"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra
qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não
deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à igreja de Deus." (I
Coríntios 10:31-32 ACF1)
Muito se tem falado sobre o uso de bebidas alcoólicas por parte
dos cristãos. Alguns têm defendido ardorosamente que "um pouco" de
álcool de modo algum é prejudicial, e que beber com moderação é recomendado
pelas escrituras. Já outros se posicionam em campo oposto, rejeitando
completamente o uso de bebidas alcoólicas, mas por vezes ficam desarmados
frente a várias passagens bíblicas que, frente a um exame superficial,
autorizariam o uso do vinho.
Este grave problema que se põe, a aparente contradição das
escrituras que ora repudiam e ora enaltecem o uso do vinho, faz com que
passagens bíblicas possam ser interpretadas de acordo com propósitos colocados
nos corações daqueles que as lêem, não levando em conta o propósito divino
com que foram escritas, propósito este que deve ser devidamente obtido através
do contexto teológico, histórico, gramatical, usando-se assim de perfeita
exegese bíblica.
Frente a esta caótica situação vem este estudo se propor a
analisar profundamente a questão do vinho nas escrituras sagradas e sua influência
na vida dos cristãos.
Inúmeros são os problemas causados na vida das pessoas pela
ingestão de bebidas alcoólicas. Estes problemas afetam desde o convívio
social do indivíduo até a manutenção de sua vida e de pessoas próximas.
Existem estatísticas alarmantes sobre o desastre causado na vida das pessoas
pelo consumo do álcool, que o tornam o inimigo público número um, chegando a
matar 25 vezes mais que todas as drogas ilegais juntas!
O álcool pode atingir todos os tecidos do organismo célula por
célula, pelo fato de ser completamente miscível em água, causando com isto inúmeras
desordens físicas e psíquicas. O uso do álcool pode provocar aumento de peso,
dependência química, impotência sexual, vários tipos de câncer e pode
estimular o surgimento de outras doenças físicas graves, como por exemplo, úlceras,
cirrose hepática, hepatite alcoólica e a esteatose hepática.
Foi comprovada uma relação direta entre o aumento do número
de homicídios e o aumento do consumo de bebidas alcoólicas no Brasil. Segundo
o IBGE, o consumo de cerveja passou de 25 litros por habitante para 48,4 litros
por habitante entre 1979 e 1999, havendo um aumento do número de homicídios
por 100.000 habitantes em quantidade proporcionalmente equivalente. Segundo o Núcleo
de Estudos da Violência da USP a receita mais comum para um assassinato é uma
arma na mão e alguns goles de qualquer bebida alcoólica na cabeça. Segundo o
mesmo estudo, 40% dos assassinatos ocorrem sob a influência de bebidas alcoólicas.
Além disto, o álcool está envolvido em 65% dos afogamentos,
22% dos acidentes domésticos, 77% das quedas, 40% dos assaltos, 35% dos crimes
sexuais e em 30% dos suicídios.
O uso de álcool está também estreitamente ligado às mortes
por acidentes de trânsito. Segundo estudos feitos a partir de dados obtidos no
Instituto Médico Legal do Estado de São Paulo no ano de 1999, foi constatada
alcoolemia positiva em 47% das vítimas fatais de trânsito, e deste total,
96,8% estavam com um teor alcoólico em seu sangue acima de 0,6 g/litro (limite
máximo estabelecido pelo Código Nacional de Trânsito).
Nos Estados Unidos, os custos financeiros causados por acidentes
envolvendo indivíduos alcoolizados somaram em 1994 a exorbitante quantia de 45
bilhões de dólares, havendo mais de 13.560 mortos e 1,73 milhões de feridos!
Dados indicam também que uma em cada quatro famílias tem em
seu seio problemas relacionados ao uso do álcool, como crianças com deficiências
mentais, divórcios, violência no lar, doenças, crimes e mortes.
São números impressionantes, e levam à conclusão que a
ingestão de bebidas alcoólicas é um dos mais sérios problemas da humanidade
e tem causado o infortúnio e a derrota de milhões de pessoas.
Hoje a palavra vinho passou a ter um único significado, qual seja o líquido resultante da fermentação etílica da uva, ou de outras frutas, conforme pode-se observar pela definição encontrada no dicionário Michaelis:
Mas, cabe aqui uma análise mais profunda sobre a origem da
palavra "vinho", isto porque esta palavra não teve sempre este único
significado, como fazem supor alguns.
A palavra vinho origina-se da palavra latina vinum, que por sua
vez tem origem na palavra grega oinos. Retirando-se os sufixos tem-se os
radicais de cada palavra:
Nota-se assim a clara ascendência etimológica da palavra
vinho, e fica patente sua origem na palavra latina vinum que tem o mesmo
significado da palavra grega que a originou: oinos.
Segundo o léxico de latim de Lewis & Short, os significados
da palavra "vinum" são:
A primeira e a segunda definições fazem a própria fruta, a
uva, e a planta, a videira, serem também vinho.
