DOIS PECADORES NA IGREJA



C. D. Cole



"Dois homens subiram ao templo, a orar, um fariseu, e outro publicano. O fariseu estando em pé, orava consigo desta maneira: Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto possuo".

O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: "O Deus, tem misericórdia de mim, pecador".

Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que si mesmo se humilha será exaltado". Lucas 18:10-14.

Esta parábola sobre dois grandes pecadores foi contada pelo Senhor Jesus. Um dos homens sabia que era pecador e o confessou diante de Deus. O outro não sabia que era pecador e gabava-se de sua justiça. É a história de um homem que pensava ser bom, mas que foi para o inferno e de outro que sabia ser mau e foi para o céu.

Vamos seguir estes dois homens e vê-los enquanto adoram. Um deles procura o melhor lugar; o outro, "de longe", quase nem queria entrar na igreja. Um deles é um grande gabola; o outro, um grande arrependido Um viu sua grande necessidade de salvação; o outro, seu grande ego. Os dois adoraram: um, ao grande Deus; o outro, a si mesmo. Um era crente em Jesus; o outro em si mesmo. Um ficava no sacrifício sobre o altar; o outro, em sua justiça própria. Os dois eram desprezadores. Um deles desprezava os outros. O último desprezava-se a si mesmo. Um se colocou num pedestal; o outro, no pó da humanidade. Um implorou justiça; o outro, misericórdia

Temos os mesmos tipos de pessoas hoje em dia. E as encontramos em todo lugar. Sem dúvida, há representantes deles em nossas igrejas em cada culto.

Um disse: "Sou um homem bom". Vejam quanta coisa boa fiz. Mas dêem uma olhada "naquele lá", que vergonha! Sinto-me feliz por ser melhor do que ele". O outro falou: "Senhor, sou um pobre pecador. Preciso de Tua ajuda. Sou culpado e preciso de misericórdia. Li na Bíblia que Teu Filho, Jesus Cristo foi anunciado como o propiciatório, por isso confio nEle para me dar a misericórdia que necessito" Este homem não fala mal de ninguém. Ele é o único pecador a quem conhece.

Chega o término do culto e os dois vão para casa. Um sai orgulhosamente, enrolado em sua própria importância e justiça, parabenizando- se por ser tão bom. O outro vai para casa agradecido a Deus por Sua misericórdia, através do sacrifício do sangue. E Jesus, o Mestre em contar parábolas, disse: "Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele".

O FARISEU NA IGREJA

1. Ele orou para si mesmo. A oração dele foi um discurso para Deus, fazendo-O saber todas as coisas boas que tinha feito. A Bíblia nos diz que os fariseus gostavam de ficar em pé nas praças e orar em voz alta, a fim de serem ouvidos pelos homens. Já ouvi falar de pastores que vão visitar outras igrejas e saem com raiva, por não serem convidados a orar.

Conta-se a estória de um homem que sonhou que chegava à igreja, bem na hora em que o zelador a fechava. O prédio já estava às escuras. Mas lá no telhado o homem pôde ver vários passarinhos esvoaçando, como se quisessem sair. Ele perguntou ao zelador o que era aquilo. O zelador respondeu: "São algumas orações feitas aqui hoje. Só algumas chegam ao trono de Deus. Estas nunca, pois não passam de meras palavras.

2. Ele gabou-se de sua moralidade. Falava sobre sua vida tão limpa. Não era adúltero, nem ladrão. Não era igual aos outros homens. Não podia ser comparado ao publicano. Era uma exceção. Moralmente, este fariseu provavelmente, era melhor do que o publicano e a maioria dos homens, mas não precisava ficar se gabando. Isto não era nada em que depender para ser aceito por Deus. É bom ser livre de extorsão e adu1tério, mas isto não adianta nada para a salvação.

3. Ele se gabou de sua honestidade nos negócios ao dizer: "Não sou injusto. Não engano ninguém. Pago sempre minhas contas". Tudo isto podia ser verdade, mas não precisava ficar se gabando. é bom ser honesto, mas isto não adianta nada para a salvação.

