Vaticanus e Sinaiticus






         O [artigo seguinte] sobre o Vaticanus e o Sinaiticus é do autor do livro FAITH VS THE MODERN BIBLE VERSIONS, disponível no site da Way of Life Literature. A nosso ver, este volume de 775 páginas é o livro mais abrangente já editado sobre o assunto. Ele contém informações que não apareceram em qualquer outro livro que defende a Bíblia King James, oferecendo um novo campo em diversas áreas... tais como a importância das antigas versões separatistas em defesa da 1 João 5:7, uma doutrina da preservação da Bíblia a partir de 43 passagens da Escritura, documentação da corrupção da erudição evangélica nos últimos 50 anos, e a apostasia que engolfou o século 19, com o surgimento da moderna crítica textual, a qual, a seguir, dominou o século 20, quando a crítica textual tornou-se definitivamente estabelecida e a documentação do papel desempenhado pelos unitarianos no desenvolvimento da moderna crítica textual, para citar apenas algumas.  Se você é novo no assunto da versão bíblica e deseja entendê-lo, cremos ser este o livro para você; e se já esteve estudando o assunto durante algum tempo, encontrará uma riqueza de novidades aqui. O curso contém 783 questões seccionais de revisão, a fim de reforçar o ensino. Um livro texto do professor está disponível, contendo testes seccionais e finais, com folhas de respostas. O Dr. David Sorensen, autor do “Touch Not the Unclean Things”  e do “Understanding Bible Commentary”, disse: “Li cerca de 95% do seu livro ‘Faith VS Modern Versions’. Que obra prima! Estou de muito impressionado com o mesmo. Ele é provavelmente o melhor livro que já li sobre o assunto. Também já acabei de ler o seu novo livro - ‘Bible Version Hall of Shame’ - ... Excelente!!! Quanta riqueza de informação!” São 775 páginas, 7X8 polegadas (17,5 x 20 cm), encadernação perfeita, por US29,95.

        A moderna crítica textual, a qual criou o texto grego predominante nas modernas versões bíblicas, favorece ALGUNS UNCIAIS GREGOS (por exemplo, o Sinaiticus e o Vaticanus), além de um número pequeno de outros manuscritos de caráter idêntico, contra a vasta maioria dos 5.471 manuscritos gregos e lecionários existentes (Para o número de manuscritos existentes, segui “The Text of the New Testament”  de  Aland, 2ª. Edição, ps 102, 106, 128 e 163; além disso, acrescentei os 20 papiros adicionais listados na 4ª. Edição do Novo Testamento Grego da Bible Societies, publicação de 2001).

        Escrevendo em 1883, John Burgon observou: “... especialmente o B (Vaticanus) e o Aleph (Sinaiticus) têm, nos últimos vinte anos, exercido uma tirânica ascendência sobre a imaginação dos críticos, a qual somente pode ser adequadamente classificada como cega superstição” (The Revision Revised, p. 11). A quantidade de manuscritos preferidos pelos modernos críticos textuais foi chamada por John Owen, no século 17, “A descendência espúria” , e por John Burgon, no século 19, “A pequena quantidade de documentos suspeitos” (The Revision Revised, p. 78); “pequena quantidade de documentos singularmente licenciosos”  (Ibid) e “aqueles excêntrico exemplares”  (The Traditional Text of the Gospels, p. 31).

         A partir do descobrimento dos papiros egípcios, no século 20, o número de manuscritos alexandrinos tem aumentado; mas comparado ao vasto número que apóia o Texto Tradicional, eles ainda representam uma minoria muito insignificante e “excêntrica”, e que se contradizem amplamente entre eles mesmos.




O VATICANUS (B)

         O Codex grego Vaticanus recebe o nome de sua localização, que é a Biblioteca do Vaticano. Sua história permaneceu desconhecida até 1475, quando ele apareceu pela primeira vez no catálogo da biblioteca.