No Thesaurus Linguae Latinae tem-se as definições da palavra
"vinum" suportadas pelo conteúdo das obras de diversos autores clássicos.
Entre estas definições duas chamam atenção: Aigleuces vinum
("vinho doce") e Defrutum vinum ("vinho fervido"),
ambas são descritas como vinhos não fermentados (não alcoólicos).
Já o Phraseologia Generalis define a palavra latina "mustum"
(mosto) como "vinho novo", e a frase vinum pendens como "vinho
ainda no pé". Vale aqui ressaltar a definição atual da palavra mosto,
conforme o dicionário Michaelis, qual seja:
Mosto virgem: sumo que corre das uvas e outras frutas, antes de serem pisadas.
Também se nota na palavra mosto a perda do significado original
que seria "o suco fresco de uvas".
Aristóteles em seu livro Metereologica informa o sentido da
palavra oinos (vinho) ao definir glukus, um suco de uvas
adocicado, da seguinte forma: "embora chamado vinho (oinos), ele não
tem os efeitos do vinho, apesar de ter o sabor do vinho ele não intoxica como o
vinho comum". Em outra passagem Aristóteles diz o seguinte: - "Alguns
tipos de vinho (oinos), como por exemplo o mosto (gleukos), se
solidificam quando fervidos".
Na Septuaginta, tradução do Velho Testamento do hebraico para
o grego, os tradutores com grande freqüência traduziram a palavra hebraica
"tirosh" que significa suco de uvas fresco como oinos
(vinho) sem qualquer adjetivação, mesmo havendo uma palavra que alguns
poderiam afirmar ser "uma melhor tradução" para o suco de uvas
fresco, no caso gleukos (mosto). Estes fatos indicam de forma inequívoca
a qualquer que se proponha a estudar de forma séria esta questão que a melhor
tradução para "suco de uvas recém espremido" em grego é mesmo oinos
(vinho).
Assim temos demonstrado que as palavras que deram origem à
palavra "vinho" devem ser interpretadas tanto como suco de uvas não
fermentado, quanto como suco de uvas fermentado.
Sob esta ótica, a palavra "vinho" deveria ter este
mesmo significado. Mas, o que se observa é a palavra vinho significando somente
o suco de uvas com fermentação etílica. Deduz-se desta forma que em algum
ponto do nosso passado houve uma mudança no significado original da palavra. O
Dicionário luso-brasileiro Lello Universal traz várias definições para o
vinho, sendo uma delas a do "vinho abafado" como sendo: "o
vinho doce proveniente de uma fermentação parcial do mosto, sustada pelo
calor, ou pelo anidrido sulfuroso ou por outro processo que não altere o valor
higiênico do vinho, mas em que não intervenha a alcoolização." Este
dicionário apesar de indicar o vinho como sendo "bebida alcoólica que
se obtém da fermentação, total ou parcial, do sumo de uvas frescas
(mosto)" traz uma exceção, o vinho abafado, que é um vinho não alcoólico,
bem como resgata o significado original de mosto: "sumo de uvas
frescas".
No dicionário Melhoramentos de 1970 e no dicionário Globo de
1956 tem-se basicamente a mesma definição de vinho encontrada hoje no dicionário
Michaelis, o que indica a necessidade de posicionamento da pesquisa ainda mais
no passado:
Desta forma a definição original da palavra vinho na língua portuguesa é:
A palavra hebraica yayin tem rigorosamente o mesmo significado
da palavra latina vinum e da palavra grega oinos, como pode ser visto pelos seus
radicais:
(ya)yin
oin(os)
vin(um)
yin = oin = vin
A Encyclopaedia Judaica de 1971 apresenta uma descrição dos diversos usos da palavra yayin, entre eles cabe destaque a alguns que permitem que seus diversos significados fiquem claros:
yayin mi-gat | O vinho recém espremido antes da sua fermentação (vinho novo) |
yayin yashan | O vinho fermentado do ano anterior (vinho velho) |
yashan noshan | O vinho fermentado com três anos ou mais (vinho muito velho) |
Tem-se que a palavra yayin a exemplo de oinos e vinum
tanto pode ser utilizada para referenciar vinho com fermentação etílica
quanto vinho não fermentado.
A tradução da Bíblia de João Ferreira de Almeida foi
desenvolvida no decorrer do século XVII, e a este tempo a palavra vinho ainda
mantinha o seu significado original, ou seja, suco de uvas fermentado ou não,
tal qual as palavras que estavam sendo traduzidas do grego e do hebraico, oinos
e yayin, respectivamente.
Não cabe, portanto, qualquer argumentação sobre a palavra
vinho significar, na Bíblia, somente o suco de uvas fermentado, pois como ficou
demonstrado, esta palavra é utilizada para definir todos os líquidos obtidos a
partir da uva.
Neste ponto é importante verificar como o Velho Testamento
trata a questão do vinho, tanto com relação ao vinho fermentado quanto ao não
fermentado.
