HERMENÊUTICA DISPENSACIONAL: O Método [literal] Gramatical- Histórico


(DISPENSATIONAL HERMENEUTICS: The Grammatico -Historical Method )
© 2005 Andy Woods
http://www.spiritandtruth.org/teaching/documents/articles/25/25.htm




Introdução

Que características fazem de alguém um dispensacionalista? Enquanto muitos veem Dispensacionalismo como um mero sistema teológico, esta avaliação é [muitíssimo] errada. Na realidade, Dispensacionalismo tem mais a ver com se assumir o firme compromisso por uma hermenêutica especial, do que tem a ver com a adesão a um modelo teológico. O sistema teológico dispensacional surge de uma hermenêutica, ao invés de ser uma teologia imposta goela a baixo sobre a Escritura. O objetivo deste artigo é descrever esta hermenêutica e explicar como o Dispensacionalismo é seu subproduto natural.

Primeiramente, a hermenêutica literal, gramatical, histórica será definida. Em adição aos seus elementos básicos, os seus objetivos filosóficos serão explicados. Em segundo lugar, será mostrado que a hermenêutica literal, gramatical, histórica é a mesma abordagem usada na comunicação ordinária [usual]. De fato, a jurisprudência americana repousa sobre esta abordagem interpretativa. Em terceiro lugar, será estabelecido que o Dispensacionalismo é simplesmente a consequência de uma aplicação desta abordagem interpretativa à totalidade da revelação bíblica. As forças históricas que deram origem à abordagem literal consistente serão brevemente examinadas.

A Metodologia literal, Gramatical, Histórica

Definição:

A interpretação bíblica pós-reforma emprega o que é chamado método literal, gramatical, histórico de interpretação. Vamos quebrar essa frase nas partes que a compõem:

O dicionário define interpretação
LITERAL como que tipo de interpretação que é "com base nas próprias palavras em seu sentido comum ... não vai além dos fatos". 1  Dois conceitos parecem estar em vista. Primeiramente, de acordo com Ram, a interpretação literal abrange a ideia de atribuir a cada palavra o mesmo significado que teria em seu uso normal, quer empregada em falar, em escrever, ou em pensar 2  . a "Regra de Ouro para Interpretação", de Cooper, bem expressa tal entendimento de literalismo:

Quando o sentido simples da Escritura faz senso comum, não procure nenhum outro sentido; portanto, tome cada palavra no seu significado literal - usual - ordinário - primário, a não ser que os fatos do contexto imediato, estudados à luz de passagens relacionadas e de verdades axiomáticas e fundamentais, claramente indiquem o contrário."
.3

Em segundo lugar, o literalismo resiste a ir além do que está escrito. Uma vez que o literalismo resiste a ir além dos fatos [fatos: o significado normal das palavras nos dicionários] ao interpretar um determinado texto, então os intérpretes literais resistem à tentação de importar idéias estrangeiras ao texto, ideias provenientes de fora do texto. Um exemplo clássico de ir além do que o texto diz é a antiga interpretação de que os quatro rios em Gênesis 2, os Pisom, Havilá, Tigre e Eufrates, representam o corpo, a alma, o espírito, e a mente 4. Tal idéia não é facilmente aparente no estudo do texto de Gênesis 2. É preciso ir fora do texto de Gênesis 2 e trazer para dentro dele conceitos que lhe são estrangeiros, a fim dese  chegar a esta conclusão.

Note-se, de passagem, que a interpretação literal tem sido injustamente criticada com a alegação de que ela adere a um literalismo inflexível, preso a dois trilhos de aço, que ela nunca [e em hipótese nenhuma] dá margem a [nenhum] tipo, símbolo, figura de linguagem, e distinção de gênero 5 [distinção de quando, indiscutivelmente, há uma mudança de estilo literário, na Bíblia]. [A falácia de] tal argumentação contra um inimigo inventado e inexistente [para cantar uma vitória irreal de uma luta irreal] é facilmente reconhecível pela simples leitura de como aqueles que defendem uma hermenêutica literal definem o termo literal. Charles Ryrie especificamente observa que o literalismo "... não se opõe ou exclui a correta compreensão de tipos, ilustrações, apocalipses e outros gêneros dentro da estrutura básica da interpretação literal." 6 Ryrie explica ainda que a interpretação literal "... também pode ser chamada de interpretação simples- normal- e- evidente, para que ninguém receba a noção equivocada de que os princípios do literalismo [completamente] proíbem [todas e quaisquer] figuras de linguagem." 7 Ryrie ainda mais fortifica este ponto, apelando para a seguinte citação de ER Craven:

    “O literalista (assim chamado) não é aquele que nega que linguagem figurada e que símbolos são usados em profecia, nem ele nega as grandes verdades espirituais que neles [linguagem figurada e símbolos] estão estabelecidas. Sua posição é, simplesmente, que as profecias devem ser normalmente interpretados (ou seja, de acordo com as bem estabelecidas leis da linguagem) como quaisquer outros enunciados são interpretados. Aquilo que for manifesta [e indiscutivelmente] figurado, assim é considerado [pelo literalista].”8

O absurdo da noção de que uma hermenêutica literal não consegue abranger figuras básicas do discurso também é ilustrado pelo fato de que o mais extenso tratamento acadêmico (de figuras de linguagem) hoje disponível 9 foi escrito não apenas por um literalista dispensacionalista, mas por um hiper- dispensacionalista! E.W. Bullinger, o criador desse trabalho, não apenas foi um literalista e um dispensacionalista, mas um hiper- dispensacionalista que acreditava que a Era da Iigreja começou depois de Atos 28:28. Thomas Ice observa, "O trabalho de Bullinger demonstra que os literalistas têm pelo menos pensado sobre o uso de figuras de linguagem de forma detalhada e sofisticada, e não consideram que tal uso conflite com o literalismo." 10