         Supõe-se que ele date da metade do século 4, tendo se originado no Egito. “Host inclinava-se a atribuí-lo a Roma e outros ao sul da Itália ou a Cesaréia; mas a associação do seu texto com as versões do Coptico (egípcio) e com Orígenes, bem como o estilo da escrita, notavelmente as formas cópticas usadas em alguns dos títulos), apontam mais para o Egito e Alexandria” (Frederick Kennyon, “The Text of Greek Bible”).

         Ele contém a maior parte do Velho Testamento (exceto Gênesis 1:1; 46:28; 2 Reis 2, 5-7; 10-13; Salmos 105:27; 137:6), com falta de grandes porções do Novo Testamento, tais como Mateus 3, as Epístolas Pastorais (1 e 2 Timóteo, Tito e Filemom), Hebreus 9:14; 13:25 e todo o livro de Apocalipse.

        Erasmo, o primeiro editor do Texto Recebido impresso, estava familiarizado com o Vaticanus, porque, em 1553,  um correspondente em Roma lhe enviou 365 de suas leituras, numa vã tentativa de demonstrar a superioridade delas (Fredrick Kennyon, Our Bible and the Ancient Manuscripts).

        O lar do Codex Vaticanus é ímpio e, portanto, não é um local onde a Palavra de Deus preservada poderia ser encontrada. Excursionei pelo Vaticano em 1992  e novamente em 2003 e 2005, e fiquei espantado ao constatar como é pagão esse lugar. Ele me faz lembrar os templos idolátricos que visitamos durante o nosso trabalho missionário na Ásia. Combinando com o lar do homem que clama para si mesmo os títulos e posição de Jesus Cristo e aceita adulação, o Vaticano é um monumento à idolatria, à blasfêmia e à mais desavergonhada rebelião contra a revelação divina. Existem ali estatuas e pinturas de todo tipo de deuses e deusas pagãos; existem estátuas de Maria, dos papas e dos “santos” e anjos, do Menino Jesus, e crucifixos. A Biblioteca do Vaticano contém grandes pinturas de Isis e Mercúrio. A Cátedra de S. Pedro, ou “Cadeira de Pedro”, contém entalhes que lembram os trabalhos de Hércules. O maciço obelisco no centro da Praça de S. Pedro é um objeto pagão do Egito. Próximo ao altar-mor de S. Pedro, existe uma estátua de Pedro em bronze, sentado numa cadeira. Há um registro de que essa estatua era originalmente do deus pagão Júpiter, tendo sido retirada do Panteão em Roma (quando era um templo pagão) e levado à Basílica de S. Pedro, sendo ali renomeada como Pedro. Júpiter era um dos deuses principais  da antiga Roma, o qual era chamado “pater”, que em Latim significa “pai”.  Um dos pés da estátua é feito de prata e os peregrinos católicos tocam-na e beijam-na, supersticiosamente. De fato, o Vaticano é um ídolo gigantesco! O grande altar sobre o suposto túmulo de S. Pedro se sobressai pelas maciças colunas de ouro em espiral, as quais se assemelham a serpentes enrodilhadas. Quase podemos escutar o seu sinistro sibilar! O Vaticano é também um cemitério. Por baixo da Basílica de S. Pedro existem fileiras de esquifes de mármore contendo os papas falecidos. Uma estátua de cada papa em tamanho natural, esculpida em mármore, inclina-se sobre o seu próprio esquife. Velas e incenso queimam ali, profusamente. Na suposta tumba de S. Pedro, 99 lâmpadas a óleo são conservadas queimando dia e noite. Para os que estão familiarizados com as religiões pagãs, como o Hinduísmo e o Budismo, a origem de tais coisas é óbvia. O local é tão aterrorizante como pagão, semelhante a um templo na mais tenebrosa Índia. Lamentavelmente, os iludidos católicos acendem suas velas pagãs, numa vã tentativa de merecer as bênçãos divinas, conforme o modo de agir dos ignorantes hindus. Não existe qualquer autoridade bíblica para respaldar esse tipo de coisas. O Senhor Jesus Cristo advertiu os fariseus: “Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição” (Marcos 7:9). O Vaticano é um dos últimos lugares da terra onde se poderia esperar que a Palavra de Deus fosse preservada.