Não há dúvida que com grande freqüência a palavra yayin é
utilizada referindo-se ao vinho fermentado no Velho Testamento. Mas
invariavelmente, quando ocorre com este significado, diz respeito aos efeitos
maléficos resultantes do uso do vinho e à sua conseqüente condenação
divina.
A primeira referência aos efeitos causados pelo uso do vinho
fermentado está em Gênesis 9:20-21 (ACF):
"E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma
vinha. E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua
tenda."
Um pouco mais adiante na história da humanidade a Bíblia
relata o caso das filhas de Ló quando após a destruição de Sodoma e Gomorra
embebedaram o pai para deitarem-se com ele:
"Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com
ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. E deram de beber
vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e
não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. E sucedeu, no
outro dia, que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite
me deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho também esta noite, e então
entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos a descendência de
nosso pai...E deram de beber vinho a seu pai também naquela noite; e
levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se
deitou, nem quando se levantou" (Gênesis 19:32-33,35 ACF)
Já a passagem a seguir mostra a completa desaprovação de Deus
ao uso do vinho, claramente referindo-se ao vinho fermentado com sua coloração
resplandecente e suave escoar:
"Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as
pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os
olhos vermelhos? Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam
buscando vinho misturado. Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho,
quando resplandece no copo e se escoa suavemente. No fim, picará como a cobra,
e como o basilisco morderá. Os teus olhos olharão para as mulheres estranhas,
e o teu coração falará perversidades. E serás como o que se deita no meio do
mar, e como o que jaz no topo do mastro. E dirás: Espancaram-me e não me doeu;
bateram-me e nem senti; quando despertarei? aí então beberei outra vez."
(Provérbios 23:29-35 ACF)
O Rei Salomão, inspirado por Deus, apresentou acima vários
resultados ruins decorrentes do uso do vinho, mas faz especial menção ao vício,
pois apesar da pessoa saber que sofreu graves conseqüências devidas à
embriaguez, torna a ter o firme propósito de repetir a carraspana.
Vários são os alertas sobre os resultados do uso do vinho
fermentado no Velho Testamento:
Em todos os casos fica patente o alerta divino sobre os malefícios
causados pelo vinho etílico, vemos que a Palavra de Deus dá claras ordens com
relação à não utilização deste tipo de vinho, cabe então ao homem
obedecer ou não à vontade de Deus.
Referências ao vinho não fermentado não são tão claramente
documentadas na Bíblia quanto as condenações ao intoxicante vinho fermentado.
Mas, é sempre possível chegar-se ao verdadeiro significado das palavras
utilizadas através do contexto em que se encontram.
Nas passagens a seguir a palavra "vinho" tem o
significado óbvio de "vinho não fermentado", vejamos:
"Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua
jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa
em sangue de uvas." (Gênesis 49:11 ACF)
Apesar desta ser uma passagem profética, as figuras
apresentadas são verídicas. Nesta passagem Jacó está abençoando a seus
filhos e Judá irá amarrar o seu jumentinho à vide e lavará a sua roupa no
vinho.
Fica claro que não haveria como Judá extrair vinho fermentado
diretamente da vide. E mais, a construção "sangue de uvas", em
hebraico, é sinônima de vinho, e sangue de uvas é sim suco de uvas recém
espremido, ou em outras palavras, vinho não fermentado.
"Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois
odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e
cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre
jumentos." (I Samuel 25:18 ACF)
Nesta passagem Abigail preparou grandes provisões para entregar
a Davi que vinha para vingar a afronta recebida de Nabal, marido de Abigail. O
que chama a atenção na passagem acima é a disparidade entre as quantidades de
mantimentos e os dois odres de vinho. Esta grande diferença de quantidade surge
como clara indicação de que o vinho estava em forma de suco de uva concentrado
(fervido), o qual para ser bebido deveria ser reconstituído com água. Este era
um método muito comum de preservação do suco de uvas na antigüidade. Pode-se
ver a mesma discrepância de quantidades na passagem a seguir:
"E passando Davi um pouco mais adiante do cume, eis que
Ziba, o servo de Mefibosete, veio encontrar-se com ele, com um par de jumentos
albardados, e sobre eles duzentos pães, com cem cachos de passas, e cem de
frutas de verão e um odre de vinho." (II Samuel 16:1 ACF)
"Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto; cantai-lhe.
Eu, o SENHOR, a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça
dano, de noite e de dia a guardarei." (Isaías 27:2-3 ACF)
Esta é outra passagem profética, sobre uma vinha cuidada
diretamente pelo Senhor. A palavra hebraica traduzida aqui como vinho tinto é rmx
(chemer) que significa literalmente vinho puro ou vinho ainda por ser
fervido, clara referência ao suco fresco de uvas.