“[A expressão] Interpretação GRAMATICAL enfatisa o impacto que a gramática desempenha em qualquer determinado texto. Assim, os intérpretes da Bíblia devem analisar corretamente a relação que as palavras, frases ou sentenças têm em relação uma às outras. Tal análise implica o estudo da lexicologia (significado das palavras), da morfologia (formas de palavras [suas declinações, gênero, número, grau, modo, tempo, voz, etc.), partes do discurso (função das palavras) e sintaxe (relação de palavras).” 11

“[A expressão] Interpretação HISTÓRICA leva em consideração o contexto histórico, a criação e circunstâncias em que as palavras das Escrituras foram escritas. Milton S. Terry explica:

    “O intérprete deve, portanto, esforçar-se para, do presente, transportar-se para a posição histórica de seu autor, olhar através de seus olhos, observar o seu entorno, sentir com o seu coração, e pegar sua emoção. Aqui notamos a importância do termo interpretação histórico-gramatical”.12

Em essência, o método literal, gramatical, histórico de interpretação tem por objetivo chegar [o mais fiel e precisamente] à intenção autoral, permitindo que as ideias claramente encontradas dentro do texto [das palavras literais] falem por si mesmas.


Filosofia

Por que os intérpretes bíblicos devem empregar [somente] o método literal, gramatical, histórico de interpretação? J. Dwight Pentecost cita quatro perigos quando tal abordagem não é usada. 13 .

Em primeiro lugar [e de principal importância], a autoridade é transferida do texto para o intérprete. Em outras palavras, a autoridade básica de interpretação deixa de ser as Escrituras, e passa a ser a mente [a preferência arbitrária e sem nenhuma base sólida na Bíblia] do intérprete. Jerônimo, um dos Pais da Igreja primitiva, adverte, que "o mais desgraçado estilo de ensino é o de se corromper o significado [claro] da Escritura, e tomar a sua expressão [clara], a qual recusamos, e arrastá-la para [se submeter] à nossa própria vontade, fabricando mistérios bíblicos a partir de nossa própria imaginação." 14 FW Farrar acrescenta: "... uma vez que comecemos com a regra de que passagens inteiras e livros das Escrituras dizem uma coisa quando [claramente] expressam outra coisa [diferente], então o leitor, com seus pés e mãos atados, é entregue ao capricho do intérprete."
15 Bernard Ramm observa,"A Bíblia tratada alegoricamente se torna massa de modelar nas mãos do exegeta [ele faz dela o que ele quiser]." 16 Walvoord observa:
Não é muito difícil explicar a generalizada aprovação do método de espiritualização adotado por muitos teólogos conservadores, bem como por expositores liberais e católicos romanos. Fundamentalmente, o seu encanto reside na sua flexibilidade. O intérprete pode [radicalmente] mudar o sentido literal e gramatical da Escritura para fazê-lo coincidir com o seu próprio sistema de interpretação.” 17 Assim, as Escrituras tornam-se refém de tudo o que parece razoável [e preferível] ao intérprete, quando o método interpretativo literal, gramatical, histórico é dispensado. O texto [da Bíblia desaparece,] é engolido pela teologia pessoal do intérprete, em vez de permitir a teologia de alguém ser construída a partir do texto.

Em segundo lugar, a própria Escritura não está sendo interpretada. A questão torna-se não o que Deus tem falado, mas o que o intérprete pensa. Em outras palavras, o texto torna-se servo do intérprete, em vez de o intérprete ser subserviente ao texto. Terry explica: “... Será notado um só momento de tempo que o hábito dela [da interpretação alegórica, por espiritualização] é ignorar a significação comum das palavras e dar asas a toda sorte de especulação fantasiosa. Ela [a interpretação alegórica, por espiritualização] não extrai o legítimo significado a partir da linguagem [as palavras] de um autor, mas impinge para dentro dele qualquer que seja o capricho ou fantasia que um intérprete possa desejar.” 18

Em terceiro lugar, fica-se sem quaisquer meios pelos quais as conclusões do intérprete possam ser testadas. Quando o padrão objetivo de significado comum da linguagem é dispensado, a interpretação pessoal de um qualquer homem torna-se tão válida quanto a de qualquer outra pessoa. Em tal ambiente, não há maneira de se determinar de quem é [e qual é] a interpretação correta, pois não mais há um padrão objetivo em relação ao qual as interpretações pessoais possam ser comparadas.

Em quarto lugar, não existe um mecanismo para controlar [limitar] a imaginação do interpretador. Ramm nota:

... Afirmar que o principal significado [a ser tomado em cada palavra] da Bíblia é o seu segundo sentido [ou terceiro, ou quarto, tudo menos o sentido principal e óbvio das palavras], e que o principal [supremo] método de interpretação é o de "espiritualizar" [alegorizar], é abrir a porta às quases descontroladas especulação e imaginação. Por este motivo, temos insistido que o controle na interpretação o método literal.” 19

 

(Quem pode competentemente corrigir esta MÁ tradução automática, abaixo?)

Contracts and Other Devices

This same rationale also exists in the domain of legal interpretation. For the same reasons described above, when interpreting a contract, courts first of all observe the plain meaning of the contract language. Because courts understand that parties have a right to enter into contractual terms of their own choosing, courts understand that they are not in the business of rewriting contracts in a way that is contrary to the expressed wishes of the parties. Therefore, courts allow the authority in the interpretive process to reside in the contract language rather than in their own opinions regarding what the contract should or should not say. Justice Flaherty succinctly summarized the philosophy behind literal interpretation in contract law:

…the rationale for interpreting contractual terms in accord with the plain meaning of language expressed is multifarious, resting in part upon what is viewed as the appropriate role of the courts in the interpretive process: This court long ago emphasized that the parties have the right to make their own contract, and it is not the function of the court to re-write it, or to give it a construction in conflict with…the accepted and plain meaning of the language used…In addition to the justifications focusing upon the appropriate role of the courts in the interpretive process, the plain meaning approach to construction has been supported as generally best serving the ascertainment of the contracting parties mutual intent…In determining what the parties determined by their contract, the law must look to what they clearly expressed. Courts in interpreting a contract do not assume that its language was chosen carelessly. Neither can it be assumed that the parties were ignorant of the meaning of the language that they employed…20

Similarly, because courts desire to honor the wishes of the testator, they also allow authority to rest in the testamentary document itself by utilizing a literal approach when interpreting such documents. Moreover, because the judiciary traditionally has not desired to transform itself into a super legislature, it has attempted to follow the plain language of statutes whenever possible when interpreting legislation.

