(The Letter of Aristeas)
Toda a argumentação de que as Escrituras Hebraicas foram traduzidas para o
grego antes da época de Cristo descansa em cima de um único documento. Todas as
demais evidências históricas que suportam o argumento apenas citam ou
referenciam esta única carta.
Nesta assim chamada Carta de Aristeas, o escritor apresenta-se a si
mesmo como um achegado confidente do rei Filadelfo. Reivindica que persuadiu
Eleazar, o Sumo Sacerdote [do Templo em Jerusalém], a enviar com ele 72
eruditos desde Jerusalém a Alexandria, Egito. Lá, eles traduziriam as
Escrituras Hebraicas para o grego, dando forma a o que nós nos chamamos agora
de a Septuaginta.
O historiador judeu Josephus, o místico judeu Filo (ambos do primeiro século do
século), e outros, adicionam à história. Alguns dizem que os 72 estiveram
fechados em claustros separados e “miraculosamente” escreveram cada uma de suas
traduções de forma absolutamente idêntica palavra por palavra. Eles dizem que
isto prova “a inspiração divina” da inteira Septuaginta.
Assim, é reivindicado que a Septuaginta existia na altura de Jesus e dos
apóstolos, e que eles citaram [o Velho Testamento] a partir dela [a
Septuaginta] ao invés de a partir do texto Hebraico preservado. Esta história
tem sido passada ao longo dos séculos. Mas é isto a verdade? Foi esta
Septuaginta realmente escrita antes do ministério terrestre do Senhor Jesus e
dos Seus apóstolos? Eles a citaram? Foi ela realmente inspirada por Deus? E se
a história for uma falsificação, por que querer consertar e defender a
história? Há uma outra razão para fazer as pessoas usarem (ou para acreditar
em) a Septuaginta?
Os fatos verificáveis:
O escritor desta carta, Aristeas, reivindica ter sido um oficial da corte grega
durante a época do reino de Filadelfo. Reivindica ter sido enviado por Demétrio
para pedir aos melhores eruditos de Israel para trazerem uma cópia das
Escrituras Hebraicas a Alexandria para começarem o projeto da tradução de
Septuaginta. Ele chega ao ponto de dar os nomes dos eruditos da Septuaginta,
contudo muitos dos nomes que dá são da era de Macabeus, uns 75 anos demasiado
tardios. Muitos deles são nomes gregos, definitivamente não os nomes de
eruditos Hebraicos. Há muitas outras evidências de que esta carta é de um
período de tempo diferente, e é assim uma falsificação. O escritor está
mentindo sobre sua identidade.
O “bibliotecário suposto”, Demétrio de Phalerum (cerca de 345-283 antes de
Cristo), serviu na corte de Ptolomeu Soter. Demétrio nunca foi o bibliotecário
sob Filadelfo.
A carta cita o rei dizendo a Demétrio e aos tradutores, quando chegaram, como
maravilhoso era que vieram no aniversário de sua “vitória naval contra
Antigonus” (Aristeas 7:14). Mas a única tal vitória naval Egípcia gravada
ocorreu muitos anos após a morte de Demétrio, portanto a carta é uma fraude!
A carta de Aristeas é uma fraude que nem sequer se encaixa no período de tempo
em que reivindica ter sido escrita. E desde que os outros escritores antigos
meramente adicionam a esta história, está claro que a própria estória de uma
Septuaginta anterior a Cristo é uma fraude. Até mesmo os eruditos críticos
admitem que a carta é uma fraude. Contudo persistem em citar a carta de
Aristeas como a prova da existência da Septuaginta antes de Cristo.
parte de What is the "Septuagint"?
de David W. Daniels
Traduzido por Valdenira N.M. Silva, 2007
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.