         Aos de fora [do romanismo] não era permitido usar o manuscrito Vaticanus, até os anos 1800: “O Novo Testamento Vaticanus não foi visto pelos eruditos, até (1809) quando Napoleão capturou Roma e levou o manuscrito até Paris, onde ele foi estudado durante um breve tempo (até 1815). Se isso não tivesse acontecido, certamente o seu conteúdo ainda estaria guardado em segurança na Biblioteca do Vaticano, até hoje! (http://christianseparatist.org/ast/hist/uncial.htm. A Tischendorf e Tregelles foi permitido vê-lo, entre os anos 1843 e 1866, porém não lhes foi permitido copiar dele coisa alguma; eles eram revistados antes de entrar na biblioteca, a fim de ficar claro que não conduziam material escrito e guardas eram colocados para a certeza de que não haviam feito anotações. Tischendorf foi forçado a esperar durante vários meses, antes que lhe permitissem ver o manuscrito por seis horas apenas. A Tregelles foi permitido ver o manuscrito durante três meses e cada dia ele memorizava uma seção para depois copiá-la, à noite. Desse modo, ele mais tarde publicou sua cópia memorizada do Novo Testamento Vaticanus. Temos aqui uma descrição de como eram tratados pelas autoridades católicas os visitantes que estavam interessados no manuscrito Vaticanus.

        “Em 1845, ao grande erudito inglês Tregelles foi permitido, de fato, ver, mas não copiar, uma palavra sequer. Seus bolsos eram revistados, antes que ele pudesse abrir o manuscrito, e todo o material escrito era confiscado.  Dois clérigos se postavam ao seu lado e confiscavam o volume, quando ele ficava tempo demais examinando qualquer passagem”  (Frederick Kennyon, “Our Bible And The Ancient Manuscripts”, 4ª. Edição, 1939, ps 138-139). Somente em 1868 o Vaticano publicou o Novo Testamento Vaticanus completo e simplesmente porque ele havia se tornado tão familiar aos eruditos pelos meios supra mencionados, é que o papa foi forçado a publicá-lo. A atitude demonstrada por Roma em direção àqueles que procuravam examinar o Codex Vaticanus expõe uma instituição que mandava matar os tradutores da Bíblia, que proibiu a leitura da Bíblia nas línguas do povo, que condenava as sociedades bíblicas e lançava anátemas aos que afirmavam ser a Bíblia sua exclusiva autoridade de fé e prática.  Enquanto os batistas e os protestantes estavam trazendo diligentemente as Escrituras à luz “para que os camponeses pudessem entendê-la” (conforme declarou o tradutor William Tyndale), Roma porfiava em esconder a Palavra de Deus  do homem comum. Esse é um fato histórico já documentado nestes estudos (e os quais temos documentado em “Rome and the Bible: Tracing the History of Roman Catholic Church and Its Persecution of the Bible and of Bible Believers”, disponíveis na Way of Life Literature, Caixa Postal 610368, Port Horon, MI 48061 – 866-295.4143, fbns@wayoflife.org .

         Westcott e Hort preferiram o manuscrito Vaticanus como sua principal autoridade, acima de todos os outros manuscritos gregos. Ele foi “sua pedra de toque” (Aland, “The Text of the New Testament”, p. 14).





O Vaticanus é muito estranho e corrompido


1. -
Ele foi corrigido por revisores nos séculos 8, 10 e 15 (W. Eugene Scott, “Codex Vaticanus”, 1996).

2. - Todo o manuscrito foi mutilado “cada letra foi engrossada com uma pena, tornando impossível a exata identificação de muitos dos seus significados” (Vaticanus and Sinaiticuswww.waynejackson.freeserve.com.uk/kjv/v2.htm Isso provavelmente foi feito no século X ou XI. Toda a revisão e sobre escrita “torna impossível a análise paleográfica” (Scott, Codex Vaticanus). O Dr. David Brown observa:  “Questiono o valor do grande testemunho de qualquer manuscrito sobrescrito, adaptado, mudado e acrescentado por mais de dez séculos” (The Great Uncials). As porções em falta foram supridas no século 15, quando foram  copiados outros manuscritos gregos. “Esse segmento (ps 1519-1536) do manuscrito é catalogado separadamente como minúsculo 1957” (Aland, The Text of the New Testament, p 109).
         Nos Evangelhos ele omite 749 sentenças e 452 cláusulas, além de 237 outras palavras, todas elas encontradas em centenas de manuscritos gregos. O número total de palavras do Evangelho omitidas no Codex B é de 2877, quando se compara a maioria dos manuscritos (Burgon, The Revision Revised, p. 75).