U.S. Constitution

Because jurists have traditionally not desired to amend the Constitution from the bench, they have typically followed the plain language of the Constitution’s drafters thus allowing authority to abide in the constitutional text rather in their own ideological predilections. Traditional principles of constitutional interpretation recognize that the maxim of following the plain language of the text is indeed the best insulation against an overly ideological judiciary. If jurists approached these documents any other way, they would not be interpreting. Rather, they would be amending and rewriting them.

Joseph Story, who was Professor of Law at Harvard Law School, Associate Justice of the United States Supreme Court, and the leading constitutional scholar of the nineteenth century, echoed these sentiments. In his influential Commentaries on the Constitution (1833), he called for interpreting the constitution according to the intent of its authors as revealed in the plain meaning of their language. He noted, “The first and fundamental rule in the interpretation of all instruments, is to construe them according to the sense of the terms, and the intention of the parties.”21 Upon informing the readers of the preface of his commentary of his own approach to constitutional analysis, he indicated:

The reader must not expect to find in these pages any novel views and novel constructions of the Constitution. I have not the ambition to be the author of any new plan of interpreting the theory of the Constitution, or of enlarging or narrowing its powers, by ingenious subtleties and learned doubts…Upon subjects of government, it has always appeared to me that metaphysical refinements are out of place. A constitution of government is addressed to the common sense of the people, and never was designed for trials of logical skill, or visionary speculation.22

Story also noted:

In construing the Constitution of the United States, we are in the first instance to consider, what are its nature and objects, its scope and design, as apparent from the structure of the instrument, viewed as a whole and also viewed in its component parts. Where its words are plain, clear and determinate, they require no interpretation…Where the words admit of two senses, each of which is conformable to general usage, that sense is to be adopted, which without departing from the literal import of the words, best harmonizes with the nature and objects, the scope and design of the instrument.23

Similarly, John Marshall, our nation’s third Supreme Court justice, noted:

To say that the intention of the instrument must prevail; that this intention must be collected from its words; that its words are to be understood in that sense in which they are generally used by those for whom the instrument was intended; that its provisions are neither to be restricted into insignificance nor extended to objects not comprehended in them nor contemplated by its framers, is to repeat what has been already said more at large, and is all that can be necessary.24

Thomas Jefferson similarly observed, “The Constitution on which our Union rests, shall be administered by me according to the safe and honest meaning contemplated by the plain understanding of the people of the United States, at the time of its adoption.”25 Moreover, Milton Terry’s above-described definition of historical interpretation bears much resemblance to Thomas Jefferson’s admonition to return to the Constitution’s original intent. Jefferson said that we must:

Carry ourselves back to the time when the Constitution was adopted, recollect the spirit in the debates, and instead of trying what meaning may be squeezed out of the text, or invented against it, conform to the probable one in which it was passed.26

Although there are similarities in approach when comparing maxims of legal and biblical interpretation, the similarities do not end there. The philosophy of interpretation is also shared between the two disciplines. The underlying goal of both legal and biblical interpretation is to transfer the authority away from the subjective impulses of the interpreter and instead toward the objective standard of the author’s meaning. Although many in today’s theological climate demean the literal, grammatical, historical, method, it is this very method that our judicial system and political institutions are founded upon. When dispensationalists insist upon the literal, grammatical, historical method, all they are doing is asking that the same interpretive approach routinely used in ordinary communication and in the legal system be applied to Scripture.

Contratos e Outros Dispositivos

Este mesmo raciocínio também existe no domínio da interpretação jurídica. Pelas mesmas razões descritas acima, ao interpretar um contrato, os tribunais antes de tudo observar o significado claro de a linguagem do contrato. Porque os tribunais entendem que as partes têm o direito de entrar em termos contratuais de sua própria escolha, os tribunais entendem que não estão no negócio de reescrever contratos de uma forma que é contrária à vontade expressa das partes. Portanto, os tribunais reconhecem a autoridade no processo interpretativo a residir na linguagem do contrato, e não em suas próprias opiniões sobre o que o contrato deve ou não dizer. Justiça Flaherty sucintamente a filosofia por trás interpretação literal do direito dos contratos:

... A justificativa para interpretar cláusulas contratuais de acordo com o significado claro de linguagem expressa é multifacetado, descansando em parte sobre o que é visto como o papel apropriado dos tribunais no processo interpretativo: Este tribunal há muito tempo enfatizado que as partes têm o direito de fazer o seu próprio contrato, e não é a função do tribunal para reescrevê-lo, ou dar-lhe uma construção em conflito com ... o significado aceito e simples da linguagem usada ... Além das justificativas incidindo sobre o papel apropriado dos tribunais no processo interpretativo, a abordagem significado claro para a construção foi apoiada como geralmente melhor servir à apuração das partes contratantes intenção mútua ... Ao determinar que as partes determinadas pelo seu contrato, a lei deve olhar para o que eles claramente expresso. Tribunais na interpretação de um contrato de não assumir que a sua língua foi escolhida descuidada. Nem se pode presumir que as partes eram ignorantes do significado da linguagem que eles usaram ... 20

Da mesma forma, porque os tribunais desejam honrar os desejos do testador, mas também permitem autoridade para descansar no documento testamentária própria, utilizando uma abordagem literal ao interpretar esses documentos. Além disso, porque o Judiciário tradicionalmente não desejado para se transformar em uma legislatura super, ele tentou seguir a linguagem simples dos estatutos, sempre que possível ao interpretar a legislação.

