Hoje em dia, estamos a ser bombardeados por uma intrusão de novas Bíblias
dentro de nossas igrejas, que trazem títulos muito sugestivos, que vão
desde “de acordo com os melhores textos em Grego e Hebraico”, até
versões que nem sequer trazem a palavra Bíblia escrita na capa (onde
será que já vi isto?), trazendo versículos estranhos; mas que
trazem a aprovação de grandes teólogos, mesmo dentro das fileiras de
denominações ditas clássicas, os quais nos dizem que se escolheu, se
preferiu este versículo, em relação àquele outro, porque tais versículos
"não constam nos melhores e mais antigos manuscritos", mas
a história não é contada toda, contando-se somente o que convém;
mas será que podemos confiar nesses eruditos? Será que podemos agarrar
nessas Bíblias, apertá-los contra o nosso peito, e CONFIANTEMENTE
exclamar “Deus, muito obrigado pela Tua Palavra, obrigado por ela ser
um bem demasiado precioso para mim; quero acreditar todas as palavras
que aqui estão escritas, pois elas foram escritas para o meu bem; pois
sou homem pecador e sem elas, seria impossível saber a tua vontade”;
ou será que vamos ficar à espera da próxima revisão do Nestlé-Aland
(ou de quem quer que seja), ou esperar que apareçam mais manuscritos, e
aí talvez (repare que é talvez) ficarei a saber qual a Palavra
de Deus.
"ORA, a serpente era mais astuta que todas
as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à
mulher: É assim que Deus disse?:
Não comereis de toda a árvore do jardim?" (Gn
3:1) [Repare que quem fica a ganhar com esta
controvérsia Bibliológica, é o pai da mentira; e não o povo de Deus]
Vou agora passar à fase de argumentar a minha posição. Deus nos há
dado a Bíblia, um livro maravilhoso, e de uma maneira especial, tratou
de inspirar o texto (2Tm 3:16), de tal maneira que a Bíblia, não
somente contém a Palavra de Deus, mas é em si mesma, a
Palavra de Deus. Deus teve um cuidado extremo, para nos
dar a Bíblia, pois, sendo nós uma raça de pecadores, jamais conseguiríamos
chegar ao conhecimento de Deus, em virtude disso; a Revelação de Deus,
foi-nos entregue, na forma de um livro, que é constituído por 66
pequenos livros. Então, se Deus teve tanto cuidado para nos entregar a
sua Palavra, também é natural que a tenha preservado, caso contrário,
para que é que Deus teria tido tanto cuidado? Seria inútil para nós
ter existido um livro perfeito, inspirado, infalível, inerrável; e
agora já não existisse tal livro. Portanto, somos levados a crer, que
o mesmo Deus que inspirou a Sua Palavra, também a preservou, de alguma
maneira. Então, vamos tomar como nosso postulado, que deve existir,
aqui na terra, uma Bíblia, que é a Palavra de Deus (i.e., tem que
existir manuscritos, que contêm, e são a Palavra de Deus). Então,
qual será o texto verdadeiro? Para já, importa saber que Erasmo
dividiu os manuscritos do Novo Testamento em dois grandes blocos: o texto
recebido, que representa cerca de 95 % de todos os manuscritos
existentes, e o texto crítico, o qual representa uma pequena
parte, somente cerca de 5 %, dos mais de 5000 manuscritos existentes.
Vemos, pela história, que todas as igrejas fiéis, independentes,
usaram como base o texto recebido (fazendo várias traduções para as
suas línguas nativas, tais como a Ítala, a Peshitta,
etc; e que os críticos não olham para estas traduções, simplesmente
as ignoram, porque será?), e se recusaram a adoptar o texto crítico
vindo de Alexandria. Um dos argumentos mais usados pelos críticos
textuais é que o texto crítico é o mais antigo, enquanto que o
texto recebido é muito mais recente. Portanto (segundo a lógica
desses críticos), o melhor texto, o mais parecido com o original é
o mais antigo. Este argumento não é válido, pois para isso teríamos
que ter todas as premissas verdadeiras, e uma delas, não o é; vemos
logo Paulo alertar contra os perigos dos falsificadores da Palavra de
Deus [eles já existiam no
tempo de Paulo!]; por aqui vemos que o argumento não é válido.