"Já se consumiram os meus olhos com lágrimas, turbadas
estão as minhas entranhas, o meu fígado se derramou pela terra por causa do
quebrantamento da filha do meu povo; pois desfalecem o menino e a criança de
peito pelas ruas da cidade. Ao desfalecerem, como feridos, pelas ruas da cidade,
ao exalarem as suas almas no regaço de suas mães, perguntam a elas: Onde está
o trigo e o vinho?" (Lamentações de Jeremias 2:11-12 ACF)
Nesta passagem o menino e a criança de peito desfalecendo no
regaço de suas mães perguntam pelo seu alimento costumeiro, qual seja, pão e
vinho. Não se pode de maneira alguma aceitar que este vinho seja o intoxicante
vinho com fermentação etílica, mas sim, e sem qualquer dúvida, o puro suco
da vide.
Na passagem que se segue o vinho é claramente um produto da
terra e uma benção dada àqueles que servem a Deus. É interessante notar que
os lagares, que são tanques nos quais se espremem e reduzem a líquido as uvas,
venham a transbordar de vinho, que sendo suco de uvas recém espremidas é por
conseguinte vinho não fermentado:
"Honra ao SENHOR com os teus bens, e com a primeira parte
de todos os teus ganhos; e se encherão os teus celeiros, e transbordarão de
vinho os teus lagares." (Provérbios 3:9-10 ACF)
O Velho Testamento coloca o vinho não fermentado, seja o suco
concentrado de uvas, seja o suco fresco de uvas, como uma bênção aos que
temem a Deus e fazem a Sua vontade.
A crença popular de que Jesus Cristo, apesar de não ter sido
um beberrão, tinha o hábito de beber moderadamente vinho alcoólico, e não só
isto, mas que tenha também produzido deste vinho em grande quantidade nas bodas
de Caná, tem moldado a opinião e a forma de agir de muitos cristãos quanto ao
hábito de tomar bebidas fermentadas ou destiladas. A posição é esta: -
"Se Cristo fez, recomendou e tomou vinho alcoólico, os cristãos devem
seguir o Seu exemplo".
Ao analisar esta passagem é importante ter em mente qual o
objetivo de Jesus ao realizar o milagre da transformação de água em vinho,
qual fosse manifestar a Sua glória como Filho de Deus e despertar a confiança
dos seus discípulos na Sua capacidade de salvar o seu povo do pecado:
"Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia,
e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele." (João 2:11
ACF)
Partindo deste princípio, crer que Jesus, sabendo que os
convidados já "haviam bebido muito" (v.10),
criou vários litros de vinho alcoólico (entre 383,28 e 574,92 litros)
desrespeitando desta forma a clara vontade de Deus, é algo além da mais
desvairada imaginação:
"Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus
filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não
morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; e para fazer
diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo, e para ensinar
aos filhos de Israel todos os estatutos que o SENHOR lhes tem falado por meio de
Moisés." (Levítico 10:9-11 ACF)
"O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e
todo aquele que neles errar nunca será sábio." (Provérbios 20:1 ACF)
"Não olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando
resplandece no copo e se escoa suavemente" (Provérbios 23:31 ACF)
É inimaginável o Senhor Jesus iniciar seu ministério
contrariando de tal forma a vontade do Pai, e contribuindo decisivamente para a
embriaguez das pessoas presentes àquela festa:
"Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro! Ai de ti,
que adiciona à bebida o teu furor, e o embebedas para ver a sua nudez!"
(Habacuque 2:15 ACF)
Os modernos pesquisadores estão alertando a respeito da síndrome
fetal do álcool, que é um grupo de defeitos físicos e mentais no nascimento,
resultantes do consumo de álcool durante a gravidez. Estes defeitos incluem
atraso mental, déficit de crescimento, mau funcionamento do sistema nervoso,
anomalias cranianas e desajustes de comportamento.
Segundo a OMS2, a
cada ano, no mundo, nascem 12.000 bebês com a síndrome fetal do álcool.
Alguns sintomas podem não tornarem-se óbvios até que o bebê atinja uma idade
entre 3 e 4 anos, contudo, seus efeitos são irreversíveis.
E sendo Jesus Cristo o Filho de Deus, não seria questionar sua
divindade, sabedoria e discernimento entre o bem e o mal afirmar que Ele teria
servido vinho intoxicante em uma festa de casamento?
Fica claro aqui que o que Cristo fez foi sim o bom e puro vinho,
isto é, o natural e saudável suco de uvas.
"E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra
sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se
estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente
se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz:
Melhor é o velho." (Lucas 5:37-39 ACF)
Esta passagem, bem como suas correlatas em Mateus
9:17) e em Marcos
2:22), trazem em si um grande problema de interpretação. Um problema não
só teológico, mas também técnico.
Uma interpretação comum é a de que somente odres novos
suportariam a pressão causada pelos gases gerados pela recém iniciada fermentação
do vinho novo. Isto seria devido ao fato dos odres velhos não terem mais a
necessária elasticidade, rompendo-se sob pressão.
Seguindo esta linha de raciocínio, Jesus estaria sugerindo com
veemência o consumo do vinho velho (com fermentação completa) por ser este
melhor que o vinho novo (com fermentação incompleta), o que concorda com a
maioria dos modernos enólogos.