Constituição dos EUA

Porque juristas tradicionalmente não desejada para alterar a Constituição do banco, eles normalmente têm seguido a linguagem simples de redatores da Constituição, permitindo assim autoridade para permanecer no texto constitucional e não em suas próprias predileções ideológicas. Princípios tradicionais da interpretação constitucional reconhecer que a máxima de seguir a linguagem simples do texto é realmente o melhor isolamento contra um Judiciário excessivamente ideológica. Se os juristas se aproximou estes documentos qualquer outra forma, não seriam de interpretação. Em vez disso, eles seriam, que altera e reescrevê-los.

Joseph Story, que foi professor de Direito na Harvard Law School, Justiça Associado da Suprema Corte dos EUA, e o principal estudioso constitucional do século XIX, ecoou estes sentimentos. Em seus comentários influentes sobre a Constituição (1833), chamou para interpretar a Constituição de acordo com a intenção de seus autores como revelado no significado claro de sua língua. Ele observou: "A regra primeira e fundamental na interpretação de todos os instrumentos, é interpretá-las de acordo com o sentido dos termos, e a intenção das partes." 21 Ao informar os leitores do prefácio de seu comentário de seu próprio abordar a análise constitucional, indicou:

O leitor não deve esperar encontrar nestas páginas qualquer novas visões e novas construções da Constituição. Eu não tenho a ambição de ser o autor de qualquer novo plano de interpretar a teoria da Constituição, ou de ampliar ou restringir seus poderes, por sutilezas engenhosas e dúvidas aprendi ... sobre assuntos de governo, que sempre me pareceu que refinamentos metafísicos estão fora do lugar. A constituição do governo é dirigida ao senso comum do povo, e nunca foi projetado para testes de habilidade lógica, ou especulação visionária. 22

Story também observou:

Na interpretação da Constituição dos Estados Unidos, estamos na primeira instância a considerar, que são a sua natureza e objetos, o seu âmbito e design, como resulta da estrutura do instrumento, visto como um todo e também visto em suas partes componentes. Onde suas palavras são simples, clara e determinada, que não necessitam de interpretação ... Onde as palavras admitem dois sentidos, cada um dos quais é conformável para uso geral, que sentido deve ser adotado, o que, sem se afastar da importação literal das palavras, melhor harmoniza com a natureza e os objetos, o escopo e design do instrumento. 23

Da mesma forma, John Marshall, a nossa nação a terceira Supremo Tribunal de Justiça, observou:

Para dizer que a intenção do instrumento deve prevalecer, e que esta intenção deve ser recolhida a partir de suas palavras, que suas palavras devem ser entendidas no sentido em que eles geralmente são usados ​​por aqueles para quem o instrumento se destina, para que suas disposições são nem para ser restrito à insignificância nem estendido para objetos não compreendido neles, nem contemplados por seus idealizadores, é repetir o que já foi dito mais em geral, e é tudo o que pode ser necessário. 24

Thomas Jefferson similarmente observou: "A Constituição em que a nossa União assenta, deve ser administrado por mim de acordo com o significado seguro e honesto contemplado pelo entendimento comum do povo dos Estados Unidos, no momento da sua adoção." 25 Além disso, definição Milton Terry acima descrito de interpretação histórica se assemelha muito a advertência de Thomas Jefferson para voltar à intenção original da Constituição. Jefferson disse que devemos:

Leve-nos de volta ao tempo em que a Constituição foi aprovada, recordar o espírito com os debates e, em vez de tentar o que significado pode ser extraído do texto, ou oinventado contra ele, conformar-se com o provável em que foi aprovado.26

Embora haja semelhanças na abordagem quando se comparam máximas de interpretação jurídica e bíblica, as semelhanças não param por aí. A filosofia de interpretação também é compartilhada entre as duas disciplinas. O objetivo subjacente tanto a interpretação legal e bíblica é transferir a autoridade longe os impulsos subjetivos do intérprete e, em vez para o padrão objetivo de significado do autor. Embora muitos em rebaixar hoje o clima teológico literal, gramatical, método histórico, é este método muito que o nosso sistema judicial e as instituições políticas são baseadas em. Quando dispensacionalistas insistem na literal, o método gramatical, histórico, todos eles estão fazendo é pedir que a mesma abordagem interpretativa rotineiramente utilizada na comunicação ordinária e no sistema legal ser aplicado às Escrituras.

 

A Relação Entre o Método Literal, Gramatical, Histórico, e o Dispensacionalismo

Literalismo Consistente [usado para todo assunto]

O que torna o Dispensacionalismo único, como um sistema teológico, não é apenas sua ênfase sobre uma hermenêutica literal, gramatical, histórica. Muitos sistemas teológicos seletivamente incorporam esta hermenêutica literal, gramatical, histórica [seletivamente: aqui sim, ali não. Quando me agrada, sim, quando desagrada, não]. Em vez disso, o Dispensacionalismo continua a ser único em sua insistência na aplicação consistente deste hermenêutica literal para a totalidade da revelação bíblica [consistente: sempre, em todos os assuntos]. Dessa forma, Ryrie inclui interpretação literal consistente na sua condição sine qua non [indispensável] da teologia dispensacionalista, quando ele diz, "a distinção entre Israel e a Igreja nasce de um sistema de hermenêutica que é normalmente chamado de interpretação literal." 27 Note que o Dispensacionalismo não tem como ponto de partida a distinção Israel / Igreja para, então, ser ela imposta na leitura da Bíblia. Pelo contrário, tem como ponto de partida uma consistente abordagem literal das Escrituras. Essa abordagem faz com que o intérprete reconheça que tanto Israel como a Igreja são [cada um de per si, isoladamente] únicos. Ryrie torna claro que o sistema conhecido como Dispensacionalismo não se originou por se forçar uma grade teológica sobre o texto bíblico. Em vez disso, surgiu quando os intérpretes assumiram um compromisso com o consistente uso da hermenêutica literal, gramatical, histórica. Por exemplo, se a mesma hermenêutica literal, gramatical, histórica, que é usada para interpretar outras seções da Escritura é aplicada à profecia bíblica, então o intérprete irá, naturalmente, ver uma distinção entre Israel e a Igreja.


