Pr. Anízio Gomes
Nos últimos duzentos anos popularizou-se o uso de instrumentos musicais
mecânicos no culto a Deus. No entanto o Novo Testamento não apresenta um só
verso que concorde com esta prática, e também a história da igreja rejeita o
uso de instrumentos musicais. Mediante o exposto pretendemos abordar o assunto
de maneira bíblica, procurando estabelecer um padrão verdadeiramente bíblico,
santo e espiritual para a música nas igrejas locais (batistas fundamentalistas)
do Senhor Jesus Cristo.
Os defensores dos instrumentos musicais advogam que no Velho Testamento Deus
autorizou o uso dos instrumentos musicais e se assim o fez de uma vez para
sempre. Citam várias passagem do Velho Testamento onde os instrumentos musicais
são citados ou utilizados. Dando-se assim por satisfeitos, não se preocupam com
o que preceitua o Novo Testamento. Porém todos eles concordam que muita coisa
que era parte integral do culto no Velho Testamento caducou com a vinda do
Messias e citam corretamente que “o fim da lei é
Cristo” (Rm.:10:4) e que “a lei e os profetas
profetizaram até João” (Mt.:11:13), além disso todos ensinam que o
sábado, a circuncisão, a lei e tantas outras práticas não fazem parte do
contexto neo-testamentário, no entanto negligenciam quando o assunto é o uso
dos instrumentos musicais no culto a Deus promovido pelas igrejas locais.
O Senhor Jesus Cristo ensina que o culto exigido por Deus dos seus verdadeiros
adoradores é um culto verdadeiro e espiritual, “mas a
hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem”.(João
4:23), durante a maior parte da história da igreja de Cristo este texto tem
sido interpretado como um contraste entre o velho e o novo pacto. Para grandes
homens do rastro de sangue, este texto é um divisor de águas entre a adoração
no Pacto Mosaico e a Nova Aliança no sangue de Cristo, para estes os Judeus
estavam certo ao adorarem em Jerusalém porém é chegada a hora em que o culto
material (físico) não mais era importante pois o evangelho era chegado, ficando
assim evidente que de algum modo o culto prestado pelos judeus não preencheram
os pré-requisitos espirituais, exigidos pelo padrão do Novo Testamento, este
contraste fica evidente quando comparamos a estrutura da adoração do Velho
Pacto com a do Novo Concerto. Comparemos:
O escritor de Hebreus apresenta no capítulo 9:1-10, que a adoração no Velho
Concerto é feita, em preceitos meramente carnais como: estrutura material
(tabernáculo/templo); vestimentas específicas para os ministrantes
(sacerdotes); iluminação especial (candelabros); queima de incenso;
instrumentos mecânicos de músicas; sacrifícios de animais. Percebemos
claramente que todo este aparato aponta para o sentido físico, carnal do ser
humano. “Consistindo somente em comidas, e bebidas, e
várias abluções e justificativas da carne, impostas até ao tempo da correção”
(Hb 9:10).
Já no Novo Testamento encontramos a adoração sincronizada com o sentido
espiritual do homem, vejamos: o templo passou a ser espiritual; (I Co:3:16; Ef
2:19-22); oração dos salvos em lugar de incenso (Ap.5:8); a música faz a
melodia no coração (Ef: 5:19); o sacerdócio universal dos salvos (Hb.13:15; I
Pe.2:5,9).
Pelo que podemos perceber na comparação entre os pactos, há um claro
favorecimento, a interpretação do contraste. Essa comparação não colabora com a
alegação simplória, de que adoração espiritual é o fazê-la com sinceridade de
coração, não importando nem a forma nem o meio, mas sim o estado do adorador.
Logo, pelo exposto, fica evidente que a adoração é espiritual quando praticada
de modo espiritual e não material, animal, carnal e diabólico.
Eu sei que há cinco gerações bons pastores têm sido ensinados pelos seus
pastores (aqueles que os treinaram) que é bíblico o uso de instrumentos no
culto da igreja do Senhor Jesus. Estes obreiros têm defendido uma prática
musical santa e ordeira, mesmo fazendo guerra aqueles que são depravados e
desrespeitadores do culto santo. No entanto, o que os nossos amigos e fiéis
pastores defensores dos bons instrumentos não perceberam que também eles estão
ferindo os princípios do Novo Testamento, quando o assunto é a música. Ao
adotarem uma prática que Cristo não ensinou e não praticou, sendo verdade que
também as igrejas do período histórico no qual o Novo Testamento foi escrito,
não ensinou nem praticou tal coisa. Sendo o Novo Testamento um documento no
qual não há registro do uso de instrumentos musicais nos muitos cultos nele
registrados. Ficando assim evidente que essa prática é estranha a Cristo e à Sua
igreja, logo deve ser extirpada do meio dos fieis adoradores dos dias atuais.
Portanto, o que propomos para que as igrejas batistas fundamentalistas
continuem fieis a Cristo, quanto ao assunto música, é uma volta à Bíblia.
Precisamos desconstruir os devaneios doutrinários que os nosso bons pastores
nos transmitiram nos últimos séculos, e assim voltarmos àquela antiga prática
de entoarmos hinos ao nosso Deus com somente os lábios, (à capela) como foi
praticado pelas igrejas fies através dos séculos e pelo próprio Senhor Jesus na
ocasião da instituição da ceia do Senhor “E tendo
cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras”. (Mt.: 26:30) e em outro
lugar assim se expressa “ Cantar-te-ei louvores no meio
da congregação” (Hb.: 2:12). O Senhor Jesus Cristo não tocou instrumento
e sim cantou hinos a Deus Pai no meio da igreja. E você vai imitá-lo como nos
ensina a Palavra de Deus ou vai seguir o seu próprio conselho. Quero finalizar
dando uma definição bíblica para louvor “.isto é o fruto
dos lábios que confessam o Seu nome” (Hb.13:15). Portanto, caro leitor,
se és um crente literalista na Bíblia, esta definição é suficiente para que
tomes uma decisão correta com relação ao louvor.
Pr.
Anízio Gomes.
http://ibb-soledade.zip.net/
pr.anizio@bol.com.br
Contraste com ponto levemente diferente, por Hélio, em
http://solascriptura-tt.org/LiturgiaMusicaLouvorCulto/BateriasTodoTipoInstrumentosOuMusica-Helio.htm
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