Porém o fato é que nenhum odre, seja novo ou velho, suportaria
a enorme pressão causada pelos gases gerados durante o processo de fermentação
do vinho. Para este fim eram utilizados grandes jarros cerâmicos.
Uma aproximação tecnicamente correta do problema é a da
utilização de vinho não fermentado. Neste caso, deveriam ser utilizados odres
novos besuntados com mel para o armazenamento do vinho novo, filtrado ou
fervido, sendo hermeticamente lacrados logo a seguir. Considerando se tratar de
vinho novo não fermentado, caso fossem utilizados odres velhos, por mais limpos
que estivessem, sempre haveria em suas paredes pequenas quantidades de matéria
orgânica em decomposição, e isto seria o suficiente para iniciar um violento
processo de fermentação do vinho o que com certeza romperia o odre devido à
grande geração de gases.
Outra teoria é a de que o vinho novo a que Jesus se referiu
seria o vinho em que o processo de fermentação estaria próximo do final, o
que permitiria ao odre novo suportar a pressão gerada. Mas, neste caso, também
o odre velho poderia ser utilizado pois da mesma forma suportaria a pequena
pressão gerada neste ponto da fermentação.
Fica tecnicamente provado que Jesus estava falando de vinho não
fermentado. Mas, se este é o caso, o que o Mestre estava tentando dizer (v.37 e
38)?
O versículo 39 traz um problema ainda maior. Este verso, se
analisado de forma precipitada, traz uma aparente contradição com relação
aos versos anteriores, além de aparentar estar completamente fora de contexto.
Esta idéia é ainda mais reforçada quando se vê que nos textos encontrados em
Mateus e Marcos não há referência alguma a esta passagem. Porém na Palavra
de Deus nada está escrito por acaso, nada está fora de contexto e não há
qualquer contradição.
O primeiro ponto a ser analisado é quem está dizendo que
"Melhor é o velho". Jesus? - Não. Quem diz "melhor é o
velho" é aquele que já tenha bebido do vinho envelhecido. Isto se deve ao
fato do ser humano ao experimentar o vinho fermentado querer mais dele. Este é
o princípio básico do vício, pois, mesmo tendo ciência dos efeitos negativos
do uso da substância que vicia, a pessoa quer mais.
Mas, sendo o texto uma parábola, tem um sentido além do seu
sentido imediato e direto já apresentado. Qual seja:
"Porque a vida da carne está no sangue; pelo que vo-lo
tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pelas vossas almas; porquanto é
o sangue que fará expiação pela alma." (Levítico 17:11 ACF)
No Velho Testamento os pecados do povo de Israel eram expiados
através de um sistema de sacrifícios onde o sangue de animais era vertido com
esta finalidade. Porém, ao contrário do que muitos pensam, o sistema de sacrifícios
não foi abolido no Novo Testamento, o que ocorreu foi uma alteração neste
sistema. Ao invés do sacrifício de animais, tem-se agora um sacrifício muito
mais excelente, um sacrifício definitivo, um sacrifício capaz de remir os
pecados não apenas do povo de Israel, mas de toda a humanidade: O sacrifício
de Jesus, o Cordeiro sem mácula, o Filho de Deus, que verteu o seu sangue como
expiação pelos pecados do mundo.
A Santa Ceia foi instituída por Jesus Cristo como um memorial a
este sacrifício definitivo, e neste cerimonial foram instituídas as figuras do
pão e do cálice.
Na instituição do cerimonial, Jesus nos informa que o conteúdo
do cálice é o fruto da vide:
"E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo:
Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue; o sangue do novo testamento, que
é derramado por muitos, para remissão dos pecados. E digo-vos que, desde
agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba de novo
convosco no reino de meu Pai." (Mateus 26:27-29 ACF)
O problema posto aqui é: Qual é na verdade o fruto da vide ao
qual Jesus se referiu? Vinho fermentado ou vinho não fermentado?
Pesquisas no Velho Testamento não nos ajudam a responder a esta
questão, pois nada é dito sobre qual bebida deve ser utilizada para libação
nas instruções sobre a ceia de Páscoa. Tem-se referências ao cordeiro, ao pão
não fermentado (ázimo) e às ervas amargas, mas, nenhuma referência à bebida
utilizada como acompanhamento desta refeição.
Porém, a Palavra de Deus nos dá as indicações necessárias
para que saibamos, sem sombra de dúvidas, qual foi a bebida utilizada por Jesus
na última ceia:
Por todas estas inequívocas indicações dadas pela Palavra de
Deus, tem-se que o fruto da vide ao qual o Senhor se referiu é o próprio fruto
espremido, o puro suco de uvas, o vinho não fermentado. Este é o cálice da
ceia do Senhor.
"A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem
participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro. Não bebas mais água
só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes
enfermidades." (I Timóteo 5:22-23 ACF)
Paulo instrui a Timóteo que não beba somente água, mas
acrescente um pouco de vinho, por razões de saúde.