Outra das coisas que os críticos argumentam, é que a leitura do texto
crítico é preferível à leitura do texto recebido. Repare-se a
construção da frase, é preferível , bem, não vejo na Bíblia
(pelo menos na minha, que é baseada no Texto Recebido), que a questão
do conteúdo da Bíblia seja de preferências, mas, pelo contrário,
o que vejo na minha Bíblia, é que todas as Palavras de Deus são
importantes, e não uma questão de preferências. Muitos críticos
textuais, por exemplo, no texto de Mr 16:9-20, dizem que este texto não
consta dos melhores manuscritos (mas somente 2 manuscritos é que não
contém estes versículos entre cerca de 620 existentes, e destes dois,
um contém neste lugar um espaço em branco e o outro tem suas letras
aumentadas no trecho que o antecede ao ponto de preencher este espaço)
e dizem: “Estes versículos não afectam nenhuma doutrina essencial
do Cristianismo”; que coisa mais estranha (a doutrina da
preservação das Escrituras, pelo Deus Altíssimo é afectada, mas deve
ser de coisa pouca para tais pessoas); e que fazer às genealogias
intermináveis do Velho Testamento as quais não afectam nenhuma
doutrina básica do Cristianismo, então se aparecer um manuscrito que não
as contenha, vamos então tirá-las? Temos avisos seríssimos acerca do
que acontece a quem faz tal coisas, i.e., a quem acrescenta, ou diminui
uma palavra sequer, da Palavra de Deus (Ap 22:18-19); a ordem que temos
é para guardarmos a Palavra de Deus, e não para a escolhermos [com
preferências textuais]. Qual seria a bibliologia do Senhor Jesus? Que
disse Ele acerca de assunto tão importante? Jesus disse, que “Nem
só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
Será que genealogias são importantes? Claro que sim, pois estão, e são
a Palavra de Deus.
A grande maioria das testemunhas do T.R. é esmagadora em relação às
poucas e fracas testemunhas alexandrinas. Porque é que os textos
alexandrinos são os mais antigos? Simplesmente, porque o clima seco é
propício a uma melhor conservação, veja-se que os Egípcios eram exímios
conservadores das coisas, vejamos o caso da mumificação, eles
possuíam a técnica, e o clima ideal para conservar as coisas; enquanto
que no resto do mundo, o clima era mais húmido,
e os textos eram usados até se desfazerem; nossas Bíblias na
actualidade seguem um processo semelhante, passados uns 10/15 anos de
uso diário, se desintegram, quanto mais esses textos. É normal que já
não haja textos muito antigos, pois "Até o estranho
desaparecimento dos mais antigos manuscritos tem sido atribuído à
mesma fidelidade: diz-se que, quando demasiadamente gastos pelo uso,
eram destruídos com receio de que sofressem alguma profanação"[1]
. Então, a antiguidade de um manuscrito, até pode ser contra
ele, pois indica que não foi usado, ou que foi rejeitado pelos verdadeiros
crentes.
Todas das Bíblias da Reforma tomaram como base o TR, tendo sido prolíferas
em muitos frutos, então por que trocar agora estas Bíblias que têm
sido de grande benção para todos os cristãos, de todas as épocas, em
todos os lugares, por um texto corrompido, o qual sempre foi rejeitado
por todas as igrejas fiéis, em todos os tempos? Só porque uns eruditos
e alguém quer lucrar com isso? Não nos deixemos enganar.
Muitas mentiras têm sido propagadas, para favorecer o texto crítico. O espaço não me permite dissertar muito mais acerca deste assunto, tão polêmico, tão profundo. Mas leia, por exemplo, Bíblia - Preservação Perfeita Ou Restauracão Insegura- - Hélio e/ou Resposta- Evidências de que é o TR e não o TC que é a Pura Palavra de Deus - Hélio e/ou Só o TR é a Pura Palavra de Deus -- Hélio.
[1]
O.S. Boyer - Pequena Enciclopédia Bíblica, 11ª edição, Editora
Vida, pág 658
Humberto Rafeiro, outubro.2002.
Somente use Bíblias traduzidas do Texto Tradicional (aquele perfeitamente preservado por Deus em ininterrupto uso por fieis): BKJ-1611 ou LTT (Bíblia Literal do Texto Tradicional, com notas para estudo) na bvloja.com.br. Ou ACF, da SBTB.