O Surgimento, na História, do Enfoque Literal Consistente [usado para todo assunto] [NOTA DE HÉLIO: leia
http://solascriptura-tt.org/EscatologiaEDispensacoes/MuitosPretribulacionistasAntesDarby.AteMesmoEm373dC-Helio.htm]

Vamos brevemente examinar as forças históricas que deram origem a esta abordagem literal consistente das Escrituras. Esta breve análise histórica vai enfatizar o background [cenário aos fundos; antedentes, formação acadêmica, profissão] na Ciência Jurídica dos principais defensores do literalismo. Esse background é importante para se compreender que estes intérpretes simplesmente tomaram o enfoque hermenêutico indispensável [e usual] para se interpretar documentos legais [na verdade, para se interpretar tudo saudável que já foi falado ou escrito pelos melhores homens] e os aplicaram às Escrituras. Os reformadores Martinho Lutero e João Calvino, ambos estudantes do Direito em seus anos de formação educacional 28, desempenharam papéis integrais em resgatar a igreja para fora do método alegórico alexandrino de interpretação que foi introduzido no segundo século e cresceu para dominar a igreja através de toda a Idade Média. Lutero denunciou em palavras fortes a abordagem alegórica para interpretação da Escritura. Ele disse: "Alegorias são especulações vazias e como se fossem a borra [do estudo] da Sagrada Escritura." "As alegorias de Orígenes não valem mais que lixo" "Alegorizar é manipular- e- distorcer as Escrituras." "Alegorização pode degenerar em um mero jogo de macaquices." "Alegorias são horripilantes perversões, absurdo invencionismo, obsoletos e apodrecidos molambos soltos." 29 Lutero também escreveu que as Escrituras "devem ser mantidas em seu significado mais simples, sempre que possível, e deve ser entendidas em seu sentido gramatical e literal, a menos que o contexto claramente proíba." (Luther’s Works, 6:509).30

Calvin igualmente rejeitou interpretações alegóricas. Ele as chamou de "joguinhos frívolos" e acusou Orígenes e outros alegoristas de "distorcerem a Escritura, em todos os sentidos possíveis, para longe do verdadeiro sentido." 31 Calvino escreveu no prefácio de seu comentário sobre Romanos "é a principal ocupação de um intérprete deixar o autor dizer o que ele diz, em vez de atribuir a ele o que nós pensamos que ele deveria ter dito." 32.

Ambos os reformadores rejeitaram o uso da tradição da Igreja como um guia para a verdade espiritual e, ao invés disso, advogaram o retorno às escrituras somente ("sola scriptura") como fonte das fé e prática cristãs. Para colocar isso em termos legais, Lutero e Calvino rejeitaram a abordagem de “Jurisprudência” como um guia para a Escritura. 33 O método de jurisprudência coloca mais ênfase no estudo do que as [mais eminentes] autoridades judiciais [anteriores] têm dito sobre uma determinada fonte legal do que em estudar a própria fonte jurídica. Além disso, ambos os reformadores reconheciam o valor do conhecimento do hebraico e do grego bíblicos, devido ao fato de que um retorno às Escrituras inevitavelmente exigia o conhecimento das línguas originais das mesmas.

No entanto, apesar da ênfase deles sobre literalmente interpretar alguns aspectos das Escrituras, Lutero e Calvino não foram suficientemente longe na aplicação de uma hermenêutica literal para todas as áreas da verdade divina. Quanto a Lutero, Roy B. Zuck observa:

Embora Lutero se tenha veementemente oposto à alegorização das Escrituras, ele também, ocasionalmente, alegorizou. Por exemplo, ele afirmou que a Arca de Noé é uma alegoria da igreja. Para Lutero, a interpretação da Bíblia deve ser centrada em Cristo. Ao invés de alegorizar o Antigo Testamento, ele [dizia que apenas] via Cristo com frequência no Velho Testamento, [mas nós dizemos que isto foi] muitas vezes além do que é legitimamente previsto na interpretação adequada.” 34

Porque os reformadores eram principalmente preocupadas com as questões soteriológicas [isto é, a doutrina da salvação], eles não conseguiram aplicar a mesma interpretação literal que eles usaram para interpretar soteriologia para as áreas de eclesiologia e escatologia.

Hélio insere um extrato de e-mail de 22.05.12, do Pastor Josias Macedo Baraúna Junior, presbiteriano fundamentalista, professor de seminários, historiador:

... Porém, a Escatologia não foi Reformada [os Reformadores não chegaram a aplicar a ela os mesmos princípios de literalidade que tão bem aplicaram a outras áreas da Teologia, principalmente à Soteriologia] (talvez houvesse pré-milenistas e pré-tribulacionistas em setores isolados no seio dos reformados, pois a expressão "várias dispensações" - "various dispensations" na Confissão de Fé de Westminster me permite dizer que havia uma minoria fiel também na Escatologia e que tomou assento em Westminster.
...
Era necessária a resolução da situação do Povo [a etnia, a nação, descendência física] de Israel, chamado no passado e isto exige uma solução condizente com a inerrância da Palavra de Deus e a infalibilidade das promessas de Deus, o que significa um retorno literal da literal nação de Israel e o entendimento de que o Reinado Espiritual de Cristo sobre a Igreja, hoje, não é obstáculo para Seu Reinado no Trono de Davi, que ainda é futuro. Houve, nos séculos logo após a Reforma, do Século XVIII até o presente, avivalistas e fundamentalistas que, fazendo uso da interpretação literal das Escrituras, guiados pelo Espírito Santo, chegaram a (redescobriram) as verdades Bíblicas das Últimas Coisas, proporcionando a Reforma da Escatologia, contra os hereges adventistas, pentecostais, neo-pentecostais, teólogos do Reino Agora, etc. e afins.