Alguns pontos devem chamar a atenção:
Somando-se todas estas informações a conclusão é direta: - O
vinho recomendado por Paulo a Timóteo era o vinho não fermentado. E como pode
ser visto abaixo no item "Valor medicinal do vinho não fermentado",
este tem mais valor medicinal que o vinho alcoólico.
"Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras
coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça."
(Romanos 14:21 ACF)6
Este capítulo de Romanos trata das liberdades do cristão, não
das instruções e proibições encontradas em outras passagens. E dentro do que
é livre temos o beber moderadamente vinho não fermentado.
Mas, se a passagem trata de vinho não fermentado, por que alguém
se escandalizaria com o fato de alguém bebê-lo?
Deve-se ter em mente a época em que foi escrita esta epístola,
e o destinatário da mesma. Em Roma nesta época era muito comum o oferecimento
de comida aos ídolos, daí a recomendação para o não comer, e da mesma forma
era comum em cultos pagãos beber-se muito vinho não fermentado, em verdadeiras
odes de glutonaria. Daí a recomendação para não beber o vinho não
fermentado, evitando assim ser confundido com os que praticavam o paganismo.
A palavra de Deus dá instruções específicas quanto ao uso de
bebidas que contenham álcool. Porém antes de analisar as instruções bíblicas,
seria conveniente apresentar alguns parâmetros seculares de modo a ilustrar e a
tornar mais fácil a análise da palavra de Deus.
A partir de que ponto uma pessoa pode ser considerada como
estando embriagada? A taxa de álcool no sangue varia de acordo com o peso,
altura e condições físicas de cada indivíduo. Porém a tabela a seguir pode
ser utilizada como um parâmetro médio:
Quantidade de álcool por litro de sangue (em gramas)* | Efeitos |
---|---|
0,2 a 0,3 g/l - equivalente a um copo de cerveja, um cálice pequeno de vinho, uma dose de uísque ou outra bebida destilada. | As funções mentais começam a ficar comprometidas. A percepção da distância e da velocidade são prejudicadas. |
0,3 a 0,5 g/l - dois copos de cerveja, um cálice grande de vinho, duas doses de bebidas destiladas. | O grau de vigilância diminui, assim como o campo visual. O controle cerebral relaxa, dando sensação de calma e satisfação. |
0,51 a 0,8 g/l - três ou quatro copos de cerveja, três copos de vinho, três doses de uísque. | Reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, superestimação das possibilidades e minimização de riscos e tendência à agressividade. |
0,8 a 1,5 g/l - a partir dessa taxa, as quantidades são muito grandes e variam de acordo com o metabolismo, com o grau de absorção e com as funções hepáticas de cada indivíduo. | Dificuldades de controlar automóveis, incapacidade de concentração e falhas na coordenação neuromuscular. |
1,5 a 2,0 g/l | Torpor alcoólico, dupla visão. |
2,0 a 5,0 g/l | Embriaguez profunda |
5,0 g/l | Coma alcoólica |
* Fontes: Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo e médicos.
O mais importante a se notar nesta tabela é que mesmo um
pequeno cálice de vinho já compromete as funções mentais, com prejuízo para
a percepção.
Dois estudos separados, um sobre os mecanismos de ação e outro
sobre resultados clínicos, recentemente publicados em jornais de pesquisas
cardiovasculares, mostram os benefícios de se tomar o suco de uvas.
Na edição de 12 de junho de 2001 do jornal Circulation, órgão
oficial da Associação Americana de Cardiologia, os pesquisadores mostraram que
beber o suco de uvas não somente tem um efeito direto em importantes funções
biológicas como a coagulação sangüínea, mas também aparenta aumentar o nível
de antioxidantes enquanto diminui a produção de radicais livres.
"Este estudo nos dá uma nova visão sobre como o suco de
uvas pode melhorar a função cardiovascular", explica a Dra. Jane E.
Freedman, M.D., professora assistente de medicina e farmacologia na Georgetown
University e uma das líderes do estudo. "O que nós estamos vendo pela
primeira vez é que a substância ativa do suco de uvas age de duas formas
relacionadas: Primeiro, ela tem um efeito protetor sobre a vitamina E e sobre
outros antioxidantes, permitindo que eles permaneçam ativos por mais tempo,
enquanto que ao mesmo tempo diminui a produção do radical livre superóxido-a.
Segundo, esta substância ativa também parece ter um efeito direto, positivo em
um grande número de funções biológicas como a produção de óxido nítrico
e a inibição de plaquetas, ou células que causam coágulos, ambos também
importantes fatores de proteção."