Jesus não está falando contra a honestidade, nem culpando o homem por pagar suas dívidas e ser honesto em sua transações comerciais. Jesus está avisando que não devemos confiar nestas coisas para a salvação

Os homens devem ser honestos em seus negócios, mas a honestidade não vai salvar de ninguém. Mesmo nas transações comerciais, Jesus deve estar em primeiro lugar e receber toda a glória.

É pura hipocrisia quando a religião de um homem o torna proeminente na igreja, aos domingos, e deixa de influenciá-lo em seus negócios e transações durante a semana. Não somos salvos por termos métodos honestos em nossas negociações. Onde estaria Jesus se aquilo em que os fariseus confiavam salvasse?

4. Ele se gabou de sua vida religiosa. "Jejuo duas vezes na semana, e dou o dízimo de tudo quanto possuo". Será que Jesus estava condenando o dízimo e o jejum? É claro que não! Ele está avisando que estas coisas não compram a salvação. Jesus ordenou que déssemos o dízimo, mas nos disse que havia outras coisas importantes, que não deviam ser esquecidas. Jesus contou esta parábola com o intuito de chegar a uma única conclusão verdadeira, o pecado de confiar em si e desprezar os outros.

Este homem tinha uma atitude errada. A natureza dele era má . Não era imoral, mas era orgulhoso. As mãos dele eram melhores que o coração. Ele dividia a sociedade em dois grupos, os maus e os bons, e considerava- se a única pessoa no grupo bom. "Ó Deus, graças Te dou, porque não sou como os demais homens". Irmãos, não devemos entrar em acordo com o pecado. Especialmente o pecado que está em nós mesmos. Devemos ser mais exigentes conosco do que com qualquer outra pessoa. Devemos ter um conhecimento melhor do nosso ego, do que de outras pessoas, e se o formos, vamos achar mais para criticar em nós mesmos do que naqueles a quem não conhecemos bem.

Certo homem, numa cidadezinha de Escócia, usava um paletó muito curioso. Na parte da frente havia remendos enormes. Ele dizia que representavam os pecados dos vizinhos. Na parte das costas havia remendos bem pequeninos. Quando perguntaram o que significavam, respondeu: "Estes são os meus pecados. Não posso vê-los". A mesma coisa acontecia com o fariseu. Ele podia ver os pecados dos outros, mas não via nada errado nele mesmo. Este fariseu que adorou com tanta pompa, e a seus próprios olhos de modo tão lindo, voltou para casa como um pecador perdido e condenado.

PUBLICANO NA IGREJA

1 .Ele veio à presença de Deus humildemente. "Ficou de longe". Evitou a familiaridade com o grande e santo Deus. Estava diante dEle em reverência. Viera para orar, não pregar a Deus.

2. Veio penitentemente. Sentia o peso dos seus pecados, por isso batia no peito, indicando que sabia ser ali a fonte de seu problema. Queria um coração limpo. Entristecia- se por ter um coração tão mau. Não pensava no hipócrita, no banco da frente. Naquele momento sentia-se como o único pecador da terra inteira. Por isso orou: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador".

3. Ele veio a Deus para confessar seu pecado. O único título que quis foi o de pecador, nada mais. Não tinha boas obras para expor diante de Deus. Não tinha justiça própria sobre a qual se gabar. Não tinha realizado nada de que pudesse ser digno de registro. Era um pecador necessitado, e portanto, um pecador mesmo. O único título que devemos tomar sobre nós, ao sermos salvos, é o de "pecador".

4. Ele veio crendo. O publicano não confiava em si mesmo, nem exigia justiça. Ele precisava de misericórdia e confiava no sacrifício do sangue, por trás do véu. O sangue do Cordeiro de Deus sacrificado é só que salva.

CONCLUSÃO

Hoje estamos saindo daqui diretamente para nossas casas. Será que vamos andar com o fariseu ou com o publicano? Iremos para casa justificados, aceitos por Deus, ou iremos para casa ainda condenados?






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