Na segunda metade do século XIX, o Seminário Teológico de Princeton, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos, começou a desenvolver um Premilenismo Dispensacionalista atrelado à Teologia do Pacto (fruto do uso da interpretação literal de forma homogênea, de Gênesis a Apocalipse) quando as Conferências Bíblicas de Niágara começaram a surgir (entre 1878–1897), embora, um pouco antes, Hodge, lendo na CFW (Confissão de Fé de Westminster) as expressão "várias dispensações", desenvolveu um esquema dispensacionalista quádruplo. Também estava ficando claro que, embora Israel seja considerado uma "Igreja" na forma como foi chamado (isto é, vocacionado), a Igreja no sentido Cristão começou efetivamente no dia de Pentecostes. O princípio da diferenciação exige eliminar Amilenismo e Pós-Milenismo, só restando dois tipos de Premilenismo: o Premilenismo Histórico (que admite a passagem da Igreja na Grande Tribulação) e o Premilenismo Dispensacionalista (que implica na aceitação do Arrebatamento antes da Tribulação). No entanto, a interpretação literal das 70 semanas de Daniel exclui o Premilenismo Histórico. Assim, na geralmente chamada "Igreja Presbiteriana do Sul" (dos Estados Unidos) começa a florescer o Premilenismo Dispensacionalista e o Amor pelo Povo de Israel (Rev. Dr. Carl McIntire, natural de Oklahoma, "nasceu" na "Igreja do Sul" e, embora fosse ordenado na "Igreja do Norte", ele sempre foi Premilenista Dispensacionalista): o Union Theological Seminary, de Richmond, Virginia, formou muitos Ministros Presbiterianos para o Sul, todos Premilenistas Dispensacionalistas. Muitos deles foram Missionários no Nordeste Brasileiro e foram Professores no Seminário Presbiteriano do Norte (em Pernambuco) e deram subsídio para a Escatologia Premilenista Dispensacionalista desenvolvida no Brasil (Antônio Almeida, Jerônimo Gueiros e Israel Gueiros, Presbiterianos; e Synésio Lyra, João Ximenes e Josué Alves de Oliveira, Congregacionais).

Alguma coisa parecida deve ter ocorrido entre os Batistas, pois não sobreviveu documento em que se falava em Premilenismo Dispensacionalista no início das igrejas Batistas na América, mas os Batistas Regulares [bem como outros grupos batistas fundamentalistas], seguindo a interpretação literal, deixaram o Amilenismo/Pós-Milenismo dos Batistas Particulares (na Confissão de Fé Batista há um vislumbre da verdade: "etapas sucessivas" aparece, correspondendo a "várias dispensações", que está na Confissão de Fé de Westminster e na Declaração de Congregacional de Savoy), e redescobriram o Premilenismo Dispensacionalista.

Entre os Anglicanos ocorreu algo semelhante: Deão Alford disse que não podia acreditar que, em se tratando das duas ressurreições descritas em Apocalipse 20, que uma pudesse ser espiritual e outra física, pois as duas deviam ser da mesma natureza, embora para direções diferentes (interpretação literal). O Bispo Ryle seguiu a verdade do Premilenismo Dispensacionalista, bem como na América os Bispos Episcopais Reformados James Gray, William Culbertson e o William Nicholson ensinaram Premilenismo Dispensacionalista no Instituto Bíblico Moody.

Porém, é importante dizer que, na década de 50 do Século XX, ficou claro que, mesmo o adotar do Premilenismo Dispensacionalista não bastava para se considerar que um grupo tinha fidelidade às Escrituras. Era preciso adotar a Doutrina Bíblica da Separação. Por isso, que Neo-Evangélicos, embora premilenistas dispensacionalistas, se mostraram Neo-Evangélicos. Muito cuidado com os Premilenistas Dispensacionalistas pois nem todos podem ser avalizados e principalmente pelo fato de que os hereges pentecostais abraçaram o Premilenismo Dispensacionalista do mesmo jeito que o diabo aparece com anjo de luz para realizar suas especialidades: confundir, roubar, matar e destruir).

De e-mail de 24.5.12 do Rev. Josias, Hélio selecionou e reproduz mais dois parágrafos:

1. ... Agostinho manteve a visão premilenista e uma forma (digamos) "pré-histórica" de dispensacionalismo, antes de apostatar da Fé, o que ocorreu na sua vida, quando se tornou escravo fiel e discreto de Roma. Talvez Deus misericordiosamente não permitiu que o tempo de sua apostasia fosse maior e terminou com sua vida "para que o espírito fosse salvo no dia do Senhor Jesus". 

2. O Teólogo J. O. Buswell, cuja Teologia Sistemática é currículo oficial dos Seminários Presbiterianos Bíblicos, fala em sua obra, em um lugar, intitulado "O 'Dispensacionalismo' em Calvino e em Hodge", demonstrando que, em função da interpretação literal, algumas frases típicas do Dispensacionalismo são encontradas nas obras destes. No entanto, as menções feitas por eles dão a entender que, na "dispensação da Lei", como eles afirmam, o modo de Salvação teria sido pela obediência à Lei. Eu, particularmente, creio que esta frase é um equívoco que é perpetuado por muitos dispensacionalistas atuais. Buswell finaliza dizendo que os que aceitam a Teologia do Pacto devem entender com amor os irmãos dispensacionalistas, visto que onde eles erram, Calvino e Hodge erraram também.

Buswell, como todos os Presbiterianos Bíblicos, aderem a Teologia do Pacto segundo a Confissão de Fé de Westminster. Creem, em "várias dispensações" e não torcem a CFW dizendo que "várias" sejam apenas "duas" (como diz Berkhof). Finalmente, os Presbiterianos Bíblicos também creem no Dispensacionalismo Premilenista, desde que esteja entendido que a Graça através da Fé é o Meio de Salvação em todas as dispensações [Hélio concorda com isso], mesmo que o Cristo, por cujo Sacrifício Vicário fomos salvos, foi sacrificado, por assim dizer, "na plenitude do tempo", o que significa que alguns foram salvos na Esperança e Fé que o Messias viria (Por isso, ficaram segregados no Paraíso, ou Seio de Abraão até que fossem levados no Coração de Cristo até o Terceiro Céu - "subindo ao Alto, levou cativo o cativeiro" - eu entendo assim esta parte acerca da Salvação dos Crentes do Velho Testamento).