Na edição de maio de 2001 do Atherosclerosis, pesquisadores
compararam os efeitos de beber suco de uvas, vinho tinto e vinho tinto
desalcoolizado em ratos de laboratório. Eles descobriram que o suco de uvas,
quando comparado com o vinho tinto e com o vinho tinto desalcoolizado, foi no mínimo
tão efetivo quanto estes ao:
"Este estudo nos diz algumas coisas importantes",
explica Joe A. Vinson, Ph.D., professor de química da Universidade de Scranton,
e líder do estudo. "Primeiro, que o suco de uvas ofereceu um significativo
benefício de proteção cardiovascular nos animais testados, incluindo o
combate à instalação da arteriosclerose, um efeito que nós não havíamos
visto antes. Segundo, ele sugere que o papel desempenhado pelo álcool na
melhora de funções cardiovasculares pode não ser tão significativo quanto se
pensava antes."
Outro estudo conduzido pelo Dr. John D. Folts, Ph.D., F.A.C.C.,
trata dos mecanismos que aumentam ou diminuem a atividade de plaquetas e da
incidência da trombose coronária mediada por plaquetas. Em estudos
preliminares nos anos 70 ele desenvolveu um modelo de estudos, ao vivo, da formação
da trombose em constrição de artérias com danos ao endotélio. Em 1974 ele
primeiro demonstrou que a aspirina podia reduzir a incidência de trombose coronária
de modo significativo. Atualmente, ele está estudando a propriedades
anti-plaquetas e antioxidantes dos componentes encontrados no vinho tinto, em
sucos de frutas e no chá.
Estes componentes parecem ser melhores inibidores de plaquetas
que a aspirina. O foco atual é na funcionalidade de alimentos como o suco de
uvas e a cebola, os quais tem propriedades anti-plaquetas e antioxidantes, e
melhoram a função do endotélio permitindo uma melhor dilatação arterial. Os
estudos foram feitos tanto em animais quanto em voluntários humanos, estes,
tanto com fatores de risco quanto pacientes com comprovadas moléstias
cardiovasculares. Os estudos com voluntários humanos demonstraram que tanto a
aspirina quanto o vinho tinto reduzem as plaquetas em 45%, enquanto que o suco
de uvas as reduz em 75%. Isto mostra que os benefícios do vinho não se
encontram no álcool, mas na uva, e que os resultados são potencializados
quando se utiliza diretamente o suco de uvas. A dosagem diária recomendada foi
determinada como estando entre 220 e 280 gramas (aproximadamente, um copo).
"Seus dados são extremamente convincentes", diz o Dr.
Arthur L. Kastsky do Centro Médico Permanente de Oakland, CA. sobre o estudo do
Dr. Folts. O Dr. Kastsky tem se dedicado a estudar se há benefícios para o
coração na ingestão de álcool.
Todos os estudos até agora realizados demonstraram que o suco
de uvas, o vinho não fermentado, é superior ao vinho alcoólico em suas funções
medicinais, e sem conter qualquer toxidade.
A palavra embriagado vem do latim êbrïus que significa
intoxicado, bêbado, saturado.
O sinônimo mais importante nesta análise é intoxicado.
Intoxicação, conforme o dicionário Michaelis, é a introdução de uma substância
tóxica no organismo.
Assim, passa-se a estar embriagado no momento em que ocorre a
introdução de uma substância tóxica no organismo.
O álcool é uma substância tóxica que pode até causar a
morte imediata do indivíduo, dependendo da quantidade que for ingerida e das
características específicas do álcool ingerido.
Desta forma o estado de embriaguez se estabelece no exato
momento em que se ingere a primeira dose de qualquer bebida que contenha álcool.
Alguns alegam que partindo-se deste princípio, a primeira
garfada de alimento constituir-se-ia em glutonaria. Cabe aqui, uma análise com
bom senso desta alegação. Faz-se antes de mais nada necessário se distinguir
o alimento, algo necessário para a vida, do tóxico álcool, tomado sem
qualquer objetivo vital. Mas, vamos entender exatamente o que é glutonaria.
Conforme o dicionário Michaelis, glutonaria é:
Esta definição nos leva à necessidade de saber o significado da palavra glutão, que conforme o mesmo dicionário é:
Sem qualquer dificuldade vê-se que o glutão (o que comete a
glutonaria) é alguém que come além do necessário para sua subsistência, com
voracidade e por vício. Sendo pecado claramente condenado pelas Escrituras, bem
como assim também o é, o pecado da bebedice. (ver Gálatas
5:21)
"Para quem são os ais? Para quem os pesares? Para quem as
pelejas? Para quem as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os
olhos vermelhos? (30) Para os que se demoram perto do vinho, para os que andam
buscando vinho misturado. (31) Não olhes para o vinho quando se mostra
vermelho, quando resplandece no copo e se escoa suavemente. (32) No fim,
picará como a cobra, e como o basilisco morderá. (33) Os teus olhos olharão
para as mulheres estranhas, e o teu coração falará perversidades. (34) E serás
como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro. (35) E
dirás: Espancaram-me e não me doeu; bateram-me e nem senti; quando
despertarei? aí então beberei outra vez." (Provérbios 23:29-35 ACF)
Este texto é direto e incisivo: Não olhes, e obviamente não
bebas, o vinho quando se mostra vermelho, resplandecente no copo e escoando-se
suavemente.
"Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:
adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria,
inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas,
homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca
das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas
não herdarão o reino de Deus." (Gálatas 5:19-21)
A bebedice é condenada como uma obra da carne e quem a comete
vai para o inferno. Muitos entendem como bebedice, que é sinônimo de
embriaguez, somente com o estado de depravação completa causado pelo álcool,
mas, como ficou demonstrado acima no tópico "Significado de
embriaguez", o primeiro gole de qualquer bebida alcoólica é bebedice.
"E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas
enchei-vos do Espírito;" (Efésios 5:18 ACF)
A passagem é translúcida: Não vos embriagueis com vinho.
E novamente entra aqui o que se entende por embriaguez, e que como apresentado,
não são somente os abjetos estados finais de intoxicação com álcool, mas
todo o processo, iniciando-se pelo o primeiro gole.
"Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de
uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;
não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância,
mas moderado, não contencioso, não avarento; que governe bem a sua própria
casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia" (I Timóteo
3:2-4 ACF)
Nesta passagem a expressão "dado ao vinho",
quer dizer não obcecado pelo vinho, que não o procura com insistência. Como já
foi demonstrado existem dois tipos de vinho, o fermentado e intoxicante e o não
fermentado. Como no texto a palavra sóbrio foi traduzida da palavra grega nephaleos
que tem dois significados: comedido e em ausência de álcool, fica claro que o
pastor (que deve ser exemplo para o rebanho) não deve tomar qualquer quantidade
de bebida alcoólica e ainda procurar ser comedido, não dado ao vinho não
fermentado, evitando assim a glutonaria.
Apesar do texto ser específico ao referir-se diretamente ao
pastor, as características expostas são esperadas de qualquer cristão. Seria
de se admitir que um cristão fosse repreensível, polígamo, desatento,
desonesto, inóspito, inapto para ensinar, espancador e cobiçoso de torpe ganância?
A resposta é não. E porque então a resposta seria sim ao se tratar a questão
da bebida e de ser dado ao vinho? A resposta continua sendo não. O cristão
deve ser sóbrio e não deve ser dado ao vinho, assim como o pastor.
"Os velhos, que sejam sóbrios, graves, prudentes, sãos na
fé, no amor, e na paciência;" (Tito 2:2 ACF)
Nesta passagem (como na passagem anterior em I Timóteo 3:2), a
palavra sóbrio foi traduzida da palavra grega nephaleos. Desta maneira, o idoso
é instruído para que se mantenha ausente do álcool (sóbrio). E isto também
vale para os jovens. Pois, pode o jovem cristão estar embriagado? Esta instrução
é para que os idosos sirvam de exemplo aos mais novos, e para que nenhum deles
se utilize do álcool!
"Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário,
anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar;" (I
Pedro 5:8 ACF)
Esta passagem a exemplo da anterior instrui o cristão a ser sóbrio.
Mas, além disto instrui o cristão a vigiar, porque o diabo está atento e
pronto a tragar a quem possa. No tópico "Ponto de embriaguez"
acima, ficou estabelecido que o primeiro gole de uma bebida alcoólica já
compromete as funções mentais. Como, pois manter-se vigilante com as funções
mentais comprometidas?
"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo,
e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus." (I Coríntios 6:19-20
ACF)
Cada um é mordomo de seu próprio corpo, não o dono, mas
simplesmente o mordomo. Deve-se então grande cuidado para com sua manutenção.
Já que este corpo pertence a Deus aquele que o intoxica é contrário à instrução
divina. Não está, portanto, sendo um mordomo fiel deste valioso bem que Deus
lhe confiou.
Àquele que foi resgatado pelo sangue do Nosso Senhor Jesus
Cristo é exigido que não se intoxique com nenhuma substância alcoólica,
mesmo que em muito pequena quantidade. A tolerância da palavra de Deus para
este tipo de bebida é nenhuma, nenhuma mesmo. As pessoas que tentam
encontrar base bíblica para a ingestão de bebidas alcoólicas, seja em que
quantidade for, estão apenas tentando encontrar base para a satisfação de seu
desejo carnal ou de seu vício, e de forma alguma estão fazendo a verdadeira
vontade de Deus.
E a vontade de
Deus é:
Nenhuma bebida alcoólica. Não há senão e não há talvez..
Autor: Walter Andrade Campelo
http://www.luz.eti.br/
Só use as duas Bíblias traduzidas rigorosamente por equivalência formal a partir do Textus Receptus (que é a exata impressão das palavras perfeitamente inspiradas e preservadas por Deus), dignas herdeiras das KJB-1611, Almeida-1681, etc.: a ACF-2011 (Almeida Corrigida Fiel) e a LTT (Literal do Texto Tradicional), que v. pode ler e obter em BibliaLTT.org, com ou sem notas).
(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página de http://solascriptura-tt.org)
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.