3. -  Ele omite Marcos 16:19-20, mas um espaço em branco é deixado para essa parte da Escritura.
         O seguinte testemunho é de John Burgon, o qual examinou o Codex Vaticanus (B), que é, inquestionavelmente, o mais antigo que possuímos: “O Evangelho de S. Marcos termina abruptamente no verso 8 do capítulo 16, sendo verdade que a costumeira subscrição (Kata Mapkon) continua; mas está longe de ser toda a verdade. Ela exige que se declare também que o escriba, cujo plano seria o de  iniciar cada novo livro da Bíblia, no topo da próxima coluna em início àquela que contava as palavras concluintes do livro precedente, tenha, no final do Evangelho de S. Marcos se desviado de sua antes invariável prática. (?) ELE DEIXOU NESSE LUGAR UMA GRANDE COLUNA TOTALMENTE VAZIA. ELA É A ÚNICA COLUNA VAZIA EM TODO O MANUSCRITO - UM ESPAÇO EM BRANCO, ABUNDANTEMENTE SUFICIENTE PARA CONTER OS DOZE VERSOS QUE ELE, PORTANTO, SUPRIMIU. POR QUE TERIA ELE DEIXADO VAZIA ESTA COLUNA? O que teria levado o escriba, nessa solitária ocasião, a se afastar de sua regra estabelecida?


[NOTA DA TRADUTORA: Devido ao fato de aqueles que, no século IV (quando o Vaticanus foi escrito), clamavam ser sucessores dos apóstolos (como os papas sempre clamam ser) não terem o poder dado aos discípulos, conforme Marcos 16:17-18: ”... expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”, eles mandaram que a parte final de Marcos, fosse retirada, a partir do verso 9.]


         O fenômeno (Creio ter sido eu o primeiro a chamar a atenção sobre isso) tem o mais alto grau de significação e admite apenas uma interpretação. O mais antigo manuscrito do Codex B deveria, infalivelmente, conter esses doze versos em disputa. O copista foi instruído a omiti-los e obedeceu; contudo, prudentemente, ele deixou o espaço em branco como se fosse um epitáfio “Em Memória do Rei [a Palavra de Deus assassinada]”. Jamais um espaço em branco se tornou tão legível! Jamais um silêncio foi tão eloqüente!
        Através desse simples expediente, estranho de se relatar, o Codex Vaticanus refuta a si mesmo, sempre que dá um testemunho contra os versos concluintes do Evangelho de S. Marcos, mesmo quando os detém; pois ele proíbe a inferência que, sob ordinárias circunstâncias, deve resultar dessa omissão. E tem mais. Ao deixar espaço para os versos omitidos, ele conduz à importante observação, no final de  quinze e meio séculos, dando um testemunho mais antigo do que ele próprio (Burgon, “The Last Twelve Verses os the Gospel of St. Mark Vindicated”, 1871, pp. 86-87)
         Wilbur Pickering resume este assunto: “O Codex Vaticanus B é escrito em três colunas e ao completar um livro, ele normalmente começa o próximo livro no topo da próxima coluna. Contudo, entre Marcos e Lucas, existe uma coluna completamente vazia, a única desse tipo no Codex. Tendo em vista que o pergaminho era caro, o “desperdício” de tal espaço seria muito incomum” (Pickering, “The Identity of the New Testament Text”, Apêndice F, “Mark 16:9-20 e and the Doctrine of Inspiration”).