[Voltemos ao escrito do Pr. Andy Woods]

Tal aplicação seletiva e inconsistente de uma hermenêutica literal não foi corrigida até a floração, séculos depois, do movimento dispensacionalistas. Dispensacionalistas tomaram a hermenêutica literal aplicada pelos reformadores na área da soteriologia e a aplicaram a todas as áreas da teologia, incluindo a escatologia e eclesiologia. Ao insistir sobre a aplicação de uma hermenêutica literal de toda a Escritura, o Dispensacionalismo, em essência, completou a revolução hermenêutica iniciada pelos reformadores.

Enfatizar o background [profissional] jurídico dos primeiros dispensacionalistas é importante por duas razões. Primeiro, mostra que os dispensacionalistas iniciais fizeram [nada mais nem diferente de] o que os reformadores, ao tomaram a hermenêutica usada para interpretar documentos legais e aplicaram esta a mesma hermenêutica para a verdade bíblica. A única diferença entre os reformadores e os primeiros dispensacionalistas é que estes [últimos] aplicaram esse método de forma mais consistente. Eles o aplicaram não somente a questões soteriológicas, mas também à eclesiologia e à escatologia. Em segundo lugar, de acordo com Charles Clough, os backgrounds em Ciência Jurídica dos primeiros dispensacionalistas lhes permitiu ver mais claramente do que intérpretes anteriores, a natureza de um contrato (ou pacto) expressa na Escritura. Um dos principais ingredientes do Dispensacionalismo é uma compreensão adequada da natureza incondicional da aliança abraâmica. Se esta aliança é incondicional e ela ainda não foi cumprida, então o futuro nacional de Israel permanece e não pode ser dito que a igreja agora substituiu Israel. Alguém treinado nas realidades do direito dos contratos e com uma compreensão da linguagem dos contratos e na força de um contrato seria mais sensível para ver conceitos semelhantes quando ocorrem nas Escrituras. Clough explica:

Tanto Nelson Darby como C.I. Scofield estudaram Direito em seus primeiros anos, então eles certamente reconheceram a hermenêutica do direito dos contratos. Assim, após a descoberta da estrutura contratual na Bíblia através do qual Deus governa os seus relacionamentos com as Suas criaturas, esses teólogos dispensacionalistas insistiram em uma interpretação literal estrita e conservadora da terminologia contratual (alianças).35

Assim como Calvino e Lutero, (os dois homens mais creditados para a introdução de uma hermenêutica literal de questões soteriológicas na época da Reforma) foram treinados na Ciência Jurídica, muitos dos líderes do movimento dispensacionalista foram fortemente influenciados por sua formação jurídica e pensamento de juristas. Por exemplo, John Nelson Darby (o homem mais creditado com o redescobrimento da doutrina bíblica do arrebatamento Pré-Tribulação), planejava entrar no campo do direito depois de se formar no Trinity College em Dublin. Ele foi chamado à para trabalhar no Tribunal Irlandês em 1822. No entanto, depois de uma luta espiritual que levou à sua conversão, ele optou por desistir da carreira como jurista, a fim de tornar-se sacerdote na Igreja da Inglaterra. [Anglicana] 36

Outro pensador chave dispensacionalista foi Sir Robert Anderson. Embora trabalhos mais recentes possam lançar nova luz sobre cálculos proféticos de Anderson, 37 sua obra The Coming Prince [O Príncipe Que Está Vindo] é considerada um clássico na área da cronologia bíblica por causa de sua explicação detalhada sobre o cumprimento literal da profecia de Daniel das setenta semanas. Anderson, como Darby, também foi fortemente influenciado pela profissão jurídica. Depois de receber seu diploma de Direito do Trinity College, Dublin, em 1863, tornou-se um membro do Tribunal Irlandês e trabalhou na elaboração de peças processuais em um circuito de viagens. Ele atuou como chefe do departamento de Investigação Criminal da Scotland Yard. Após aposentar-se com distinção, ele usou seu treinamento investigativo e a sua capacidade de pensar logicamente para estudar as Escrituras. 38

Cyrus Ingerson Scofield foi ainda outro influente dispensacionalista que também aconteceu de ser um advogado. Após a Guerra Civil, ele estudou Direito e recebeu seu diploma de Direito. Ele então entrou na política em Kansas. Presidente Grant mais tarde o nomeou para o cargo de promotor público. As mais lembradas contribuições de Scofield incluem sua influência como um professor de Bíblia, bem como A Bíblia de Referência Scofield, que defendeu um arrebatamento Pré-Tribulação, um retorno literal dos judeus à terra natal, pré-milenismo, e Dispensacionalismo. 39

Em suma, grandes avanços hermenêuticos têm sido feitos na história da igreja quando o mesmo método literal, gramatical, histórico que é usado na comunicação usual é aplicado às Escrituras. A aplicação de uma tal abordagem interpretativa a questões soteriológicos iniciou a Reforma. Dispensacionalistas terminaram a revolução hermenêutica (iniciada pelos reformadores) pela aplicação desta hermenêutica à totalidade da verdade bíblica, incluindo eclesiologia e escatologia.

Conclusão

Este artigo procurou explicar a hermenêutica do dispensacionalismo. Primeiro, a hermenêutica literal, gramatical, histórica foi definida. Além de seus elementos básicos, a sua perspectiva filosófica foi explicada. Essa perspectiva [filosófica] inclui permitir o significado ser determinado a partir do texto, e transferir a autoridade para fora das mãos do intérprete e para dentro do texto, no processo interpretativo. Em segundo lugar, foi mostrado que a hermenêutica literal, gramatical, histórica é a mesma abordagem utilizada na comunicação usual. De fato, a Justiça americana repousa sobre esta abordagem interpretativa. Em terceiro lugar, foi estabelecido que o Dispensacionalismo é simplesmente a consequência de uma aplicação desta abordagem interpretativa para a totalidade da revelação bíblica. As forças históricas que deram origem à abordagem literal consistente [em todo assunto] foram brevemente examinadas. Longe de ser o produto de se ler a Bíblia através de uma grade teológica fixada a priori [isto é, arbitrariamente fixada antes de tudo o mais], o Dispensacionalismo é [somente] o produto de uma abordagem coerente e literal das Escrituras.


