aquele que crê os mantinha em condenação diante de Deus (João 3:18,36).
O conhecimento religioso daquele líderes judaicos servia apenas para
confundi-los cada vez mais, embaçando suas mentes, não podendo atingir suas vidas
e seus corações. Esta é a situação de quem se encontra envolvido com qualquer
religião que é em si mesma a causa e a razão da salvação, tias como acontece no
adventismo, mormonismo, jeovismo, catolicismo, espiritismo, dentre muitas
outras. Permanecer fora do contexto imposto pela religião humana, abandonar os
preceitos a serem seguidos significa perder a salvação. Abandonar tais
religiões é ser réu de condenação eterna, tal como pregam seus propagadores.
Não é assim conforme as Escrituras e conforme os ensinos do amado Mestre,
Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele, e Ele Só é a salvação! Somente nEle os
crentes são salvos. Aquele tipo de conhecimento sem fundamento é pernicioso,
perigoso e destrutivo. Exalta o homem, o torna satisfeito consigo mesmo, imaginando-se
detentor de toda ciência. Quaço grande armadilha um pecador pode cair se assim
é levado a crer. Bramam tais pessoas que possuem a verdade, que sabem muito,
que não são ignorantes. Jamais se arrependeram de tão arrogância diante do Deus
Eterno. Não se admitem pobres pecadores, cegos, nús, perdidos Apoc. 3:17).
Acreditam poderem por si mesmos suportarem o peso cobrado pela justiça e
apresentarem-se diante de Deus com seu trapos de imundícia (Is. 64:6, Mateus
22:11-14). Não admitem que estão errados, lhes é vergonhoso negar sua fé
humana, seu status tão propagado de líderes espirituais, guia dos cegos,
"mestres de almas" (Rom. 2:5, 19-24).
Não há esperança para os que assim morrem, acumularam grande conhecimento, mas
sem arrependimento, perdão, regeneração, salvação. Sem Cristo tornam-se grandes
catástrofes, elaborações mal construídas de si mesmos em terreno impróprio
(Mateus 7:26-27)! Pisaram o sangue do Filho de Deus (Heb. 10:29) e estarão
diante de um Deus Vivo (Hebreus 10:30).
Não percebes, ó pecador que deves te arrepender a entregar tua vida a Jesus
Cristo, como Único e Suficiente Salvador (Romanos 10:9)? Não te apercebes que
somente Ele pagou o preço pelo pecado e cumpriu a Justiça (João 19:30)? Não te
apercebes que és cego? Converta-se o teu coração, e creia para que sejas salvo.
Como responderás à pergunta: 'Crês tu no Filho de Deus?' (João 9:36) Pois Ele
se revela aos seus (João 9:38, 10:27-28)
Permita-me transcrever um trecho resumido de um livro, presenteado por uma
amada irmã como oferta missionária, que traduz mui claramente a diferença entre
o conhecimento sem Cristo e o conhecimento de Cristo:
"A experiência cristã sempre deve incluir um genuíno encontro com Deus.
Sem isto, a religião é apenas uma sombra, um reflexo da realidade, uma cópia barata
de um original outrora desfrutado por outra pessoa de quem ouvimos falar. Só
pode ser uma grande tragédia na vida de qualquer homem, viver numa igreja desde
a meninice até avançada idade, e não conhecer nada mais real do que algum deus
sintético, composto de teologia e lógica, mas sem olhos para ver, sem ouvidos
para ouvir e sem coração para amar.
A redenção não é uma obra estranha que Deus, por um momento, virou de lado para
fazer; antes, é a Sua mesma obra realizada numa nova esfera, a esfera da catástrofe
humana. A regeneração de uma alma crente é simplesmente uma recapitulação de
toda a Sua obra feita desde o momento da criação. À Sua palavra a luz irrompe e
o homem perdido se levanta para beber da água da vida e seguir a Luz do mundo
(João 9:5). Como a ordem e a frutuosidade se seguem logo àquela antiga criação,
assim a ordem moral e o fruto espiritual vêm logo em seguida na experiência
humana. E sabemos que Deus é o mesmo e os Seus anos não fenecem. Ele sempre age
como Ele próprio, onde quer que Se ache em ação, e seja qual for a obra que
esteja realizando.
Que diferença, quando deixamos de ser casos gerais e nos tornamos alvos da
atenção pessoal em nossa aproximação a Deus. Então não temeremos o pronome
pessoal mas, com todos os amigos de Deus, o relacionaremos com Aquele que no-lo
deu e cada um reclamará para si a Pessoa e a obra do Deus Triúno. Veremos então
que tudo o que Deus fez, foi para cada um de nós. Então poderemos cantar:
Por mim Tu Te cobriste de luz como com uma vestimenta, estendeste os céus como
uma cortina e lançaste os fundamentos da terra.
Por mim fizeste cada animal da terra segundo a sua espécie, toda erva que dá
semente e toda árvore que dá fruto com semente nele.
Por mim os profetas e os salmistas cantaram. Por mim falaram os santos homens,
movidos pelo Espírito Santo.
Por mim Cristo morreu, e os benefícios redentores dessa morte são, pelo milagre
da Sua presente vida perpetuada para sempre, tão eficazes agora como o eram no
dia em Ele inclinou a cabeça e rendeu o espírito.
E quando Ele se levantou no terceiro dia, foi por mim; e quando Ele derramou
sobre os discípulos o prometido Espírito Santo, foi para que pudesse continuar
em mim a obra que Ele estivera realizando por mim desde a aurora da
criação."
Como responderás ao chamado de Deus para salvação (II Coríntios 6:2, Hebreus
Hebreus 3:7-8, 15; 4:7)? Oxalá respondas como aquele homem outrora cego: 'Creio
Senhor, e o adorou.' (João 9:39).
Pr Miguel Ângelo Luiz Maciel
IGREJA BATISTA REGULAR VALE DE BENÇÃOS (Codajás - Am)
Primeira Igreja Batista Fundamentalista em Codajás
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.