4. - O Vaticanus se identifica como um produto da corrupção gnóstica, em João 1:18, onde “o Filho unigênito” é mudado para “o unigênito Deus”, perpetuando, desse modo, a heresia ariana que desassocia o Filho de Deus, Jesus Cristo, do próprio Deus, ao afirmar que o Verbo não era o mesmo que o Filho. O Evangelho de João identifica o Filho diretamente como o Verbo (João 1:1, 18), enquanto mudando-se o “Filho” para “Deus”, no verso 18, essa direta associação é quebrada.

5. - O Vaticanus contém os falsos apócrifos católicos romanos: Judite, Tobias e Baruque (porém não os Macabeus).




O Sinaiticus (Aleph)


        
O Codex Sinaiticus foi descoberto por Constantine Tischendorf no Mosteiro de Santa Catarina (Ortodoxo Grego) no Monte Sinai. Ele descobriu a primeira parte em 1844 e a segunda, em 1859. Em maio de 1844, em sua ida ao Monte Sinai, Tischendorf parou em Roma,  onde teve uma audiência com o Papa Gregório XVI. Como o Catolicismo Romano, a Igreja Ortodoxa Grega possui também o falso evangelho da graça mais obras e sacramentos, mantendo a doutrina antibíblica da veneração às relíquias.  O Mosteiro de Santa Catarina tem uma sala inteira repleta de caveiras!

        Segue a história de como Tischendorf encontrou o Sinaiticus: “No ano de 1844, enquanto viajava sob o patrocínio de Frederick Augustus, Rei da Saxônia, em busca de manuscritos, Tischendorf chegou ao Convento de Santa Catarina, no Monte Sinai. Ali observando certos documentos de aparência antiga, numa cesta de papéis, prontos para serem incinerados no forno, ele os apanhou e descobriu que eram 43 folhas de vellum da Versão Septuaginta. Foi-lhe permitido levá-las; mas desejando ele salvar as outras partes do manuscrito, do qual ouvira falar, explicou o seu valor aos monges e estes, tendo sido esclarecidos, permitiram-lhe copiar somente uma página, tendo se recusado a vender-lhe o resto. Ao regressar, ele publicou, em 1846, o que havia conseguido obter, com o nome de “Codex Frederick Augustanus”, dedicado ao seu benfeitor. (“A Guide To The Textual Criticism of the New Testament”, p. 24). Alguns inimigos da defesa da Bíblia King James têm afirmado que os manuscritos não foram encontrados na “cesta de lixo”, mas a verdade é que o foram. Foi isso o que Tischendorf exatamente escreveu: “Percebo uma grande e ampla cesta cheia de antigos pergaminhos; e o bibliotecário me contou que duas pilhas idênticas já haviam sido atiradas às chamas. O que me surpreendeu foi encontrar no meio dessa pilha de papéis...” (Narrative of the Discovery of the Sinaitic Manuscript”, p. 23). John Burgon, que ainda vivia, quando Tischendorf descobriu o Sinaiticus, também visitou pessoalmente o Mosteiro de Santa Catarina, a fim de pesquisar manuscritos antigos. Ele testemunhou que os manuscritos “eram depositados na cesta de lixo do Convento” (The Revision Revised, 1883, ps. 319 e 342).  

         Vamos considerar alguns fatos básicos sobre o Codex Sinaiticus:

         As folhas do Codex mediam 13 x 15 polegadas. O texto é escrito em caracteres unciais, sem pontuação, exceto ocasionais apóstrofos e períodos. É escrito em quatro colunas na página (exceto nos livros poéticos, os quais são escritos em duas largas colunas). Existem 48 linhas por coluna (exceto nas epístolas católicas, as quais têm 47 linhas por coluna). A maior porção do Sinaiticus (346 folhas, 199 das quais são o VT)      está guardada na Biblioteca Britânica e estava exposta, quando a visitei, em minha quinta ou sexta viagem, em abril 2003, e estava aberta em Marcos 16, mostrando claramente a óbvia omissão dos versos 9-20 (Tischendorf mais tarde havia persuadido os monges a dar o manuscrito ao Czar da Rússia e em 1933 o governo russo o vendeu ao Museu Britânico por 100.000 Libras, ou cerca de 500.000 dólares. Ele chegou ao Museu exatamente antes do Dia de Natal de 1933). Outras 43 folhas estão na biblioteca da Universidade de Leipzig e três folhas parciais estão em Leningrado (Os monges do Mosteiro de Santa Catarina descobriram várias folhas de Gênesis, em 1975).