Endnotes

1 Webster’s New Twentieth Century Dictionary, unabridged, 2d ed., s.v. “literal.”

2 Bernard Ramm, Protestant Biblical Interpretation, 3d ed. (Boston: W.A. Wilde, 1956; reprint, Grand Rapids: Baker, 1979), 89-92.

3 David L. Cooper, The World’s Greatest Library Graphically Illustrated (Los Angeles: Biblical Research Society, 1970), 11.

4 One need only examine the works of Philo to find numerous examples of such a hermeneutical methodology. Philo, The Works of Philo: Complete and Unabridged, trans. C. D. Yonge, New updated ed. (Peabody, MA: Hendrickson, 1993).

5 For an example of a work that levels this charge, see D. Brent Sandy, Plowshares & Pruning Hooks: Rethinking the Language of Biblical Prophecy and Apocalyptic (Downers Grove, IL: Inter Varsity, 2002).

6 Charles C. Ryrie, Dispensationalism Today (Chicago: Moody Press, 1965), 86.

7 Ibid.

8 E.R. Craven and J.P. Lange, ed., Commentary on the Holy Scriptures: Revelation (NY: Scribner, 1872), 98 (cited in Ryrie, Dispensationalism Today, 87).

9 Ethelbert W. Bullinger, Figures of Speech Used in the Bible: Explained and Illustrated (Grand Rapids: Baker, 1968).

10 Thomas D. Ice, “Dispensational Hermeneutics,” Issues in Dispensationalism, Wesley R. Willis and John R. Master, gen. eds. (Chicago: Moody, 1994), 42.

11 Roy B. Zuck, Basic Bible Interpretation: A Practical Guide to Discovering Biblical Truth (Wheaton, IL: Victor Books, 1991), 100.

12 Milton S. Terry, Biblical Hermeneutics (NY: Philips and Hunt, 1883; reprint, Grand Rapids: Zondervan, 1976), 231.

13 J. Dwight Pentecost, Things to Come: A Study in Biblical Eschatology (Grand Rapids: Zondervan, 1958), 5-6. It is instructive to note that Pentecost begins his mammoth work on eschatology with a discussion of literal hermeneutics. Pentecost’s methodology is clear. If the interpreter applies a consistent literal approach to eschatological truths, then the other prophetic concepts found in his book will become readily apparent to the interpreter.

14 Jerome; Quoted by F.W. Farrar, History of interpretation (NY: E.P. Dutton and Company, 1886), 232.

15 Ibid., 238-39.

16 Ramm, 30.

17 John Walvoord, The Millennial Kingdom (Grand Rapids: Zondervan, 1959), 60.

18 Milton S. Terry, Biblical Hermeneutics (NY: Philips and Hunt, 1883), 224.

19 Ramm, 65.

20 Justice Flaherty; Quoted by E. Allan Farnsworth and William F. Young, Cases and Materials on Contracts, 5th ed. (Westbury, NY: The Foundation Press, Inc., 1995), 603-4.

21 Joseph Story, Commentaries on the Constitution of the United Sates, 3rd ed. (Boston, 1858), 1:283, 400.

22 Ibid., viii.

23 Joseph Story; quoted in Edwin Meese, III, Address to American Bar Association, 1985; adapted in “Toward a Jurisprudence of Original Intention,” Benchmark Vol. II, no. 1, (January-February 1986): 10.

24 Chief Justice John Marshall in Ogden v. Saunders, 6 L. Ed. 606, 647 (1827).

25 Thomas Jefferson; quoted in John Eidesmoe, Christianity and the Constitution (Grand Rapids: Baker Book House, 1987), 392.

26 Thomas Jefferson, Writings of Thomas Jefferson, Albert Bergh, ed. (Washington D.C.: Thomas Jefferson Memorial Association, 1904), Vol. XV, p. 449, in a letter from Jefferson to Justice William Johnson on June 12, 1823.

27 Charles C. Ryrie, Dispensationalism: Revised and Expanded (Chicago: Moody Press, 1995), 40.

28 Alan W. Gomes, Reformation & Modern Theology and Historical Theology Survey Course Syllabus (La Mirada: Biola Bookstore, 1999), 23; Justo L. Gonzalez, The Story of Christianity (San Francisco: Harper Collins Publishers, 1985), vol. 2: 62.

29 Martin Luther; Quoted in Farrar, 328.

30 Martin Luther; Quoted by Zuck, 45.

31 John Calvin; Quoted in Zuck, 47.

32 Ibid.

33 John Eidesmoe, Christianity and the Constitution (Grand Rapids: Baker Book House, 1987), 402.

34 Zuck, 45.

35 Charles Clough, “A Meta Hermeneutical Comparison of Covenant Theology and Dispensationalism,” Chafer Theological Seminary Journal 7 (April-June 2001): 76-77.

36 Mal Couch, An Introduction to Classical Evangelical Hermeneutics: A Guide to the History and Practice of Biblical Interpretation (Grand Rapids: Kregel, 2000), 112; Floyd Elmore, “Darby, John Nelson,” in Dictionary of Premillennial Theology, ed. Mal Couch (Grand Rapids: Kregel, 1996), 82.

37 Harold W. Hoehner, Chronological Aspects of the life of Christ (Grand Rapids: Zondervan, 1977), 115-39.

38 Mal Couch, An Introduction to Classical Evangelical Hermeneutics: A Guide to the History and Practice of Biblical Interpretation (Grand Rapids: Kregel, 2000), 119.

39 Ibid., 119-120.





Autor:
Andy Woods (copiado de http://www.spiritandtruth.org/teaching/documents/articles/25/25.pdf?x=x)

Tradutor: Hélio de Menezes Silva, maio.2012. Tudo que está entre colchetes [] são explicações por ele acrescentadas.

 


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