Aniquilacionismo Brevemente Considerado

por

Matt Perman




O aniquilacionismo é uma crença anti-bíblica de que aqueles que vão para o inferno não sofrerão um castigo eterno, mas um dia deixarão de existir. Examinaremos algumas das passagens bíblicas usadas para suportar esta visão e então, os ensinos da Bíblia sobre a eternidade do inferno.


Vocabulário de destruição

As palavras bíblicas “perecer” e “destruição” não se referem à extinção, mas a uma existência miserável e arruinada, separada de todo bem e de tudo que faz a vida valiosa. É a eterna ruína de tudo que vale à pena na existência humana. C. S. Lewis {*} faz uma boa consideração quando diz que mesmo quando algo é destruído, ele ainda deixa resíduos. Assim, quando os aniquilacionistas entendem perecer e destruição num sentido estritamente literal, ainda assim não prova o caso deles porque isso não suportaria uma extinção de maneira nenhuma, visto que ainda há resíduos quando algo é destruído.

Os aniquilacionistas também apelam ao uso da Bíblia das imagens de fogo para descrever o julgamento de Deus sobre os ímpios. Eles dizem que o propósito do fogo é consumir e eliminar. Contudo, a Bíblia usa a imagem de fogo para se referir à grande dor e sofrimento dos ímpios. Ela fala de angústia, não de extinção.


Justiça

Alguns argúem que é contra a justiça de Deus castigar eternamente. Contudo, esta é uma perspectiva centrada no homem. Os pecados contra nós não merecem castigo eterno, mas a Bíblia vê o pecado como um ataque contra o caráter de Deus. Visto que Deus é de valor infinito, então, os pecados contra Ele são de seriedade infinitas e, portanto, são merecedores de castigo eterno.

Se os ímpios fossem somente extintos da existência, a justiça não seria completa. Eles não receberiam o que merecem, porque este castigo não estaria em proporção com a severidade infinita de atacar a glória de Deus. Que motivação haveria para os ímpios mudarem se eles fossem somente extintos mais à frente, e não castigados eternamente? E se os ímpios são somente aniquilados, por que Jesus advertiu tanto sobre o inferno quando Ele esteve na terra? Por que Ele não advertiu sobre a extinção para aqueles que recusam Sua graça?


" Tudo em todos"

O que dizer das passagens que dizem que Deus será “tudo em todos”? Se olharmos para 1 Coríntios 15:24-28, vemos que Deus será tudo em todos porque Seus inimigos estarão “debaixo de Seus pés” e não serão mais livres para de uma forma libertina desprezar e atacar a santidade de Deus. Eles serão sujeitos a Ele e julgados, não aniquilados. Isto significa que Deus reinará sobre justo e injustos, não que somente os justos permanecerão. Os três capítulos finais da Bíblia confirmam que o castigo eterno do ímpio não é considerado por Deus para estar em compatibilidade com Seu ser tudo em todos.

O Inferno é Eterno

No julgamento, Jesus dirá para os incrédulos: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eteno preparado para o diabo e seus anjos” (Mateus 25:41). Este verso mostra que o inferno não foi originalmente criado para os seres humanos, mas para Satanás e seus demônios. Por causa da rejeição da humanidade de Deus, aqueles que recusam vir a Cristo participarão do destino do diabo. Apocalipse 20:10 elabora ainda mais sobre o destino do diabo: “O Diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos”. Visto que os incrédulos compartilharão o destino do diabo, e o diabo sofrerá o tormento no inferno para sempre, os incrédulos também sofrerão o tormento eterno. Também observe que Jesus disse que o fogo é eterno, o que não poderia ser dito se o inferno fosse somente temporário.

Mateus 25:46 é um dos mais claros testemunhos de que as pessoas que estão no inferno sofrerão eternamente: “
E irão eles [os ímpios] para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna”. Jesus está traçando um paralelo entre os destinos dos ímpios e dos justos. Visto que ambos destinos são ditos ser eternos, “segue-se necessariamente que ambos devem ser tomados ou com um lugar de longa duração mais finito, ou ambos como um lugar sem fim e perpétuo. As frases ‘castigo eterno’ e ‘vida eterna’ são paralelas e seria um absurdo usá-las numa e mesma sentença para significar: ‘Vida eterna será infinita, enquanto castigo eterno terá um fim’. Por conseguinte, porque a vida eterna dos santos será sem fim, o castigo eterno também...” (Agostinho, A Cidade de Deus, 1001-2 (21.23)) {**}. Jesus assevera que no inferno “o fogo não se apaga” (Marcos 9:48). Quando o fogo consome seu combustível, ele desaparece. O fogo do inferno nunca desaparecerá porque o seu trabalho nunca é consumado. Portanto, o fogo nunca desaparece porque o ímpio sofre eterno tormento no inferno, não extinção eventual.


Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 24 de Abril de 2004.




{* Eu não aprovo que seja citado um perdido como C.S. Lewis. Lewis estava voltando para a Igreja Católica antes de sua morte. Ele acreditava rezar em prol dos mortos e em purgatório, e regularmente confessava seus pecados a um padre. Ele recebeu o sacramento católico da extrema unção em 16 de julho de 1963 (C.S. Lewis: A Biography, pp 198, 301). Lewis negou a total  depravação do homem e da expiação substitutiva por Cristo. Ele acreditava na evolução teísta e rejeitou a Bíblia como a infalível Palavra de Deus. Ele ensinou que o inferno é um estado de espírito: "E cada estado de espírito, deixado correr solto, cada calar da criatura na masmorra de sua própria mente - é, no final, o Inferno" (Lewis, The Great Divorce , p. 65). Hélio de M. Silva}

{** Eu não aprovo que seja citado um perdido pai das heresias do papismo romanista, como Agostinho. Ver http://solascriptura-tt.org/PessoasNosSeculos/AgostinhoDeHipona-PaiHeresiasRoma-DCloud.htm . Hélio de M. Silva}



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