Vamos considerar as excentricidades do Codex Sinaiticus:


1. - O Sinaiticus foi escrito por três diferentes escribas, tendo mais tarde sido corrigido por vários outros. (Foi essa a conclusão após uma ampla investigação feita por H. J. M. Milne e T. C. Skeat, do Museu Britânico, a qual foi publicada em ”Scribes and Correctors of Codex Sinaiticus”, Londres, 1938).
         Tischendorf contou 14.800 correções  no manuscrito (David Brown, “The Great Uncials”, 2000). Dr. F. H. A. Scrivener, o qual  publicou “A Full Collection of the Codex Sinaiticus”, em 1864, testificou: “O Codex está coberto de alterações de um caráter obviamente correcional, efetuado por pelo menos dez revisores diferentes, algumas delas sistematicamente espalhadas em cada página, outras ocasionais ou limitadas a porções separadas do manuscrito, sendo muitas dessas contemporâneas do primeiro escritor, mas a maior parte delas pertencendo ao 6º. ou 7º. Século”. Desse modo, fica evidente que os escribas, no passar dos anos, não consideravam o Sinaiticus como representando o puro texto. O porquê de ser ele tão reverenciado pelos modernos críticos é um mistério.

2. - Uma grande porção de relaxamento é exibida na cópia e na correção. “O Codex Sinaiticus abunda em erros visuais e escritos, a tal ponto de se constituir num fato jamais igualado, mas felizmente não comum em documentos de primeira classe em matéria de importância. Em muitas ocasiões, 10, 20, 30 ou mais sentenças inteiras são freqüentemente sobrescritas duas vezes ou então começam e são logo canceladas. Ao mesmo tempo em que ocorre esse grosseiro erro, uma cláusula é omitida por chegar ao fim com as mesmas palavras da cláusula precedente, não menos de 115 vezes no Novo Testamento” (John Burgon, The Revision Revised). É claro que os escribas que copiaram o Sinaiticus não eram homens fiéis a Deus, os quais tratavam as Escrituras com a máxima reverência. O número total de palavras omitidas no Aleph, somente nos evangelhos, é de 3.455, quando comparadas ao Texto Grego Recebido (Burgon, Ibid, p. 75).

3. - A primeira das versões foi feita por Pamphilius (falecido em 309 d.C.) à luz da Hexapla de Orígenes (James Adair Jr., “Sinaiticus” - Eerdmans Dictionary of the Bible). Existe uma nota no Sinaiticus que diz: “Apanhado e corrigido conforme a Hexapla de Orígenes: Antonius o comparou; eu, Pamphilius o corrigi”. O problema com isso é que Orígenes era um herege de primeira classe e mudou o texto da Escritura [estribado] sobre “a autoridade” de falsos mestres, tais como Valentinus, o qual negava a Divindade de Jesus Cristo. Orígenes ensinava a regeneração batismal, acreditava no purgatório e ensinava que todos os homens, e até mesmo Satanás [e as estrelas], eventualmente seriam salvos; ele acreditava na preexistência  das almas humanas e ensinava que o Espírito Santo era a primeira criatura de Deus, entre outras heresias.

4. - Marcos 16:9-20 é omitido no Sinaiticus, porém esteve originalmente ali, tendo sido apagado.

5. - A folha contendo o final do Evangelho de Marcos e o começo de Lucas, com a omissão de Marcos 16:9-20, foi acrescentada ao mesmo, em algum ponto. “Tischendorf, que descobriu o códice, advertiu que aquelas quatro páginas pareciam ter sido escritas por uma mão diferente e com uma tinta diferente daquelas do resto do manuscrito. Seja como for, uma inspeção cuidadosa revela o seguinte: o final de Marcos e o início de Lucas ocorrem na página 3 (das quatro); as páginas 1 e 4 contêm o equivalente a uma média de 17 linhas de texto grego impresso por coluna (há quatro colunas por página), exatamente como o resto do códice; a página 2 contém uma média de 15,5 linhas de texto impresso por coluna; a primeira coluna da página 3 contém apenas doze linhas de texto impresso e deste modo o v. 8 ocupa o topo da segunda coluna, o resto da qual está em branco (exceto por alguns desenhos); Lucas começa no topo da coluna 3, a qual contém 16 linhas de texto impresso enquanto a coluna 4 volta a conter 17 linhas. Assim, na página 2 o falsário começou a espalhar as letras de modo a deslocar o equivalente a seis linhas do texto impresso. Na primeira coluna da página 3 ele ficou desesperado e deslocou o equivalente a cinco linhas de texto impresso, somente em uma coluna! Desta maneira [deslocando o equivalente a um total de 11 linhas do texto impresso] ele conseguiu levar duas linhas do verso 8 para a segunda coluna, evitando a reveladora coluna vazia (como a de B). Aquela coluna vazia acomodaria mais 15 linhas de texto impresso, o que, com as outras 11, perfaz um total de 26. Versos 9-20 ocupam 23,5 tais linhas, Portanto há abundante espaço para eles. Realmente parece que houve jogo sujo, e não teria havido necessidade disto a não ser que a 1a mão do MS de fato exibisse os versos disputados. De qualquer modo, .Sinaiticus, tal qual se apresenta, é forjado e portanto não pode ser legitimamente alegado como uma evidência contra os versos. (Wilbur Pickering, “The Identity of the New Testament Text”, Apêndice F, “Mark 16:9-20 e and the Doctrine of Inspiration”). H. F. A. Scrivener acreditava que o mesmo escriba que copiou o Vaticanus também copiou as páginas que foram inseridas no Sinaiticus. “... Estranho é relatar que isso acontece com a folha exata na qual termina o Evangelho de São Marcos e o de São Lucas é escrito. (Marcos 16:2 – Lucas 1:56) é uma das seis folhas do Codex Aleph, o que tem levado à sustentação de que foram escritas pelo mesmo escriba do Codex B. A ‘inferência’, observa Scrivener, ‘é simples e direta, de que, pelo menos nessas folhas, o Codex B, o Sinaiticus dão apenas um testemunho, não dois’” (Burgon and Miller, “The Traditional Text” p. 233, citando Scrivener, “A Plain Introduction to the Criticism of the New Testament, II, p. 337, nota 1).

6. - O Sinaiticus inclui os livros apócrifos (Esdras,  Tobias, Judite e I e II Macabeus, Sabedoria e Eclesiástico), além de dois escritos heréticos, a Epístola de Barnabé e o Pastor de Hermas. A apócrifa Epístola de Barnabé está repleta de heresias e fantasiosas alegorias, afirmando, por exemplo, que Abraão estava familiarizado com o alfabeto grego e que a água do batismo salva a alma. O Pastor de Hermas é um escrito gnóstico que apresenta a heresia docetista de que o Espírito do Cristo veio sobre Jesus em seu batismo.

7. - O Sinaiticus exibe a influência gnóstica em seu conteúdo.  Em João 1:18  “o Filho unigênito” é mudado para “o unigênito de Deus”, perpetuando, assim, a antiga heresia ariana que desassocia o Filho Jesus Cristo do próprio Deus, quebrando a clara conexão entre o Deus de João 1:1 com o Filho de João 1:18. Sabemos que Deus não foi gerado; foi o Filho quem foi gerado na encarnação.







Autor: David Cloud
February 21, 2007 (David Cloud, Fundamental Baptist Information Service, P.O. Box 610368, Port Huron, MI 48061, 866-295-4143,
fbns@wayoflife.org; for instructions about subscribing and unsubscribing or changing addresses, see the information paragraph)



Tradutora: Mary Schultze



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Hélio sugere fortemente a leitura de
        
Sinaiticus Pagina 29 -- Helio. Provas de que Marcos 16:9-20 foi extirpado por falsário. Foto.
         Vaticanus, Página 1303, Rasto da Grosseira Extirpação de Marcos 16:9-20 -- Hélio

em http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-PreservacaoTT/index.htm



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